Rádio Germinal

RÁDIO GERMINAL, onde a música não é mercadoria; é crítica, qualidade e utopia. Para iniciar vá ao topo da página e clique em seta e para pausar clique em quadrado. Para acessar a Rádio Germinal, clique aqui.

Informe e Crítica

14 de ago. de 2021

O Jovem Karl Marx - Filme sobre o fundador do Marxismo

 O Jovem Karl Marx - Filme sobre o fundador do Marxismo


Link para assistir ao filme no youtube: https://youtu.be/JXMArGzNiUk


Abaixo comentário sobre o filme:


"O Jovem Karl Marx", de Raoul Peck. 

Ficha Técnica: 
Título: Le Jeune Karl Marx (O Jovem Karl Marx). 
Diretor: Raoul Peck. 
País: Alemanha/Bélgica/França 
Ano: 2017. 

Sinopse: O filme apresenta a trajetória de Karl Marx em seu período de juventude, na qual adere ao movimento operário e elabora as bases do marxismo, mostrando os percalços pessoais e embates políticos que o pensador alemão teve que enfrentar. 

COMENTÁRIO: 

KARL MARX NO CINEMA 
Nildo Viana 

O filme “O Jovem Karl Marx” (Raoul Peck, França/Alemanha, 2017) aborda um determinado período da vida de um dos mais conhecidos e polêmicos pensadores da história da humanidade, bem como um não menos controverso militante revolucionário. Marx teve uma vida atribulada, não apenas pela luta política e polêmicas intelectuais, mas também pelas relações pessoais e situações de privação material pelas quais experimentou. A sua obra teve repercussão em círculos políticos e intelectuais restritos e ligados ao movimento operário de sua época e isso se ampliou com a publicação de O Capital e outros processos sociais e culturais, mas ele nunca foi, em vida, um pensador aclamado e reconhecido pelo chamado “grande público” ou pelos hegemônicos no interior da classe intelectual. No final de sua vida, mesmo com a ampliação de sua presença intelectual, ele ainda tinha o reconhecimento que viria a ter posteriormente. 

Quando ele escreveu O Capital, colocou as duas formas pelas quais tentaram minimizar a importância de sua obra: o silêncio e a pseudocrítica. Essas formas se repetem historicamente em relação a outros casos. O silêncio significa fazer de conta que determinada obra ou concepção não existe ou não tem importância e a pseudocrítica é a tentativa de desqualificar a obra ou o autor (e a substituição da ideia pelo ataque pessoal é uma das formas mais baixas e desprezíveis de tentar “ganhar um debate” ou marginalizar um intelectual ou pensador). Apesar disso, a importância real da obra de Marx e o apoio e obra de alguns indivíduos tornaram possível a popularização de sua teoria. No entanto, junto com isso veio a vulgarização e deformação (mais fácil depois que o pensador morre, pois ele não pode, nesse caso, corrigir os seus “intérpretes” e “seguidores”), sendo que a vulgarização é uma tendência da popularização e ela traz em si elementos de deformação. No entanto, há uma deformação mais profunda que emerge com os chamados “intérpretes canônicos” e simplificadores (mais acessíveis do que o pensador em questão), ligados a interesses, como foi o caso das deformações social-democrata, leninista (e derivados: stalinista, trotskista, maoísta, etc.). 

Assim, houve um reconhecimento posterior de Marx, chegando, inclusive, a tornar-se “moda” e “hegemonia” em determinados momentos e lugares (como no capitalismo estatal ou na década de 1970 na América Latina, nos meios políticos e intelectualizados), mas através das versões deformadas do seu pensamento. Marx tornou-se um pensador clássico da sociologia, economia, filosofia, etc. e influente nas mais diversas ciências humanas e até em algumas ciências naturais. Isso se deve, em parte, à sua erudição e força de suas ideias, em parte a apropriação do seu pensamento por diversos setores da sociedade com distintos interesses. Tratava-se, na maioria absoluta dos casos, de um Marx domesticado, mais um cientista ou então um político revolucionário tão banal quanto os demais que povoam o barco imaginário das celebridades de esquerda. 

Nesse contexto, um filme sobre Karl Marx surpreende. E isso mais ainda na atual conjuntura mundial, onde o capitalismo encontra dificuldades em manter o seu atual regime de acumulação (integral) e sua forma política, o neoliberalismo, e que por isso acaba tendo que tomar medidas extremas para combater a desestabilização, assumindo a forma discricionária e executando políticas de austeridade. Numa época em que a hegemonia convencionou não só a descartar Marx em favor de modismos acadêmicos fúteis e superficiais, sob o ridículo rótulo de “pós-modernismo” (pós-estruturalismo) e derivados e semelhantes (multiculturalismo, neoliberalismo, gênero, identidades, etc.), como também, como parte desse processo, desenvolveu fortes tendências que defendem o irracionalismo, a recusa da teoria, o pragmatismo, o praticismo, etc. [...] 

Veja o texto completo em:



Nenhum comentário: