tag:blogger.com,1999:blog-87113134444571969192024-02-07T11:38:27.533-08:00Cinema e Sociedade - Breves Análises FílmicasUm filme é uma manifestação social e do social. Aqui apresentaremos algumas breves análises de filmes numa perspectiva crítica, além de divulgar e comentar obras sobre cinema.Unknownnoreply@blogger.comBlogger72125tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-44909262270638665502021-08-14T12:45:00.007-07:002021-08-14T12:45:44.246-07:00O Jovem Karl Marx - Filme sobre o fundador do Marxismo<p> O Jovem Karl Marx - Filme sobre o fundador do Marxismo</p><p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="363" src="https://www.youtube.com/embed/JXMArGzNiUk" width="488" youtube-src-id="JXMArGzNiUk"></iframe></div>Link para assistir ao filme no youtube: <a href="https://youtu.be/JXMArGzNiUk">https://youtu.be/JXMArGzNiUk</a><br /><p><br /></p><p>Abaixo comentário sobre o filme:</p><p><br /></p>"O Jovem Karl Marx", de Raoul Peck. <div><br /></div><div>Ficha Técnica: </div><div>Título: Le Jeune Karl Marx (O Jovem Karl Marx). </div><div>Diretor: Raoul Peck. </div><div>País: Alemanha/Bélgica/França </div><div>Ano: 2017. </div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Sinopse: O filme apresenta a trajetória de Karl Marx em seu período de juventude, na qual adere ao movimento operário e elabora as bases do marxismo, mostrando os percalços pessoais e embates políticos que o pensador alemão teve que enfrentar. </div><div><br /></div><div>COMENTÁRIO: </div><div><br /></div><div>KARL MARX NO CINEMA </div><div>Nildo Viana </div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">O filme “O Jovem Karl Marx” (Raoul Peck, França/Alemanha, 2017) aborda um determinado período da vida de um dos mais conhecidos e polêmicos pensadores da história da humanidade, bem como um não menos controverso militante revolucionário. Marx teve uma vida atribulada, não apenas pela luta política e polêmicas intelectuais, mas também pelas relações pessoais e situações de privação material pelas quais experimentou. A sua obra teve repercussão em círculos políticos e intelectuais restritos e ligados ao movimento operário de sua época e isso se ampliou com a publicação de O Capital e outros processos sociais e culturais, mas ele nunca foi, em vida, um pensador aclamado e reconhecido pelo chamado “grande público” ou pelos hegemônicos no interior da classe intelectual. No final de sua vida, mesmo com a ampliação de sua presença intelectual, ele ainda tinha o reconhecimento que viria a ter posteriormente. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quando ele escreveu O Capital, colocou as duas formas pelas quais tentaram minimizar a importância de sua obra: o silêncio e a pseudocrítica. Essas formas se repetem historicamente em relação a outros casos. O silêncio significa fazer de conta que determinada obra ou concepção não existe ou não tem importância e a pseudocrítica é a tentativa de desqualificar a obra ou o autor (e a substituição da ideia pelo ataque pessoal é uma das formas mais baixas e desprezíveis de tentar “ganhar um debate” ou marginalizar um intelectual ou pensador). Apesar disso, a importância real da obra de Marx e o apoio e obra de alguns indivíduos tornaram possível a popularização de sua teoria. No entanto, junto com isso veio a vulgarização e deformação (mais fácil depois que o pensador morre, pois ele não pode, nesse caso, corrigir os seus “intérpretes” e “seguidores”), sendo que a vulgarização é uma tendência da popularização e ela traz em si elementos de deformação. No entanto, há uma deformação mais profunda que emerge com os chamados “intérpretes canônicos” e simplificadores (mais acessíveis do que o pensador em questão), ligados a interesses, como foi o caso das deformações social-democrata, leninista (e derivados: stalinista, trotskista, maoísta, etc.). </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Assim, houve um reconhecimento posterior de Marx, chegando, inclusive, a tornar-se “moda” e “hegemonia” em determinados momentos e lugares (como no capitalismo estatal ou na década de 1970 na América Latina, nos meios políticos e intelectualizados), mas através das versões deformadas do seu pensamento. Marx tornou-se um pensador clássico da sociologia, economia, filosofia, etc. e influente nas mais diversas ciências humanas e até em algumas ciências naturais. Isso se deve, em parte, à sua erudição e força de suas ideias, em parte a apropriação do seu pensamento por diversos setores da sociedade com distintos interesses. Tratava-se, na maioria absoluta dos casos, de um Marx domesticado, mais um cientista ou então um político revolucionário tão banal quanto os demais que povoam o barco imaginário das celebridades de esquerda. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nesse contexto, um filme sobre Karl Marx surpreende. E isso mais ainda na atual conjuntura mundial, onde o capitalismo encontra dificuldades em manter o seu atual regime de acumulação (integral) e sua forma política, o neoliberalismo, e que por isso acaba tendo que tomar medidas extremas para combater a desestabilização, assumindo a forma discricionária e executando políticas de austeridade. Numa época em que a hegemonia convencionou não só a descartar Marx em favor de modismos acadêmicos fúteis e superficiais, sob o ridículo rótulo de “pós-modernismo” (pós-estruturalismo) e derivados e semelhantes (multiculturalismo, neoliberalismo, gênero, identidades, etc.), como também, como parte desse processo, desenvolveu fortes tendências que defendem o irracionalismo, a recusa da teoria, o pragmatismo, o praticismo, etc. [...] </div><div><br /></div><div>Veja o texto completo em:</div><div><br /></div><div><a href="https://informecritica.blogspot.com/2017/08/karl-marx-no-cinema.html" target="_blank">https://informecritica.blogspot.com/2017/08/karl-marx-no-cinema.html </a></div><div><p><br /></p><p><br /></p></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-14582147244336664152021-04-02T11:02:00.001-07:002021-04-02T11:02:23.877-07:00Oportunidade para publicar em coletânea sobre sociologia da cultura e da arte<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4r-wquzOADvYJEHvrRTRdKQHDxiAqiYk_mYIPrKogBu61_OyeRou55JfoU3PWd26TD0As4ghkTS_WlVNYXETAGWeIy8-dH-jZqu5PDT-e9IEoTfeBFsZkmOeXsY3TyAP2M9FJCW09xvqo/s1024/Chamada+livro+CULTURA+E+SOCIEDADE.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="532" data-original-width="1024" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4r-wquzOADvYJEHvrRTRdKQHDxiAqiYk_mYIPrKogBu61_OyeRou55JfoU3PWd26TD0As4ghkTS_WlVNYXETAGWeIy8-dH-jZqu5PDT-e9IEoTfeBFsZkmOeXsY3TyAP2M9FJCW09xvqo/w400-h208/Chamada+livro+CULTURA+E+SOCIEDADE.png" width="400" /></a></div><br /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: inherit; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><br /></span><p></p><p><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: inherit; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Os professores Nildo Viana (UFG) e </span><span style="font-family: inherit;">Maria Angélica Peixoto (IFG)</span><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: inherit; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">, estão organizando a obra "Cultura e Sociedade: Contribuições para a Sociologia da Cultura", pela Paco Editorial. Abaixo link para mais informações e procedimentos para enviar proposta de capítulo:</span></p><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Livro “Cultura e Sociedade: Contribuições para a Sociologia da Cultura” – CHAMADA ABERTA</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Resumo da Obra:</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">A cultura é um dos temas fundamentais das ciências humanas, ganhando especial atenção na antropologia e na sociologia. Uma sociologia especial, a chamada “sociologia da cultura” se dedica a esse tema e suas múltiplas relações, bem como englobando outras sociologias especiais ainda mais específicas (sociologia do conhecimento, sociologia da ciência, sociologia da arte, etc.). Nesse contexto, a obra “Cultura e Sociedade” visa reunir contribuições para tratar do complexo e multifacetado tema da relação entre cultura e sociedade, abarcando reflexões sobre cultura em geral, artes, ciências, cultura popular, entre diversas outras manifestações culturais em sua relação com a sociedade moderna.</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Áreas de pesquisa relacionadas ao tema proposto:</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Ciências Humanas</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Sociologia</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Sociologia da cultura</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Sociologia da arte</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Sociologia do conhecimento</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Sociologia da ciência</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Organizadores:</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Dr. Nildo Viana (Lattes)</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Dra. Maria Angélica Peixoto (Lattes)</div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word;"><div dir="auto"><span face="Segoe UI Historic, Segoe UI, Helvetica, Arial, sans-serif" style="color: #050505;"><span style="font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><a href="https://editorialpaco.com.br/cultura-e-sociedade-contribuicoes-para-a-sociologia-da-cultura/">https://editorialpaco.com.br/cultura-e-sociedade-contribuicoes-para-a-sociologia-da-cultura/</a> </span></span></div><div dir="auto"><span face="Segoe UI Historic, Segoe UI, Helvetica, Arial, sans-serif" style="color: #050505;"><span style="font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-341964076223912532021-02-25T05:39:00.004-08:002021-02-25T06:22:38.720-08:00LA DOLCE VITA: CAPITALISMO, FUTILIDADE E INSATISFAÇÃO<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWBUmfEbcwMM4GYYrBPvNXv-YCi4dLB5dl-4XLBPh6N07CEl2V53YI0iL0D0Pef52-hvaskSZKbX8HOb8xF_Is52GNDk_eppoKkY7zDMx_55JDhceds2KWpJ2K1kw2M6l9o6FlEZvMV9M2/s700/La-Dolce-Vita-494x700.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="700" data-original-width="494" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWBUmfEbcwMM4GYYrBPvNXv-YCi4dLB5dl-4XLBPh6N07CEl2V53YI0iL0D0Pef52-hvaskSZKbX8HOb8xF_Is52GNDk_eppoKkY7zDMx_55JDhceds2KWpJ2K1kw2M6l9o6FlEZvMV9M2/w283-h400/La-Dolce-Vita-494x700.jpg" width="283" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p></p><p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;"><b>LA
DOLCE VITA:<o:p></o:p></b></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;"><b>CAPITALISMO,
FUTILIDADE E INSATISFAÇÃO<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">Nildo Viana<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O renomado cineasta Federico Fellini é o diretor do filme <i style="mso-bidi-font-style: normal;">La Dolce Vita</i> (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Doce Vida</i>), de quase três horas de duração lançado em 1960. O
filme é uma obra de grande sucesso e foi bem recebido pela crítica, bem como
ganhou vários prêmios. O nosso objetivo não é apresentar uma análise do filme e
sim extrair do filme aquilo que ele mostra sobre a sociedade capitalista, seja
esta ou não a intencionalidade de Fellini<a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. O que apresentaremos aqui
é o que o filme <i>mostra</i> e é essa mostração que nos interessa.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/04P1dCLvc_0" width="320" youtube-src-id="04P1dCLvc_0"></iframe></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">TRAILER DE "LA DOLCE VITA".</div><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O filme mostra diversas questões da sociedade atual. O
jornalismo sensacionalista e os <i>paparazzi</i> (a origem do termo, inclusive,
remete ao personagem do filme chamado Paparazzo), na busca por cobrir a vida
das celebridades e acontecimentos pitorescos, como a suposta aparição de Nossa
Senhora Aparecida, a dificuldade de comunicação, entre diversos outros aspectos
da sociedade capitalista da época, sendo que a maioria deles se reproduz sob
forma ampliada na contemporaneidade.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O elemento mais presente do filme, no entanto, é a
futilidade que perpassa a vida cotidiana no capitalismo oligopolista transnacional.
O modo de vida capitalista se revela um modo de vida fútil<a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. A futilidade acompanha o
capitalismo, mas vai se intensificando com o seu desenvolvimento. No início,
ela atingia apenas a burguesia (assim como antes a nobreza, sob forma
diferente), mas depois da Segunda Guerra Mundial e a emergência do novo regime
de acumulação, o conjugado, e do Estado integracionista (supostamente do
“bem-estar social”) ela se amplia para os extratos mais elevados das demais
classes superiores (intelectualidade e burocracia) e, no caso dos países
imperialistas, os estratos mais elevados das classes inferiores. A expansão da
mercantilização e, por conseguinte, do consumismo (e a ideologia da “sociedade
de consumo” emergia nesse momento), reforçava a futilização da vida social. A
mercantilização da cultura é outro elemento que, acompanhado pelo consumismo de
bens supérfluos, expressa uma das expressões do modo de vida fútil. Hoje,
durante o regime de acumulação integral, esse processo se amplia atingindo em
grau mais intenso os extratos mais elevados das classes inferiores no
capitalismo imperialista e chega até setores dela nos países de capitalismo
subordinado, sob forma marginalizada<a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Esse aspecto apenas revela mais uma contradição da sociedade
capitalista, na qual a satisfação das necessidades básicas vai se ampliando
para proporções mais vastas da população, sem poder possibilitar a satisfação
das necessidades especificamente humanas, a socialidade e a práxis, que são
marginalizadas na sociedade e na vida dos indivíduos. Essas necessidades
humanas entram em contradição com as necessidades de reprodução do capitalismo,
que exige o trabalho alienado, a mercantilização, a burocratização, a
competição social, o que significa a degradação da socialidade (convivência
humana) e da práxis (trabalho como objetivação, autorrealização). Sob forma de
compensação, a sociedade capitalista gera um conjunto de satisfações
substitutas: como o consumismo, o vedetismo, o hedonismo, entre outras coisas.
Essas satisfações substitutas, geralmente denominadas como “desejo”, são
funcionais para a sociedade e desenvolvimento capitalistas. Assim, o
capitalismo une o necessário (a necessidade de reprodução ampliada do mercado
consumidor) e o desagradável – a criação de satisfações substitutas
(futilidade, consumismo, cultura, tecnologia, etc.) – ao invés de unir o útil
ao agradável.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O capital comunicacional tem uma influência nesse processo,
pois ele – através da imprensa escrita, TV, rádio – não só é parte da futilização
com seus programas, celebridades e produtos culturais, como é incentivador da
futilização, do consumismo, e da cultura mercantilizada. Assim, uma grande
gravadora não só produz modismos musicais, mas também os divulga e vende,
lucrando com isso, fazendo parte da criação, mercantilização e consumo e do
constrangimento dos indivíduos para se inserir nesse circuito de consumo
passivo. No filme, o vedetismo expressa esse processo. E a atriz Sylvia Rank é
expressão máxima desse processo. A fascinação que ela provoca em Marcello
mostra bem esse processo. Marcello fica fascinado com Sylvia (e não só ele,
sendo que, inclusive, o diretor italiano o agride fisicamente por causa dela).
A fascinação é fria, no entanto, tal como se observa na cena em que ele quase
acaricia Sylvia, mas não o faz. Ela é um fetiche e não um ser humano, não pode
ser tocada. Essa fascinação é como um encantamento, um feitiço, algo externo ao
indivíduo e que ele acaba reproduzindo. E toda fascinação, como todo o feitiço,
se desfaz e em seu lugar aparece a insatisfação, o que Prokop denomina “tédio”<a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. O jornalismo
sensacionalista cria o seu público e este alimenta a “imprensa marrom”, num
processo de retroalimentação.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/7_hfZoe9FHE" width="320" youtube-src-id="7_hfZoe9FHE"></iframe></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">CENA DE MARCELLO E SYLVIA</div><br /><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i>A Doce Vida</i> mostra justamente a vida fútil que se
estabelece na sociedade moderna. As relações amorosas efêmeras de Marcello
Rubini (o alter-ego de Fellini, segundo dizem e parece ser), as boates,
restaurantes e festas, as bebidas e as casas suntuosas, são expressões desse
processo. As relações sociais e as interindividuais perdem a autenticidade e a
comunicação é obstaculizada. O mundo das aparências toma conta das relações
sociais. Os indivíduos vivem em busca de prazer imediato, do consumo, do sexo,
de drogas, e tem até uma cena do filme em que Sylvia Rank, atriz
norte-americana, ganha um destaque inusitado ao dançar com um espalhafatoso
ator norte-americano ao som do <i>rock and roll</i><a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. A futilidade perpassa
quase todo o filme, desde as primeiras cenas até as últimas. Na primeira cena
há o helicóptero carregando a estátua de Jesus Cristo, algo pitoresco, e
chamando a atenção das mulheres que tomavam sol de biquini na cobertura de um
prédio, bem como Marcello não perdendo a oportunidade de pedir o número de
telefone delas. A futilidade se repete na cena seguinte no restaurante no qual
Paparazzo, sob solicitação de Marcello, tira uma foto de um casal, sendo que
era uma mulher casada e um amante, o que gera confusão e ameaças, até que o
personagem principal sai com uma recém-chegada que mostra seu tédio e o busca uma
aventura fora da casa noturna. A relação efêmera entre Marcello e Maddalena é
apenas uma expressão da futilidade amorosa. A futilidade do consumo se
manifesta quando as prostitutas se “encantam” com o carro de Maddalena, bem
como se manifesta novamente quando Emma, namorada de Marcello, afirma, na
reunião na residência de Steiner, que um dia ele terá uma casa como aquela. A
futilidade acompanha todo o filme as últimas cenas apontam para uma festa na
casa de um advogado bem-sucedido e termina com os “expulsos” da festa numa
praia, curiosos ao encontrarem mais uma aberração (novamente o pitoresco), um
“peixe-monstro”, que uma personagem se predispõe a comprar, pois tudo é
vendável, assim como a curiosidade sobre coisas pitorescas não é apenas da
grande imprensa, mas também das pessoas fúteis (que fornecem audiência para os
meios oligopolistas de comunicação).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A futilidade, no entanto, revela seres humanos que possuem
suas necessidades básicas satisfeitas, no ilusório “Estado de Bem-Estar Social”
(Estado integracionista), mas não suas necessidades especificamente humanas. Na
sociedade da futilidade e do consumismo, não há autorrealização, práxis,
desenvolvimento da criatividade e potencialidades humanas, nem de autênticas
relações sociais, mas apenas aparências, hipocrisia, ostentação, fascinação. Assim,
ao lado da futilidade emerge a insatisfação, o “tédio”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">O tema da insatisfação aparece também em todo o filme.
Maddalena, quando encontra Marcello na segunda cena do filme, mostra
insatisfação e busca uma aventura amorosa para evadir-se. Marcello mostra
insatisfação em vários momentos do filme. A inautenticidade de suas relações manifesta
isso: Emma, Maddalena, Sylvia, o pai, Steiner, etc. A evasão está sempre
presente. Marcello tem dificuldade de concentração e assim o seu projeto de
escrever um livro nunca se realiza. A cena na qual ele está num restaurante com
sua máquina de escrever é ilustrativa disso. Ora, um restaurante não é o lugar
mais adequado para quem quer se concentrar. Ele reclama da música e elementos
externos, que são pretextos para sua desistência, o que ocorre quando ele
conversa com a garçonete, que lhe desvia para curiosidades sobre a vida alheia.
<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Porém, a insatisfação se torna muitas vezes insuportável. O
modo de vida fútil gera a insatisfação generalizada, a infelicidade completa, e
isso leva à vida sem sentido. Uma vida sem sentido, por sua vez, traz o vazio e
a ideia do abandono da vida. Assim, o suicídio é outro tema que se repete no
filme. O suicídio, como já alertava Marx, tem origem na sociedade, por diversas
determinações<a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.
No filme, o suicídio é produto do tédio, da insatisfação. A evasão nem sempre
funciona. Numa das primeiras cenas do filme, Emma tenta se suicidar tomando
remédios. Quando Marcello se encontra em um castelo através de um convite
realizado por uma modelo num encontro casual, um dos moradores aponta para uma
garota que tentou o suicídio duas vezes e se encontrava encolhida e afastada de
todos. O “amigo” de Marcello, Steiner, se suicida e tenta matar seus filhos. O
bem-sucedido Steiner se suicidou por causa de sua insatisfação essencial,
apesar de estar plenamente satisfeito em suas necessidades básicas e “ter”
muita coisa. Erich Fromm, em 1955, já havia diagnosticado o problema da
sociedade capitalista durante o regime de acumulação conjugado e mostrado que
os países imperialistas eram os campeões de suicídio e uso de drogas<a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. O filme que mostra a
futilidade, a evasão, a insatisfação (tédio) também mostra o uso abundante de
drogas e o suicídio.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Tem uma parte do filme que ilustra todo esse processo. Trata-se
da entrada do pai de Marcello em cena. Marcello revela para Paparazzo que sua relação
com o pai nunca teve proximidade, que não conversavam. O reencontro com o pai
mantém a superficialidade e logo este afirma que quer conhecer as casas
noturnas de Roma. Marcello o leva para uma casa badalada e ao lado do consumo
de bebidas aparece a companhia da dançarina, o que se desdobra no fim da
noitada no apartamento dela. Aqui temos a futilidade, o consumo, a evasão. Mas,
quando Marcello chega no apartamento da dançarina, fica sabendo que seu pai
está passando mal. Nesse contexto, temos a insatisfação se manifestando. O pai
se mostra insatisfeito e vai embora triste e sem muitas explicações. A euforia
da futilidade e evasão é substituída pelo remorso, tédio, decepção, expressões da
insatisfação.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Em síntese, uma vida sem sentido, pois é uma vida
inautêntica, e suas consequências são apresentadas no filme. A possibilidade de
rompimento com a inautenticidade se manifesta no final do filme, quando a garçonete
tenta se comunicar com Marcello e ele não entende e volta a ficar com os amigos
de festa. Alguns tentaram interpretar o significa do “peixe-monstro” no final o
filme. O que o filme mostra é que numa vida fútil e sem sentido, o pitoresco é
atraente. Desde a estátua de Jesus Cristo, o aparecimento da santa, passando
pelo castelo e a tentativa de evocar espíritos<a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftn8" name="_ftnref8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, até chegar ao
peixe-monstro, temos um retrato da cotidianidade marcada pela futilidade o extraordinário
se torna atrativo, mas é sempre externo ao indivíduo. O vazio interno leva à
busca de um conteúdo externo. O filme <i>La Dolce Vita</i> mostra que é expressão
de uma época e sociedade. O filme é, ele mesmo, expressão dessa vida fútil,
pois é uma mercadoria, que envolveu uma diversidade de pessoas e muito dinheiro<a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftn9" name="_ftnref9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, gerador de “fascinação” e
assistido futilmente, bem como gerador de outras mercadorias, tais com música,
que posteriormente ganham suportes tecnológicos, como CDs, DVD, etc. A trilha
sonora, sob responsabilidade de Nino Rota, gerou o sucesso da música <i>La
Dolce Vita</i>, que ganharia diversas versões no decorrer dos anos<a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftn10" name="_ftnref10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Assim, <i>La Dolce Vita</i> mostra a futilização da vida
através do consumo e evasão, e suas consequências, a insatisfação, a mortificação,
o suicídio. O filme expressa bem o capitalismo oligopolista transnacional nos
países imperialistas, ambientado na Itália (o filme é uma produção franco-italiana
e por isso conta com atrizes e atores franceses), ou seja, o regime de
acumulação conjugado no seu período de estabilidade e expansão. A fascinação pelo
vedetismo, a evasão, o consumismo, o hedonismo, e outros aspectos são processos
reconhecidos nessa época. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">Porém, esse processo se ampliou com a passagem para o regime
de acumulação integral, a partir dos anos 1980. A rebelião estudantil de Maio
de 1968 e sua crítica da “sociedade de consumo”, da burocracia, da razão instrumental,
entre outros aspectos da época, foi, ela mesma, transformada nas interpretações
posteriores, em um elogio da futilidade (as interpretações que reduzem o fenômeno
e seu alcance a uma questão da juventude, da sexualidade, etc.) e a sua apropriação
posteiror pelo pós-estruturalismo já marca uma nova ideologia que faz do “desejo”
o elemento central das “novas reivindicações”. Isso não deixa de ser cômico,
pois transforma a recusa da futilidade em exigência de mais futilidade. Apesar
do fim do regime de acumulação conjugado e do “bem-estar social”, a política
cultural, a mercantilização, as ideologias, apontam para reforçar o processo de
narcisismo, hedonismo, neoindividualismo, hipersexualidade, futilização da
vida. O discurso de que tudo é efêmero, fragmentário, é apenas a forma
ideológica sob a qual alguns ideólogos buscam naturalizar o modo de vida fútil que
reina no capitalismo contemporâneo. É a época de “drogas e amigos inúteis”,
como já apontava o cantor Lobão, que não deixa de mencionar Fellini<a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftn11" name="_ftnref11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. A questão é que na época
do regime de acumulação conjugado se tratava de <i>décadence avec élégance</i> (decadência
com elegância)<a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftn12" name="_ftnref12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
e agora é <i>décadence sans élégance</i> (decadência sem elegância).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">A doce vida é, no fundo, uma vida amarga. É isso que o filme
mostra: o que parece ser doce é amargo. O modo de vida fútil domina o
capitalismo e futilização da vida gera uma insatisfação crescente que leva à autodestruição
ou ao ódio. As manifestações cotidianas e contemporâneas disso são bem
visíveis, bem como as tentativas de inúmeros indivíduos em se agarrar a algo,
seja o sucesso, a fama, a riqueza e o poder, seja a “identidade”, a “sexualidade”
ou qualquer outra coisa para escapar da futilização. Isso, no entanto, essa
forma fútil de tentar escapar da futilidade é apenas mais uma manifestação da futilização.
Nesse círculo vicioso de futilização e insatisfação crescentes, resta a luta
contra a futilidade e suas determinações, a sociedade geradora do modo de vida
fútil, o que já é um esboço de sua superação.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<div style="mso-element: footnote-list;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><!--[if !supportFootnotes]-->
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Muitos pensam que o filme é uma “crítica da sociedade do espetáculo” (Cf. <a href="https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/08/1670950-a-doce-vida-e-uma-poderosa-critica-a-sociedade-do-espetaculo.shtml">https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/08/1670950-a-doce-vida-e-uma-poderosa-critica-a-sociedade-do-espetaculo.shtml</a>),
mas isso é muito mais uma atribuição de significado do que uma análise fílmica.
Atribuição de significado é quando o suposto intérprete atribui ao filme aquilo
que ele pensa ou considera independentemente da busca de descobrir o
significado original, presente na intencionalidade de quem o produziu, enquanto
que a análise fílmica visa descobrir o significado original (sobre isso cf.
VIANA, Nildo. <i>Cinema e Mensagem.</i> Análise e Assimilação. Porto Alegre:
Asterisco, 2012). A ideia de “crítica” pressupõe uma intencionalidade que o
cineasta (ou a equipe de produção) precisaria ter e que isso precisaria estar
explícito no filme ou sob outra forma (entrevistas, por exemplo). A atribuição
de significado, que é o que fazemos aqui, não é problemática caso seja
declarada, como fazemos aqui, mas se torna prolbemática quando se afirma que é
a mensagem intencionalmente repassada pelo diretor e demais responsáveis pela
produção do filme.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Cf. LEROY, Pierre. O Vento ou a Vida? O Modo de Produção Capitalista como Modo
de Vida Fútil. <i>Marxismo e Autogestão</i>, vol. 01, num. 01, jan./jun. de
2014. <a href="https://redelp.net/revistas/index.php/rma/article/view/254">https://redelp.net/revistas/index.php/rma/article/view/254</a>
<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Se há a generalização do uso de determinados bens de consumo, como carro e TV,
é feito através do processo diferenciado das classes sociais. Por exemplo, no
capitalismo subordinado, a TV foi paulatinamente se tornando acessível para as
classes inferiores, mas a que era Preto-e-Branco e não a TV a cores, que era
adquirida por indivíduos das classes superiores. Com o passar do tempo, se
generaliza o acesso à TV a cores, mas novas diferenciações se criam (TV Plasma,
LED, LCD, diferenciação de polegadas, smartv, etc. com preços diferenciados e
que são consumidas por distintas classes, com as devidas exceções, algumas a
custo de sacrifícios por parte de alguns indivíduos). O mesmo ocorre com o
carro, alguns usam carros usados (aliás, nos estratos inferiores das classes
inferiores, era comum usar TV usada), ou os chamados “populares” desde o antigo
“fusca” até as demais versões posteriores. <o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Cf. PROKOP, Dieter. Fascinação<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Tédio<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>na<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Comunicação.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Produtos<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>de<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Monopólio<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e Consciência. In: FILHO, Ciro Marcondes
(org.). <i>Prokop</i>. Coleção Grandes Cientistas Sociais. São Paulo: Ática,
1986.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
O rock se torna um dos principais elementos no processo de produção capitalista
da juventude e criação de um estilo de vida jovem, especialmente a partir dos
anos 1950 e tiveram em <i>Elvis Presley</i> e depois <i>The Beatles</i> o auge
desse processo, criando inclusive a imagem de “inconformismo” e “rebeldia” para
os indivíduos da faixa etária submetida ao processo de ressocialização (cf.:
VIANA, Nildo. <i>Juventude e Sociedade.</i> Ensaios sobre a Condição Juvenil.
São Paulo: Giostri, 2015; VIANA, Nildo. <i>A Dinâmica da Violência Juvenil</i>.
2ª edição, São Paulo: Ar editora, 2014; e concepções que apontam para o
processo de constituição social e capitalista da juventude há também:
LAPASSADE, Georges. <i>A Entrada na Vida.</i> Lisboa: Edições 70, 1975;
AVANZINI, Guy. <i>Tempos da Adolescência</i>. Lisboa: Edições 70, 1980).<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn6" style="mso-element: footnote;">
<p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Cf. MARX, Karl. <i>Sobre o Suicídio</i>. São Paulo: Boitempo, 2006. Sem dúvida,
não era objetivo de Marx elaborar uma “teoria do suicídio”, mas apenas realizar
comentários nos quais aponta alguns elementos sobre esse fenômeno.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn7" style="mso-element: footnote;">
<p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
FROMM, Erich. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Psicanálise da Sociedade
Contemporânea</i>. 2ª edição, Rio de Janeiro: Zahar, 1976.<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn8" style="mso-element: footnote;">
<p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftnref8" name="_ftn8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Para quem quiser analisar o filme, uma possibilidade interpretativa é vincular
Fellini e seu catolicismo a um questionamento da sociedade da época e aí a
motivação dele poderia ser a busca da espiritualidade. Porém, essa é uma
possibilidade e somente uma pesquisa mais profunda, incluindo uma biografia de
Fellini, sua entrevista (inclusive o filme Entrevista, que possui elementos
autobiográficos), aliado a uma análise da sociedade italiana da época (e a
força do cristianismo no seu interior nesse período, o significado da
democracia cristã e o discurso religioso da igreja nesse período) e uma análise
rigorosa do universo ficcional de <i>La Dolce Vita</i>, poderia fornecer
elementos para comprovar ou não tal hipótese. <o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn9" style="mso-element: footnote;">
<p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftnref9" name="_ftn9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
O documentário <i>A Verdade sobre La Dolce Vita</i> (<em><span style="background: white; color: black;">La Verità Su La Dolce Vita )</span></em><em><span style="background: white; color: black; font-style: normal;">, lançado em 2020, que
aponta para a responsabilidade de Fellini e seus gastos financeiros exorbitantes
com a produção do filme como responsável pela morte posterior do produtor
Giuseppe Amato. Não tivemos acesso a tal documentário, mas há um comentário
disponível na internet: BELINCHÓN, Gregório de. A Amarga Verdade de “La Dolce
Vita” (<a href="https://brasil.elpais.com/cultura/2020-12-14/a-amarga-verdade-de-la-dolce-vita.html">https://brasil.elpais.com/cultura/2020-12-14/a-amarga-verdade-de-la-dolce-vita.html</a>).</span></em><o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn10" style="mso-element: footnote;">
<p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftnref10" name="_ftn10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Cf.: La Dolce Vita: Uma Música, Diversas Versões. Disponível em: <a href="https://radiogerminal.blogspot.com/2021/02/la-dolce-vita-uma-musica-varias-versoes.html">https://radiogerminal.blogspot.com/2021/02/la-dolce-vita-uma-musica-varias-versoes.html</a> <o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn11" style="mso-element: footnote;">
<p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftnref11" name="_ftn11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
“Sua vida burguesa é um romance/Um roteiro de intrigas/Pra Fellini filmar/Cercada
de drogas, de amigos inúteis/Ninguém pensaria que ela quer namorar” <o:p></o:p></p>
<p class="NRPadro" style="text-align: justify;">(<a href="https://www.youtube.com/watch?v=lv_YdVKvbZs">https://www.youtube.com/watch?v=lv_YdVKvbZs</a>).<o:p></o:p></p>
</div>
<div id="ftn12" style="mso-element: footnote;">
<p class="NRPadro" style="text-align: justify;"><a href="https://d.docs.live.net/e433f6f5c356e97b/Documentos/Importante/LA%20DOLCE%20VITA.docx#_ftnref12" name="_ftn12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Para recordar outra música do mesmo cantor e que também mostra elementos de futilização
da vida (<a href="https://www.youtube.com/watch?v=p9kW9N71kOU">https://www.youtube.com/watch?v=p9kW9N71kOU</a>).<o:p></o:p></p>
</div>
</div><div style="text-align: justify;">----------------</div><div style="text-align: justify;"><b>O filme pode ser assistido no aplicativo Telecine, bem como é possível adquirir o DVD, ambos em versão restaurada.</b></div><p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-37461510229006974082018-12-02T12:49:00.001-08:002018-12-02T12:49:27.141-08:00O Monstro Canibal<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
O Monstro Canibal, filme de 1988<br />
<br />
<span style="background-color: white; color: #111111; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">"O Monstro Canibal" (Cellar Dweller), John Carl Buechler, EUA, 1988.
Psicanálise dos Filmes de Terror (Trecho)
Nildo Viana
Neste sentido [...], é exemplar o filme O Monstro Canibal. Ele conta a história de uma desenhista. Ela era especialista em história em quadrinhos de terror que se encontrou com alguns “amigos” (invejosos e plagiadores, com apenas uma exceção) em um casarão num fim de semana. Ela passou a sua estada discutindo com o seus colegas e, a cada discussão, encontrava inspiração para desenhar um monstro canibal devorando suas vítimas, que ela desenhava com todas as características físicas de suas companhias de fim de semana. Entretanto, o monstro aparecia na realidade (do filme, é claro) e devorava realmente as pessoas, que iam desaparecendo uma por uma e ninguém desconfiava de nada, pois, como o monstro era canibal*, ele comia suas vítimas e não sobravam restos e assim todos os restantes pensavam que eles tinham simplesmente ido embora.
Para ver o texto completo, acesse:
</span><a class="yt-simple-endpoint style-scope yt-formatted-string" href="http://cinemamanifestacaosocial.blogspot.com/2011/01/psicanalise-dos-filmes-de-terror.html" rel="" spellcheck="false" style="background-color: white; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-decoration-line: none; white-space: pre-wrap;" target="_blank">Psicanálise dos filmes de terror</a><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
* Canibal é um termo equivocado usado por aqueles que criaram o título em português. A tradução do título seria "O Morador do Porão", o que seria pouco atrativo, mas poderia ter sido criado o título "O Monstro do Porão" ou "O Monstro Assassino", ou, ainda, "Monstro Devorador".
Para ver mais filmes para refletir, veja:
</span><a class="yt-simple-endpoint style-scope yt-formatted-string" href="https://www.youtube.com/playlist?list=PLAVWORAqllriRQsT0yM4ZfFyvdS-a2jRW" rel="" spellcheck="false" style="background-color: white; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-decoration-line: none; white-space: pre-wrap;" target="_blank">https://www.youtube.com/playlist?list...</a><br />
<br />
Assista ao filme:<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/PEhEIoWqiK8/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/PEhEIoWqiK8?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-29504783574254288292018-11-20T01:44:00.000-08:002018-11-20T02:55:33.690-08:00Um Chapéu de Palha da Itália, Uma Comédia de René Clair<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvE7pTci69oDKLrp9kJjtdN0nCFeuFiPdVzUwLyzTFe2TU1uqgkjoPK-Sl24X29Nn-RsoO4qD4Zi-D_H3EMpBETyEzdcboz7JCzdeHjeSjiEsi9Z0L-83YpUejgY3Y0qIDfqSFZZ_eEcRf/s1600/Chapeu+de+Palha+-+capa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1198" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvE7pTci69oDKLrp9kJjtdN0nCFeuFiPdVzUwLyzTFe2TU1uqgkjoPK-Sl24X29Nn-RsoO4qD4Zi-D_H3EMpBETyEzdcboz7JCzdeHjeSjiEsi9Z0L-83YpUejgY3Y0qIDfqSFZZ_eEcRf/s640/Chapeu+de+Palha+-+capa.jpg" width="476" /></a></div>
<br />
Um Chapéu de Palha da Itália, Uma Comédia de René Clair</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
Nildo Viana</div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O filme "Um Chapéu de Palha da Itália", de René Clair (França, 1927) faz parte da série de filmes franceses do período do cinema mudo e que revelou grandes cineastas da França, e que culminaria com o chamado "realismo poético francês", que contava com o diretor dessa obra e Jean Renoir, Julien Duvivier, Jacques Feyder, entre diversos outros. O realismo poético francês foi um dos mais importantes momentos da história do cinema mundial e contou com grandes obras, como <i>A Nós a Liberdade</i> (René Clair), <i>A Grande Ilusão</i> (Jean Renoir), <i>A Regra do Jogo</i> (Jean Renoir), entre diversas outras. <i>Um Chapéu de Palha da Itália</i> foi citado pelo filósofo Ernst Bloch, em sua obra <i>O Princípio Esperança</i>, como sendo uma obra utópica. No entanto, deve ter sido uma troca de títulos por parte do filósofo alemão (deveria estar se referindo à outro filme de Clair, possivelmente <i>A Nós a Liberdade</i>). O filme é uma adaptação da peça teatral de Eugène Labiche e Marc Michel (1), que ganhou outras versões para o cinema.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHfytUiXB8aDRcXCpNBqfRic53TDM6wcVC6ikQp5oXHlXMgBKAg-fXmJOTa3jEwNgRUBW1miZ-RbyWhLIvsXM0esGHLQ4RpWbhSG1-I94_7kWDRLBRJWAOT5vuRtZtSoj5KzqY-R3ctot7/s1600/assistir+filme.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="477" data-original-width="846" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHfytUiXB8aDRcXCpNBqfRic53TDM6wcVC6ikQp5oXHlXMgBKAg-fXmJOTa3jEwNgRUBW1miZ-RbyWhLIvsXM0esGHLQ4RpWbhSG1-I94_7kWDRLBRJWAOT5vuRtZtSoj5KzqY-R3ctot7/s320/assistir+filme.jpg" width="320" /></a></div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<i>Um Chapéu de Palha da Itália</i> é uma comédia que tematiza um casamento e um adultério que se mesclam graças a um chapéu. Assim, as histórias de diversos indivíduos se misturam e criam um clima humorístico. Fardinard se envolve com um casal adúltero ao seu cavalo mastigar um raro chápeu de palha italiano. A trama passa a girar na pressão do casal sobre o noivo que encaminhava para seu casamento para conseguir um chapéu igual, pois caso contrário o marido da dona do chapéu italiano descobriria o caso de adultério. As reviravoltas e malabarismos são comuns nessa forma de comédia. No plano social, o chapéu de palha representa o que une todos os agentes envolvidos na trama e a questão da aliança matrimonial, com suas possibilidades e contradições, bem como seu futuro incerto. A troca de sapatos e de chapéus fornecem a solução para uns e o infortúnio para o azarado do filme. No entanto, não ocorre nenhuma reflexão ou elemento que aponte para alguma profundidade maior na trama e na mensagem do filme. Assim, essa obra cinematográfica é muito mais uma comédia despretensiosa que visa trazer humor e, assim, qualquer reflexão mais profunda seria atribuição de significado ao invés do significado original da mensagem do filme (2). Enquanto comédia, há momentos cômicos que fazem valer a pena a sua assistência.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
-----<br />
<br />
1 - O Chapéu de Palha Italiano é uma comédia de Eugène Labiche e Marc Michel. Estreou no Théâtre du Palais-Royal, em Paris, em 14 de agosto de 1851. Foi adaptado para o cinema em francês, inglês, alemão e russo, e como peça musical nas versões inglesa e italiana.<br />
<br />
2- Sobre a distinção entre "atribuição de significado" e "significado original", veja: VIANA, Nildo. Cinema e Mensagem. Assimilação e Análise. Porto Alegre: Asterisco, 2012.<br />
<br />
<br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: x-small; text-align: left;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/i6BrE0D5shA/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/i6BrE0D5shA?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: x-small; text-align: left;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: x-small; text-align: left;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: x-small; text-align: left;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: x-small; text-align: left;"><br /></span>
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: x-small; text-align: left;"><br /></span>
<br />
<span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: x-small; text-align: left;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-24385263315822240922018-11-18T04:24:00.000-08:002018-11-20T09:15:01.609-08:00Momo e a crítica ao capitalismo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFyZEqqViP_hTYqPeS89Kba0kK90LgUMpY2tSj8HPseSIiO42eVC0LdIFGn4nr5JU_ATHApdJ9Ni_0nBUOzdXeApcd6Y6iVR5V2uSumn3QsAou1hg6K5L6uuVfetqcvD5LkU-lZf2jM44b/s1600/Livro---Momo-e-o-Senhor-do-Tempo_0.webp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1000" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFyZEqqViP_hTYqPeS89Kba0kK90LgUMpY2tSj8HPseSIiO42eVC0LdIFGn4nr5JU_ATHApdJ9Ni_0nBUOzdXeApcd6Y6iVR5V2uSumn3QsAou1hg6K5L6uuVfetqcvD5LkU-lZf2jM44b/s400/Livro---Momo-e-o-Senhor-do-Tempo_0.webp" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b><span style="font-size: large;">Momo e
a crítica ao capitalismo</span></b><o:p></o:p></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
Nildo Viana<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O filme <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Momo e o
Senhor do Tempo</i> (Johannes Schaaf, Alemanha, 1986), baseada na obra literária
infantil homônima, escrita por um dos melhores nomes da literatura infantil,
Michael Ende (autor de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">História sem Fim</i>
e outras excelentes obras), trata de uma questão fundamental: o tempo. O tempo que
os seres humanos perdem em sua vida e pensam que ganham e não percebem isso,
pois é “como uma música, que já não ouvimos porque está sempre tocando”. A
sociedade capitalista é fundada no domínio do tempo. Ao contrário de qualquer
outra sociedade, o tempo assume um significado fundamental e pode ser resumido
na frase, que aparece no filme, como não poderia deixar de ser, “tempo é
dinheiro”. A produção de bens materiais (nesse caso específico, mercadorias) é
realizada através da produção e extração de mais-valor, que é uma forma específica
de exploração baseada no domínio do tempo no processo de trabalho. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHfytUiXB8aDRcXCpNBqfRic53TDM6wcVC6ikQp5oXHlXMgBKAg-fXmJOTa3jEwNgRUBW1miZ-RbyWhLIvsXM0esGHLQ4RpWbhSG1-I94_7kWDRLBRJWAOT5vuRtZtSoj5KzqY-R3ctot7/s1600/assistir+filme.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="477" data-original-width="846" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHfytUiXB8aDRcXCpNBqfRic53TDM6wcVC6ikQp5oXHlXMgBKAg-fXmJOTa3jEwNgRUBW1miZ-RbyWhLIvsXM0esGHLQ4RpWbhSG1-I94_7kWDRLBRJWAOT5vuRtZtSoj5KzqY-R3ctot7/s320/assistir+filme.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM0p5zWhh_33eypVOSIJWx01qvf9PrqqdarvMf3zvkZwucQbydN7G1fPJarWfm6W5adIzCR7ukQ0JuJIwmCmPBFRhXuPl7sWpJsDW9mPOvDrUA4dOWUM-3_A167egIOeN-wVC17u-IT_J-/s1600/tempo+%25C3%25A9+dinheiro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="217" data-original-width="227" height="382" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM0p5zWhh_33eypVOSIJWx01qvf9PrqqdarvMf3zvkZwucQbydN7G1fPJarWfm6W5adIzCR7ukQ0JuJIwmCmPBFRhXuPl7sWpJsDW9mPOvDrUA4dOWUM-3_A167egIOeN-wVC17u-IT_J-/s400/tempo+%25C3%25A9+dinheiro.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGzuxqp-Fr91YPzQo6NpVqemNv9L7V4Jc28qdAELLfNXf4mthtJ_ul6EgOojSVBXQJMNsXy_gkx02DaxRIVIS2mwL4xWSlPGFRM_sm5T3UcQ5DTt_PhvZr4apSJaY7b612cUAO5exuYlLs/s1600/controle+do+tempo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="148" data-original-width="256" height="231" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGzuxqp-Fr91YPzQo6NpVqemNv9L7V4Jc28qdAELLfNXf4mthtJ_ul6EgOojSVBXQJMNsXy_gkx02DaxRIVIS2mwL4xWSlPGFRM_sm5T3UcQ5DTt_PhvZr4apSJaY7b612cUAO5exuYlLs/s400/controle+do+tempo.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizoVgTegqpUPl4ZF6skIVr41wvqcErlCi8DX2cQCzTUgEaxYZMLnH0y53TRj8WNr6K0ljrAKuHOYu_gWEUy-c31eU5tVURXu-er75xOK5xyjgak94fkHj18_QXvyQPgbtBEwG54OnxOHK4/s1600/consumismo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="148" data-original-width="234" height="252" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizoVgTegqpUPl4ZF6skIVr41wvqcErlCi8DX2cQCzTUgEaxYZMLnH0y53TRj8WNr6K0ljrAKuHOYu_gWEUy-c31eU5tVURXu-er75xOK5xyjgak94fkHj18_QXvyQPgbtBEwG54OnxOHK4/s400/consumismo.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWkegigUHVaQVRmONYJF1tZNV7eB8VUzdjBVQMYeYeLdjazify-2DB0j6JSOLSl5hWGIFucSs4ErZe0r2ClHkhOJcfTBCdnAfQx1FH_ZR-PPm_piCkks15to81OfFgitBZKGzBgNWcf3om/s1600/sugar+tudo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="218" data-original-width="272" height="319" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWkegigUHVaQVRmONYJF1tZNV7eB8VUzdjBVQMYeYeLdjazify-2DB0j6JSOLSl5hWGIFucSs4ErZe0r2ClHkhOJcfTBCdnAfQx1FH_ZR-PPm_piCkks15to81OfFgitBZKGzBgNWcf3om/s400/sugar+tudo.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O filme tematiza a questão do tempo sob forma metafórica,
pois são os “senhores de cinza” que buscam roubar o tempo dos indivíduos. Uma
das cenas mais importantes é quando um senhor de cinza faz o cálculo do uso do
tempo do barbeiro, colocando o quanto ele gasta tempo com “coisas inúteis”
(cuidado da mãe, levar flores para uma mulher, ir ao cinema, etc.). Assim, o
filme mostra, metaforicamente, a desumanização e a destruição dos indivíduos
por causa do controle do tempo realizado pelo capital (os senhores de cinza) e
que as pessoas “não enxergam quem está mandando em seu mundo”. O tempo se torna
um problema e seu uso se torna desumanizado e a serviço do capital. Por isso é “tempo
roubado”. E outros aspectos derivados disso aparece: consumismo, competição, baixa
qualidade de programas televisivos, etc.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<span style="mso-no-proof: yes;"><!--[if gte vml 1]><v:shapetype id="_x0000_t75"
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</v:shape><![endif]--><!--[if !vml]--><!--[endif]--><!--[if gte vml 1]><v:shape id="Imagem_x0020_3"
o:spid="_x0000_i1027" type="#_x0000_t75" style='width:204.75pt;height:162.75pt;
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</v:shape><![endif]--><!--[if !vml]--><!--[endif]--></span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O filme também abre espaço para se pensar questões
existenciais, opondo um mundo de solidariedade em contraposição ao mundo da
busca incessante de “tempo” (lucro). Obviamente que isso tudo aparece metaforicamente
e por isso quem fica apenas no plano do universo ficcional verá apenas algo
pouco compreensível como os senhores cinzentos, a tartaruga Kassiopeia, Casa de
Lugar Nenhum, Mestre Hora, charutos, bibi-girls, flor-hora, etc. e uma aventura de uma
menina contra os vilões que querem dominar o tempo. Sem dúvida, é um filme que
traz uma mensagem fundamental e que expressa elementos que estão presentes no
livro no qual é baseado. Essa adaptação cinematográfica não deve ser comparada com
a obra literária, pois são duas formas de arte diferentes e dizer que o livro
tem mais riqueza é um truísmo, já que se fosse filmado o conjunto do que está
nele seria produzir um filme de dezenas de horas. E nenhum cineasta faria, pois
não teria “tempo” (dinheiro) e nem o público para assistir uma obra assim. O filme
consegue trazer elementos essenciais da obra literária e, mesmo que pudesse ter
trazido alguns elementos a mais, repassou o fundamental da mensagem que estava
na obra literária e produziu uma excelente obra cinematográfica. Um filme
humanista e axionômico, como poucos, e assim mostra sob forma ficcional uma questão
fundamental de nossa época. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
Assista ao filme:<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/7zlmdPtrvX0/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/7zlmdPtrvX0?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<br /></div>
<br />
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-65227009678307623892018-11-16T11:39:00.000-08:002018-11-16T12:22:41.871-08:00Loucura e Autoridade em “O Gabinete do Doutor Caligari”<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7MrfmS7CKfJdA6qckhmqeFi7br0qH2qkPgmgX7QR1cGZw3vm9vlKfHKr_Nx0agQKy0OVvT3PpyNCqEm7U960d9YtdexP78ZLr0Yxs0rDHx1yKEu83ZYJ5ayK-Mtno3qfSsWLFIq4uUBax/s1600/cabinet-of-dr-caligari-movie-poster.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1010" data-original-width="791" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7MrfmS7CKfJdA6qckhmqeFi7br0qH2qkPgmgX7QR1cGZw3vm9vlKfHKr_Nx0agQKy0OVvT3PpyNCqEm7U960d9YtdexP78ZLr0Yxs0rDHx1yKEu83ZYJ5ayK-Mtno3qfSsWLFIq4uUBax/s640/cabinet-of-dr-caligari-movie-poster.jpg" width="499" /></a></div>
<br />
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Loucura e Autoridade em “O Gabinete do Doutor Caligari”*<o:p></o:p></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 42.55pt;">
Nildo
Viana<o:p></o:p></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O filme <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Gabinete do Doutor Caligari</i>, Robert Wiene (Alemanha, 1919), é um
filme mudo que obteve diversas interpretações diferenciadas. Este será o mais
antigo e primeiro filme que realizaremos exposição escrita da assistência
crítica. Para tanto, colocaremos os itens que apresentamos nos procedimentos
para assistência crítica e apresentá-los sob a forma escrita. O mesmo
procedimento será realizado nos casos seguintes. <o:p></o:p></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVHw1XJmHtj8Ti2sek5F2kvr9md17_VeZloj4GTekbm5abXZzO4hfhhstvp50emxQuEk3e6zE-_vBOmnhTYKteAPHM1bn0fbOjySd9r-G1pAbIaeyFFhyphenhyphenQAExhtyGseZPPXQrVj-QE10f5/s1600/assistir+filme.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="477" data-original-width="846" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVHw1XJmHtj8Ti2sek5F2kvr9md17_VeZloj4GTekbm5abXZzO4hfhhstvp50emxQuEk3e6zE-_vBOmnhTYKteAPHM1bn0fbOjySd9r-G1pAbIaeyFFhyphenhyphenQAExhtyGseZPPXQrVj-QE10f5/s320/assistir+filme.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
A) Contextualização:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O filme <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Gabinete do Doutor Caligari </i>é uma obra do cinema mudo alemão de
1919. A Alemanha, neste período, passava por vários conflitos sociais. Após a
derrota na Primeira Guerra Mundial, muitos soldados voltaram para seu país e
uma tendência revolucionária tomou conta da Alemanha, com a chamada “Revolução
de Novembro de 1918” e formação dos conselhos operários e de soldados e a
instauração da República de Weimar. A pobreza e o desemprego aumentaram
drasticamente, bem como a inflação e outros problemas sociais. Isto, aliado com
a derrota na guerra e as sequelas derivadas dela, produziu um crescimento
enorme do descontentamento popular. A emergência dos conselhos operários ocorre
em 1918 e foram integrados na sociedade alemã, sendo que muitos foram
corrompidos ou hegemonizados pela social-democracia e em algumas cidades e
regiões se mantiveram forte e criaram repúblicas conselhistas ou tentativas
neste sentido.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
A República de Weimar levou a
social-democracia ao governo, aliado com<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>a Social-Democracia Independente e com a oposição da esquerda
representada pela Liga Spartacus, tendência dissidente da social-democracia,
tendo como principais líderes Rosa Luxemburgo e Karl Liebneckt, que foram
assassinados em fevereiro de 1919. Novas tentativas de revoluções proletárias
ocorreram durante 1919 até 1921, e as lutas sociais prosseguiram fortes até
1923.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Na esfera artística, o
expressionismo que havia surgido antes da Primeira Guerra Mundial, e assumia
uma postura crítica em relação à sociedade burguesa, acaba se politizando e
radicalizando ainda mais, tal como ocorreu principalmente no teatro, mas também
na poesia e outras formas de arte. O expressionismo era o principal movimento
artístico alemão do início dos anos 1920. Vários grupos expressionistas surgiram
após 1918, tal como o Grupo de Novembro (referência à Revolução de Novembro de
1918), O Conselho de Artistas (inspirado nos conselhos operários) e Grupo
Vermelho. O expressionismo unia crítica da sociedade capitalista e das convenções
sociais e formalismo, bem como expressava o desejo da concretização da
revolução social.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
B) Informações Preliminares: <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O filme foi produzido a partir
da ideia elaborada pelos roteiristas Hans Janowitz e Karl Mayer (também grafado
como Carl), sendo que este último será um dos principais roteiristas da época
do expressionismo cinematográfico alemão, sendo responsável por outras obras
importantes como <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Tartufo</i>, (Friedrich
Murnau, Alemanha, 1925). O diretor escolhido foi Fritz Lang, que, no entanto, devido
à produção de outro filme não levou o projeto adiante e o diretor acabou sendo Robert
Wiene. Inclusive é comum ver afirmações de que ele teria participação no
roteiro, o que não é verdade no que se refere ao roteiro original e quanto ao
que foi efetivamente filmado, ele apenas contribuiu sugerindo uma cena inicial
para introduzir o filme, mas não o seu conteúdo (Robinson, 2000).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Uma informação importante é a de
que o roteiro original foi alterado no processo de filmagem pelo diretor Robert
Wiene<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8711313444457196919#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, o que provocará inclusive
um processo sobre o filme por parte dos roteiristas. A cena inicial e a cena final
do filme, que criam uma moldura e uma espécie de filme dentro do filme, não
existiam no roteiro inicial e inverte a mensagem que os roteiristas queriam
passar, tal como mostraremos adiante.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
C) Identificação da Trama do
Filme:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
A trama do filme envolve a
questão da loucura e da autoridade. O narrador do filme – O personagem Francis
– mostra que o Doutor Caligari é um louco que é, ao mesmo tempo, um psiquiatra,
e usa os saberes psiquiátricos para conseguir atingir seus objetivos. Porém, no
final do filme, fica evidente pela moldura da cena inicial e final, que o
verdadeiro louco é o narrador. Na versão do diretor Wiene, tal como foi
produzido efetivamente o filme, a história de Caligari é apenas a invenção de
um louco. Claro que na versão dos roteiristas, Caligari é que seria o louco e
representante da autoridade, da psiquiatria, do governo alemão. Na versão dos
roteiristas, loucura e autoridade se identificam, enquanto que na versão do
diretor, são coisas opostas. Porém, como o filme foi “emoldurado” por Wiene, e
é essa a versão que chegou até nós, então a interpretação correta da trama do
filme é a questão da loucura e de quem é o louco na história.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
D) Identificação da Situação
Problema e da Mensagem Central.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
A situação-problema é,
inicialmente, a dos crimes do louco chamado Caligari, que, no final, se
descobre ser um psiquiatra. No entanto, há a cena final do filme no hospício
mostrando que o narrador é que é o louco, então a situação-problema passa a ser
a loucura do narrador e suas invenções. A mensagem central do filme é a dos
perigos da loucura e da necessidade da sanidade, da psiquiatria, para entender
e ajudar os loucos. A verdade está do lado da autoridade e do lado do louco
está a insanidade, os delírios. A narrativa, a parte mais longa do filme, é
mera alucinação que depois é reconhecida como tal no final do filme.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
E) Identificação da resolução
(ou não-resolução) da situação-problema:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
A resolução da solução
problemática se revela na cena final, na qual o psiquiatra e o contexto mostram
que o narrador é louco e, por conseguinte, que toda a história é invenção dele.
Assim, devido à simplificação<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>realizada
pelo diretor, o próprio filme perdeu sua força. A história de crítica à
autoridade se transformou numa história de um louco e a verdade que estava do
lado da contestação passa a estar do lado da autoridade, da ordem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
F) Relação do Universo Ficcional
e Relações Sociais:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Aparentemente tal filme não
possui nenhuma relação com a realidade social. Apenas revelaria os delírios de
uma mente perturbada. Sem dúvida, na versão dos roteiristas o filme era uma
metáfora da sociedade alemã, mas na versão açucarada do diretor, o filme
tornou-se uma obra que mostra os delírios de um louco. Claro está que o
processo social de produção do filme mostra a disputa na equipe de produção e a
vitória da versão do diretor, que também estava de acordo com os interesses
dominantes e dos financiadores da produção. Esta versão é a que chega para os
assistentes e é com base nela que se pode relacionar universo ficcional e
universo social.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O universo ficcional mostra uma
história que se desdobra a partir de uma narração. O filme se inicia com dois
personagens sentados em um banco com um deles terminando uma história e Francis
– o narrador do filme – começando outra narração. O narrador conta que ele e
seu amigo, Alan, tomaram conhecimento da chegada, em sua cidade, Holstenwall,
de uma feira itinerante cuja maior atração era o Doutor Caligari, que mostrava
o sonâmbulo Cesare, que teria o poder de adivinhar o futuro. Desde a chegada de
Cesare ocorreram mortes misteriosas, inclusive a do amigo do narrador, que
havia perguntado para Cesare que dia morreria e este afirmou que seria naquela
noite, o que ocorreu de fato. Depois o sonâmbulo seqüestra Jane, mulher
cobiçada pelos dois amigos, mas acaba morrendo. Francis procurou a polícia para
denunciar Caligari, mas não tinha provas. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Ele parte em busca de provas e,
depois de alguns insucessos, consegue chegar até o hospício onde Caligari teria
entrado. Lá consegue, junto com os demais psiquiatras, descobrir que o diretor
do hospício possuía um livro sobre sonambulismo e, através de suas anotações, que
havia sido internado um sonâmbulo no mesmo, bem como ele planejava usá-lo em
suas experiências, tal como o místico medieval chamado Caligari. Caligari é
internado após isto. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Na cena final, o narrador
reaparece sentado em um banco e continuando sua narrativa, até que outros
personagens aparecem e assim é revelado o ambiente da conversa: um hospício e
todos os personagens (Alan, Jane, Cesare, etc.) estão presentes e são internos.
Até que o diretor aparece e Francis o ataca dizendo que ele é, na verdade, o
Doutor Caligari. Após ser seguro e controlado, o diretor diz que finalmente
descobriu o mal que o assolava, que era confundi-lo com o místico medieval
Caligari, e que também teria descoberto a cura.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Neste sentido, os personagens
principais do filme colocam uma oposição: o narrador normal e o psiquiatra
louco que se revela, no final do filme, sendo outra: o narrador louco e o
psiquiatra normal. Essa oposição entre loucura e normalidade revela uma
determinada concepção de ciência e autoridade. Os valores objetivados no filme
são a autoridade e a ciência (ou, mais especificamente, a psiquiatria) e o
desvalor é a loucura, o irracional. Por detrás disso o filme revela um
ideologema que está objetivado nele: a concepção de que a loucura e o
irracional são maléficos e que a ciência e a autoridade são benéficas e que a
loucura é acompanhada por alucinações e a ciência pela verdade. O bom senso, a
racionalidade, a ordem, a segurança, que tem como precondição a autoridade e a
ciência, são defendidos. O resto é pura loucura, alucinação. Neste sentido, os
valores e concepções apresentados no filme são conservadores e refletem
determinados interesses de classe, em contradição com a versão original dos
roteiristas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
As consequências sociais do
filme são evidentes: o conformismo e o respeito à autoridade, por mais que se
desconfie dela ou os loucos a denuncie. Isto é ainda mais evidente se
lembrarmos o contexto histórico no qual o filme foi produzido e assistido: nos
conturbados anos de tentativa de revoluções proletárias na Alemanha, de busca
pelo proletariado de derrocada da autoridade, do governo, do capitalismo,
através dos conselhos operários e das Repúblicas de Conselhos criadas em
determinadas regiões e das lutas e tentativas em outras. Logo, a consequência
social do filme é contribuir para o estancamento da transformação social,
sendo, pois um filme conservador<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8711313444457196919#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
G) Reflexão após Assistência:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Uma vez encerrada a assistência,
o assistente pode refletir sobre o filme com mais tempo e profundidade. É de se
destacar os aspectos formais do filme, pois os cenários foram produzidos por
artistas plásticos expressionistas, embora haja controvérsias sobre de quem foi
a ideia, se dos roteiristas ou não, sendo que mostram uma visão deformada dos
objetos, sendo expressão da visão de um louco. Isto serviu para muitos
caracterizar o filme como expressionista e para delimitar se um filme era ou
não feito nos moldes do expressionismo. Porém, o expressionismo não é um
formalismo e sim, pelo contrário, um antiformalismo e esta interpretação não se
sustenta (Viana, 2009a). De qualquer forma, o filme possui méritos formais e
manifesta o expressionismo formalmente, relacionando o louco e sua percepção distorcida
da realidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Assim, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Gabinete do Doutor Caligari </i>é um filme expressionista de forma
bastante ambígua. O aspecto expressionista vem dos roteiristas e sua intenção
original, dos cenários, dos aspectos formais<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8711313444457196919#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>, mas não possui um aspecto
fundamental deste movimento artístico, o caráter crítico. Assim, o filme opõe
loucura e autoridade e nesta oposição revela sua preferência pela autoridade.
Este processo reforça as relações de poder estabelecidas na época e esse
conservadorismo datado transcende sua época, valendo para os dias atuais, já
que a situação atual não é muito diferente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
H) Avaliação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Gabinete do Doutor Caligari</i> é um filme perpassado por
contradições. Há duas histórias, uma dentro da outra, e isto possibilita a
determinados assistentes realizar uma interpretação equivocada do filme,
atribuindo-lhe um caráter crítico. Os aspectos positivos do filme são a parte
da narrativa de Francis sobre Caligari e os aspectos formais inovadores e bem
estruturados. O universo ficcional também pode ser visto como a manifestação da
perspectiva do dominante sobre a perspectiva dos dominados. Neste sentido, o
filme tem como mérito o aspecto formal e historicamente cumpriu o papel de
abrir espaço para outras experiências similares e para fortalecimento do
expressionismo, embora fosse apenas parcialmente expressionista. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
O aspecto negativo do filme é
justamente a moldura feita por Wiene, revelando que este diretor não
compartilhava a mesma perspectiva que o expressionismo. Da arte expressionista
ele apenas aproveitava sua capacidade e riqueza formal. Desta forma, o filme,
apesar das contradições e da moldura conservadora que recebeu, é uma obra
importante e com certa qualidade, o que se deve aos roteiristas (que permitiram
a existência da contradição no filme e a narrativa crítica que era a totalidade
e se transformou numa parte e por sua participação na produção do cenário), aos
pintores expressionistas e sua colaboração formal, aos atores (Werner Krauss,
Conrad Veidt, etc.). <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Um bom filme, embora nada de
espetacular e possuindo problemas e bem inferior à grande maioria dos demais
filmes expressionistas, apesar da tentativa de muitos de tentar fazer dele o
filme-modelo do expressionismo. Sem dúvida, se o diretor tivesse sido Fritz
Lang, certamente o filme teria sido diferente e com maior qualidade. De
qualquer forma, é uma obra que tem importância histórica no desenvolvimento do
cinema e que, apesar dos pontos negativos, abre questões importantes para se
pensar na sociedade moderna. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Sem dúvida, para quem parte da
assistência crítica, é um bom exemplo de como uma produção cultural
contestadora pode ser desfigurada e como é que uma perspectiva de classe (a dos
roteiristas) pode ser recuperada e deformada por outra perspectiva (a do
diretor), transformando-a em produção cultural conformista. Os roteiristas
partiam da perspectiva de Francis e o diretor da perspectiva de Caligari. Nesse
sentido, fica compreensível a transformação e o filme pode ser visto como a
narrativa dominante sobre um discurso crítico da autoridade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
* (Trecho do livro: VIANA, Nildo. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Como Assistir um Filme</i>. Rio de Janeiro: Corifeu, 2009). <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<!--[if !supportFootnotes]-->
<br />
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="line-height: normal; margin-left: 8.5pt; text-align: justify; text-indent: -8.5pt;">
<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8711313444457196919#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Estas informações estão disponíveis em alguns livro sobre história do cinema,
bem como de forma mais detalhada em Kracauer (1988) e principalmente Robinson
(2000). Também é possível conseguir algumas informações preliminares na
Internet, mas com o devido cuidado e cautela neste caso, pois muitas
informações equivocadas e falsas são apresentadas em blogs e outros sites. Por
exemplo, há vários sites que afirmam que o filme foi “escrito” pelo diretor
Wiene ou baseado na obra dele, o que é absolutamente inverídico e que é uma
invenção que não se sabe de onde saiu, pois este diretor nunca foi roteirista
e/ou escritor. Também é comum ver a afirmação de que se trata de um filme de terror,
o que é completamente falso (Viana, 2009a), embora esta interpretação
equivocada tenha base nos escritos de Kracauer e Eisner, que criou um certo
consenso nas representações cotidianas sobre isto. Por isso, as informações
adquiridas via Internet devem ser analisadas criticamente e a fonte deve ser
verificada.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="line-height: normal; margin-left: 8.5pt; text-align: justify; text-indent: -8.5pt;">
<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8711313444457196919#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
Obviamente que aqui se trata de uma interpretação correta, ou seja, do que o
filme realmente repassou para os assistentes. Isto, porém, pode ser subvertido
pela assistência projetiva ou assimiladora, transformando o que é conservador
em algo contestador. O próprio Robinson (2000) afirma que o desfecho do filme
não é tão claro quanto afirmaram Janowitz, um dos roteiristas, e Kracauer
(1988), pois na época dominava o ceticismo em relação à autoridade e o público
não aceitaria facilmente tal versão, podendo entender que o final expressa que
Caligari, com sua esperteza, conseguiu ludibriar a todos e internar Francis
como um louco. Este tipo de interpretação, obviamente, não resiste a uma
análise do filme e o que revela, no fundo, não é o que desfecho do filme
apresenta e sim o que o público quer (ou poderia querer) ver, ou seja, como a
assistência projetiva pode perceber o filme. Desta forma, Robinson confunde o
desfecho e seu caráter com o que o público poderia interpretar, de forma
arbitrária.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="line-height: normal; margin-left: 8.5pt; text-align: justify; text-indent: -8.5pt;">
<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8711313444457196919#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Os
aspectos formais são produtos da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">expressão</i>
do personagem que é louco e, portanto, vê as coisas de forma distorcida e por
isso não tem sentido buscar exigir tais formas em outros filmes
expressionistas, pois cada um expressa algo diferente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="line-height: normal; margin-left: 8.5pt; text-align: justify; text-indent: -8.5pt;">
<br /></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="line-height: normal; margin-left: 8.5pt; text-align: center; text-indent: -8.5pt;">
ASSISTA</div>
<div class="MsoFootnoteText" style="line-height: normal; margin-left: 8.5pt; text-align: center; text-indent: -8.5pt;">
O GABINETE DO DOUTOR CALIGARI - VERSÃO DE CARL MAYER E HANS JANOWITS</div>
<div class="MsoFootnoteText" style="line-height: normal; margin-left: 8.5pt; text-align: center; text-indent: -8.5pt;">
(ADAPTAÇÃO DE NILDO VIANA):</div>
<div class="MsoFootnoteText" style="line-height: normal; margin-left: 8.5pt; text-align: justify; text-indent: -8.5pt;">
<br /></div>
</div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/v8gtlna7bAI/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/v8gtlna7bAI?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-54523290168076038762018-11-15T11:44:00.000-08:002018-11-16T10:00:11.775-08:00A Corrosão Lucrativa<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgo5njNs8Zc1bM93cBWNlX5SuqvD9VjlEi33QG468o_ExIRhBaZYwaYzwKwczrZFm8GCyJlnW_JRWVEsJWD0Hx9HvmIPcxDmHRbZayBvXLfoUN6epoRJLbkvxt-vOtH7MvgtW676pkA9mg8/s1600/Corros%25C3%25A3o+-+Capa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="475" data-original-width="326" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgo5njNs8Zc1bM93cBWNlX5SuqvD9VjlEi33QG468o_ExIRhBaZYwaYzwKwczrZFm8GCyJlnW_JRWVEsJWD0Hx9HvmIPcxDmHRbZayBvXLfoUN6epoRJLbkvxt-vOtH7MvgtW676pkA9mg8/s320/Corros%25C3%25A3o+-+Capa.jpg" width="219" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<div class="WordSection1">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Corrosão – Ameaça <st1:personname productid="em seu Corpo" w:st="on">em
seu Corpo </st1:personname></span></i><span style="font-family: "arial" , sans-serif;">(Body Melt), dirigido por Philip Brophy (Austrália, 1993), é uma produção independente australiana. Ele um filme de baixo orçamento e que tem semelhança com o
filme <i>A Coisa</i>.
A semelhança consiste em transformar um fenômeno cotidiano - um alimento, uma
vitamina - em algo aterrorizador e, ainda, fazer crítica social. Trata-se de um filme de baixo orçamento e que é formalmente questionável, embora haja certa intencionalidade em certos procedimentos utilizados na sua construção formal.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">A história do
uso de uma droga experimental por uma clínica de saúde promove mutação e
desenvolvimento de um parasita que atinge até mesmo os seus funcionários. A
busca de um corpo musculoso mostra as conseqüências nefastas da corpolatria e
seu uso por aqueles que lucram com isso, de forma indiscriminada e independente
dos males que pode causar. </span><span style="font-family: "arial" , sans-serif;">No filme, o que é proporcionado é a corrosão dos corpos das vítimas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Assim, a corpolatria e outros fenômenos semelhantes são a motivação dos indivíduos para consumirem uma nova mercadoria e a publicidade aparece para convencer os consumidores de sua eficácia. A motivação para a venda é a mesma de toda e qualquer mercadoria: o lucro. E o motor da história do filme é justamente a busca do lucro. Assim, o filme mostra as relações sociais concretas da sociedade capitalista e que o objetivo da produção de mercadorias é o lucro e que para tal precisa de um mercado consumidor, e, assim, pouco se preocupa com as consequências negatias para os consumidores. Independente do fato da mensagem do filme ser intencional ou inintencional, isso é mostrado em <i>Corrosão</i>. O diretor, Philip Brophy (músico, cineasta, escritor), em entrevista, apenas revela que queria explodir certos tipos de pessoas e isso é realizado no filme. Assim, o mais provável é que os objetivos do diretor não aponte para uma crítica social intencional do processo de mercantilização, mas a conclusão sobre isso é evidente para quem vai além do universo ficcional e o relaciona com a realidade social.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , sans-serif;">Veja outros filmes com crítica social, </span><a href="https://www.youtube.com/playlist?list=PLAVWORAqllriok0PnUIFWK9WYic4ECkYd" style="font-family: arial, sans-serif;" target="_blank">clicando aqui</a><span style="font-family: "arial" , sans-serif;">.</span></div>
</div>
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><br clear="all" style="mso-break-type: section-break; page-break-before: always;" />
</span>
<br />
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><span style="font-size: small; text-align: justify;">Assista ao filme:</span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><span style="font-size: small; text-align: justify;"><br /></span></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/J6VGTMGBD0A/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/J6VGTMGBD0A?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<span style="font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;"><span style="font-size: small; text-align: justify;"><br /></span></span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-indent: 14.2pt;">
<br /></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-30431194506140501152018-11-12T10:35:00.000-08:002018-11-12T11:59:08.337-08:00O Estudante de Praga: Expressionismo e Crítica Social no primeiro Filme da História do Cinema<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-lXWpYA-s3ymRhK8EPj6BhSXIWkuwxnftAt1MuObnXgvbkwVzLdNWEbB-pWoSec0JVrsPg0gPN7QDTHNhcZHfxp4-KFS8qE1XpFBu3j5R9jL3Zutq2aO2GxABUVKvbRZOob5j-gkZfje9/s1600/Estudante+de+Praga.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="351" data-original-width="220" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-lXWpYA-s3ymRhK8EPj6BhSXIWkuwxnftAt1MuObnXgvbkwVzLdNWEbB-pWoSec0JVrsPg0gPN7QDTHNhcZHfxp4-KFS8qE1XpFBu3j5R9jL3Zutq2aO2GxABUVKvbRZOob5j-gkZfje9/s400/Estudante+de+Praga.jpg" width="250" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">O Estudante de Praga:<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 150%;">Expressionismo e Crítica Social no primeiro Filme da História do Cinema<o:p></o:p></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 150%;"><br /></span></b></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
Nildo Viana<o:p></o:p></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
“<i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Estudante de Praga</i>”
(Paul Wegener e Stellan Rye, Alemanha, 1913), é o primeiro filme da história do
cinema<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/Artigos%20de%20Blog/O%20Estudante%20de%20Praga.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. E pode ser considerado,
simultaneamente, como o primeiro filme expressionista<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/Artigos%20de%20Blog/O%20Estudante%20de%20Praga.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. O filme se destaca pelo
universo ficcional criado, que possui algumas fontes de inspiração e tematiza a
questão do duplo e da venda da alma, sendo a forma pela qual efetiva uma
crítica social da sociedade moderna. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3Bs1siMPQuTYLDGHAjxYhVPNs6qy_UhakoXEU6Wkb083UC7m6ZxHceP6X9ElV2L-cgumDFvzYI0emBdkkDw-Kx_auJi4uOnqapFYrVA9XqLwGTf068N0M1AuEgl066xuLtbLKi0zUbp9b/s1600/assistir+filme.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="477" data-original-width="846" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3Bs1siMPQuTYLDGHAjxYhVPNs6qy_UhakoXEU6Wkb083UC7m6ZxHceP6X9ElV2L-cgumDFvzYI0emBdkkDw-Kx_auJi4uOnqapFYrVA9XqLwGTf068N0M1AuEgl066xuLtbLKi0zUbp9b/s320/assistir+filme.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O filme narra a história de Balduin, um jovem esgrimista e
pobre, que se apaixona por uma mulher das classes superiores. O tema do homem
pobre apaixonado pela mulher rica aparece, mas não se trata do foco principal
do filme e nem de um filme romântico. Na era do cinema mudo, o filme aborda a
questão do “duplo” e da venda da alma. O amor de Balduin mostra é o que
justifica ele aceitar vender o seu reflexo no espelho em troca de dinheiro.
Porém, o reflexo ganha vida própria após sua venda e passa a infernizar a vida
de Balduin. O “outro eu” de Balduin é malvado e seus crimes são atribuídos a
ele. O desfecho do filme mostra o resultado de vender a alma em troca de
dinheiro, a morte.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Assim, para os assistentes desatentos, o filme pode parecer
apenas uma narrativa relativamente trivial, mistura da tematização do amor romântico
e de terror (alguns, inclusive, o consideram, equivocadamente, um filme de
terror)<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/Artigos%20de%20Blog/O%20Estudante%20de%20Praga.docx#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>. No entanto, a questão social
é o elemento fundamental do filme. O que ele mostra é um indivíduo pobre que ama
uma mulher de outra classe social. A classe social é uma barreira que torna a efetivação
do seu amor impossível. Para isso, ele precisa enriquecer. Essa é a motivação
para Balduin vender sua alma a Scapinelli e a solução de seu problema. A
crítica social se revela não apenas na divisão de classes, mas também na
tentativa de ascensão e enriquecimento, o que significa a sua autodestruição. O
tema recorrente da venda da alma ao diabo significa que o vendedor se
mercantiliza, vende o que tem de mais importante (a sua alma, a sua essência, e
o que seria, na concepção cristã, “eterna”) em troca de dinheiro ou qualquer
outra coisa (poder, por exemplo), o que significa sua corrupção e degradação. A
autodestruição de sua essência realizada com a venda do seu reflexo é completada
com sua autodestruição física. O dinheiro aparentemente permite realizar o
sonho de conquistar a mulher amada, mas revela a corrupção e destruição e a
perda não só daquela pela qual se apaixonou como também de si mesmo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Tendo em vista o ano em que foi produzido e que foi o
primeiro filme da história do cinema (indo muito além do experimentalismo que
existia anteriormente), trata-se de um filme relativamente simples, mas que
traz uma crítica social e profundidade que poucos terão durante alguns anos e
somente o desenvolvimento posterior do expressionismo permitirá obras
semelhantes ou superiores (VIANA, 2009). <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O
Gabinete do Doutor Galigari</i>, outro filme expressionista, e a obra cinematográfica
de Griffith, dão sequencia e permitem o aperfeiçoamento formal da produção fílmica.
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em síntese, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Estudante
de Praga</i> é um clássico do cinema por ter sido o primeiro filme no sentido
mais adequado desse termo, por ter sido o primeiro filme expressionista, e,
ainda, o primeiro filme contendo crítica social. O seu valor histórico, é,
portanto, inquestionável. E por isso é um filme que merece ser assistido e
recordado, bem como as refilmagens posteriores. E o seu conteúdo e sua temática
continuam atuais e a crítica social apresentada continua válido, inclusive
podendo ser estendida não mais apenas a casos individuais, mas a toda
humanidade, que está “vendendo seu reflexo” em troca de dinheiro e sua
autodestruição é uma possibilidade e uma tendência, se não alterar o seu trajeto.
Logo, é um filme excepcional pela época e por manter atualidade e que ganha
mais importância ainda com o crescente empobrecimento da produção fílmica, cada
vez mais superficial. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Referências<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="font-variant: small-caps;">Eisner</span>, Lotte. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Tela Demoníaca. As Influências de Max Reinhardt e do Expressionismo</i>.
2ª edição, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2002.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="font-variant: small-caps;">Kracauer</span>, Siegfried. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">De Caligari a Hitler. Uma História
Psicológica do Cinema Alemão</i>. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1988.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
VIANA, Nildo. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Concepção Materialista da História do
Cinema</i>. Porto Alegre, Asterisco, 2009.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
VIANA, Nildo. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Cinema e Mensagem</i>. Análise e
Assimilação. Porto Alegre: Asterisco, 2012.<o:p></o:p></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<!--[if !supportFootnotes]-->
<br />
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/Artigos%20de%20Blog/O%20Estudante%20de%20Praga.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Antes dele existiam obras
experimentais, com pequena duração, esboço de um universo ficcional que é extremamente
precário, etc. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Estudante de Praga</i> é
o primeiro que desenvolve um universo ficcional de forma mais aprofundada e por
isso sua duração também é maior do que as tentativas anteriores. Há também,
nesse filme, desenvolvimentos técnicos, entre outros elementos diferenciadores
dos demais. Alguns afirmam que o filme de D. Griffith, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Nascimento de uma Nação,</i> de 1915, 3 anos após, seria o primeiro
filme. Não há nenhum motivo para desconsiderar O Estudante de Praga como um
filme no sentido completo do termo e, portanto, colocar uma obra posterior como
sendo o primeiro filme. O Estudante de Praga foi produzido em 1912, mas parece
que foi para as telas do cinema no ano seguinte, pois a maioria das informações
sobre o filme colocam a data de 1913. É preciso esclarecer, ainda, que estamos
abordando o primeiro filme e não a primeira filmagem (que muitos afirmam ser de
1885, a exposição de uma filmagem dos irmãos Lumiére, embora, erroneamente,
afirmando que foi o “primeiro filme”), ou seja, qualquer gravação que tenha
sido realizada usando o cinematógrafo para isso. A respeito do conceito de
filme existe bibliografia que explica sua diferença em relação a qualquer
filmagem (VIANA, 2012), o que também o diferencia do documentário.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/Artigos%20de%20Blog/O%20Estudante%20de%20Praga.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Discordamos das
interpretações do expressionismo no cinema de Kracauer (1988) e Eisner (2002),
pois cometem vários equívocos ao desconhecer o verdadeiro caráter do movimento
artístico expressionista (VIANA, 2012).<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/Artigos%20de%20Blog/O%20Estudante%20de%20Praga.docx#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> Os filmes de terror só surgem
nos anos 1930, pois é quando surgem os gêneros cinematográficos. <o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/lc4KwHKLO1Y/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/lc4KwHKLO1Y?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br /></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-13145035453520022052018-11-10T11:27:00.000-08:002018-11-10T13:10:57.585-08:00A Absorção do Estado pelo Capital em “Rebelião no Século 21”<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwG5cEhW2BgjlovdkRlegubGjTmLtGUZfozaOkdQ31EyXbqbNMg34roph2CYugUBcrDBa0n6gIhrteukqpWOr5kkATe-cmw0siSpIaRH92ddhoIgFcKtVLLJcS92_XZd8rWlsc_z7UV-pX/s1600/rebeli%25C3%25A3o+band.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="574" data-original-width="369" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwG5cEhW2BgjlovdkRlegubGjTmLtGUZfozaOkdQ31EyXbqbNMg34roph2CYugUBcrDBa0n6gIhrteukqpWOr5kkATe-cmw0siSpIaRH92ddhoIgFcKtVLLJcS92_XZd8rWlsc_z7UV-pX/s640/rebeli%25C3%25A3o+band.jpg" width="410" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: large;">A Absorção do Estado pelo Capital </span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: large;">em “Rebelião no Século 21”*</span><o:p></o:p></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p>Nildo Viana </o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p><br /></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Passamos agora de 1961 para 1990, ano de lançamento de Rebelião no Século 21, ou seja, 29 anos depois. Trata-se de outro período histórico, com novas relações sociais, embora a essência da sociedade capitalista continue a mesma. Trata-se de uma sociedade muito mais avançada tecnologicamente, que já possui recursos tecnológicos muitos superiores para as produções cinematográficas, embora o acesso a eles seja restrito, devido à hierarquia existente no interior da sociedade capitalista e também no capital cinematográfico. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
A partir de 1980, quando se inicia um processo de mudanças sociais que iria se ampliando até chegar aos anos 1990, surgem produções de baixo orçamento e algumas destas de baixa qualidade, principalmente no aspecto formal. E também uma época em que a ficção científica ganha um novo fôlego, melhorando seu status e ganhando superproduções. É desta época filmes como <i>Mad Max</i>, George Miller (Austrália, 1979); <i>Matrix</i>, Andy e Larry Wachowski (EUA, 1999), <i>Blade Runner – O Caçador de Andróides</i> (EUA, 1982). As séries japonesas para TV também ganham destaque e público, apesar de sua péssima qualidade e repetição exaustiva, mostrando monstros e robôs gigantes, que estarão presentes em filmes A, B e C.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPAkNUze_2v3vTwEVczD2qlEX3pNEsffYQl64XJWwJ1M-9VRCqin9fHzHVGDdbI39ltuto2FzyiYR4OPZ5qbtGWqst707DMaC8ysM7rKeFDarPtil_Od5yBrHA6cMKL0HgnNCw9Np2VZYK/s1600/assistir+filme.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="477" data-original-width="846" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPAkNUze_2v3vTwEVczD2qlEX3pNEsffYQl64XJWwJ1M-9VRCqin9fHzHVGDdbI39ltuto2FzyiYR4OPZ5qbtGWqst707DMaC8ysM7rKeFDarPtil_Od5yBrHA6cMKL0HgnNCw9Np2VZYK/s320/assistir+filme.jpg" width="320" /></a></div>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<b>a)<span style="white-space: pre;"> </span>Contextualização</b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
O filme <i>Rebelião no Século 21</i>, de Charles Band (EUA, 1990), cujo título em inglês é <i>Crash and Burn</i>, é mais um entre os inúmeros filmes deste diretor. Ele é rotulado como um diretor de filmes trash, sendo muito criticado e até mesmo sofrendo qualificativos nada elogiosos em sites da internet. Charles Band dirigiu um filme interessante que os cegos mentais não podem enxergar. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Esta época é marcada por um conjunto de mudanças sociais. O novo período histórico que começa a emergir a partir dos anos 1980 com a ascensão do neoliberalismo, toyotismo e neoimperialismo, que caracterizam o regime de acumulação integral, provoca mudanças culturais significativas (Viana, 2003). Para o cinema, a mudança fundamental foi a hiper-mercantilização cultural que ocorre nesse período e atinge a produção fílmica.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
O neoliberalismo emergente a partir do Governo Ronald Reagan vai se consolidando nos Estados Unidos e se caracteriza por ser um Estado privatista e de defesa do livre mercado, bem como por se repressivo, ou como coloca o sociólogo Löic Wacquant, um “Estado Penal” (Wacquant, 2001). Esse caráter repressivo seria expresso na ideologia da “tolerância zero”, criada neste período, e nas práticas repressivas concretas do Estado norte-americano.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<b>b)<span style="white-space: pre;"> </span>Informações Preliminares</b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
As informações preliminares sobre este filme não são muitas. É um filme que foi dirigido por Charles Band, que chega a dirigir e produzir até 10 filmes por ano, a quem já fizemos uma referência, e que é produzida pela Full Moon Features, produtora especializada em filmes de baixo orçamento, ou seja, filmes C [1]. Band também produziu filmes em outros gêneros e alguns usando pseudônimo, tal como <i>A Fuga dos Monstros</i>, Robert Talbot (EUA, 1996), um filme infantil usando <i>stop-montion </i>[2] e foi produtor e responsável por um grande número de produções de filmes C.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Estes filmes possuem efeitos especiais limitados devido aos recursos escassos e seu aspecto formal tende a deixar a desejar. Neste caso, Charles Band é famoso por usar <i>stop-motions</i> que não são muito verossímeis e isto é prática comum devido ao baixo orçamento. Assim, os problemas formais neste tipo de filme são comuns. O conteúdo geralmente também apresenta problemas, pois a equipe de produção, além da falta de recursos, é composta por aqueles que não conseguiram um espaço nas grandes empresas cinematográficas, possuem salários mais baixos, entre outros problemas derivados. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Porém, dependendo da equipe de produção o filme terá maior ou menor êxito quando finalizado. O preconceito contra os filmes C [3], ou seja, que ficam distantes das superproduções centrais do capital cinematográfico, é reproduzido principalmente nos meios intelectualizados. É comum se pensar que todo e qualquer filme C é ruim. Isto é um equívoco, tal como prova este caso.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<b>c)<span style="white-space: pre;"> </span>Identificação da Trama</b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
A trama do filme é a luta dos rebeldes resistentes contra a Unicon, que provoca a situação problema marcada pela perseguição dos seres humanos pelos sintéticos [4] . A Unicon domina e controla os EUA e mais nove países, realizando uma espécie de ditadura privada, no qual uma empresa capitalista assume o papel que pertencia ao Estado. Isso gera a resistência, realizada pela UIL – União Independente de Libertação. A trama se desenvolve mostrando como a Unicon controla a sociedade civil, inclusive os meios de comunicação, e amplia ainda mais a degradação ambiental. Os personagens principais (Lathan e Arren) são da UIL, o que fica explícito posteriormente, e Tyson Keen acaba ajudando Arren e aderindo a UIL. A perseguição dos sintéticos aos seres humanos acaba ocupando a maior parte do filme. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<b>d)<span style="white-space: pre;"> </span>Identificação da Situação-Problema e da mensagem associada</b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
A situação-problema é justamente o perigo que os seres humanos correm devido ao domínio da Unicom. Isto cria a outra situação problemática, que é a mais presente no filme, que é a perseguição aos seres humanos pelos sintéticos e sua busca de sobrevivência. Assim, os sintéticos são representantes da Unicon, do capital monopolista, e perseguem os resistentes. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
A mensagem associada revela que o domínio do capital não somente degrada o meio ambiente e as relações sociais, como instaura um regime ditatorial para se reproduzir. O domínio total da “livre iniciativa”, das empresas capitalistas privadas, provoca a destruição do planeta e uma vida medíocre e decadente. Uma percepção sombria do futuro caso tal domínio continue é apresentada (ou seja, se houver continuação em relação ao que ocorre em 1990, ano que o filme foi produzido).</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<b>e)<span style="white-space: pre;"> </span>Identificação da Resolução da Situação-Problema</b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
A resolução da situação-problema ocorre com a destruição dos sintéticos e da fuga dos dois personagens sobreviventes, que vão se encontrar com outros membros da UIL, o que significa um fortalecimento da resistência e, portanto, uma esperança de que é possível uma mudança. Assim, no filme, a situação problemática principal é resolvida com a derrota dos sintéticos, enquanto que a outra, a do domínio da Unicom, fica não resolvida, mas os dois personagens humanos restantes partem para se unir com os resistentes, o que significa a possibilidade da derrota da Unicom. Neste sentido, há a mensagem da necessidade da luta e da possibilidade da vitória.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<b>f) Relação entre Ficção e Realidade Social</b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
O universo ficcional de Rebelião no Século 21 parece bem distante da realidade social contemporânea. O filme parece “pura ficção”. Porém, uma análise mais cuidadosa contribui para superar esta percepção superficial e entender que o filme manifesta a realidade social contemporânea e de forma crítica.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
A trama mostra o processo de perseguição dos dissidentes, a força de um regime marcado pelo domínio do capital monopolista, que pouco se distingue do atual domínio oligopolista em nossa sociedade. O filme apresenta uma ficção que é homóloga à realidade contemporânea, só que mais explícita e intensa. As empresas capitalistas oligopolistas dominam a sociedade civil, provocam destruição ambiental que atinge os seres humanos, controlam os meios de comunicação, colocam a ciência e a educação a serviço dos seus interesses, visando produzir ideologias e reforçar as representações cotidianas ilusórias para facilitar a dominação, eliminam os que resistem. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Trata-se de um filme de 1990, período do neoliberalismo hegemônico a nível mundial, no qual se pregava o “fim do Estado-nação” e a “globalização”, ideologias hegemônicas na época. Este período é marcado, portanto, pela expansão da ideologia do livre mercado, privatização de empresas estatais, etc. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Isto é importante para entendermos que o filme ocorre em 2030, mas a referência em matéria de passado no filme é 1990, ou seja, há um paralelo entre 1990 e 2030. O paralelismo não seria casual, pois 1990 é apresentado no filme como sendo o estopim de 2030 e, neste sentido, o último seria a radicalização do primeiro e, logo, é possível postular que a intenção do filme é realizar uma crítica do capitalismo contemporâneo (1990, data da produção do filme). O que o filme apresenta é a privatização do mundo e a devastação ambiental derivada disso. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Porém, para saber se a intenção crítica existia, seria necessário mais informações sobre o processo de produção social do filme e sobre a equipe de produção. Mas a crítica existe explicitamente, quando se afirma, por exemplo, que se assiste “a mesma porcaria na TV que há 40 anos”, ou seja, isto quer dizer que em 2030 a programação de TV é péssima e que isso é a mesma coisa que ocorria em 1990. Aqui o paralelismo é explícito.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Os valores objetivados no filme são os da liberdade, principalmente. A luta contra a ditadura da Unicom pelos personagens principais revela isto. Também o preconceito apresentado contra as prostitutas pelo apresentador de programas Winston demonstra este como algo negativo, sendo um desvalor. Da mesma forma, o programa televisivo educativo apresentado por Parice que é comparada por Lathan com “má educação” também expressa o processo educacional ideológico como desvalor.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
As concepções apresentadas no filme apontam para uma percepção crítica da ditadura, das empresas privadas gerirem a sociedade civil, da tutela dos meios de comunicação e educação por tais instituições.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<b>F) Reflexão Pós-Assistência</b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Em <i>Rebelião do Século 21</i> temos mais um filme de ficção científica que ocorre no futuro apresentando uma previsão sombria para a sociedade humana, sendo a manifestação de ucronia. Hoje se utiliza com mais freqüência o termo “distopia”, que, no entanto, é problemática. Etimologicamente, distopia seria o mesmo que utopia. Porém, o significado que se busca atribuir a distopia é o de algo não utópico, ou o seu contrário, pois se utopia é a sociedade desejável, a distopia seria a indesejável. A distopia se define pela utopia, como o seu par antagônico. A utopia é uma crítica da sociedade existente e a proposta de uma nova sociedade. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Já a palavra ucronia é usada como significando anacronismo, relativo a algo inserido no passado que não existiu. Nesse caso, a palavra anacronia é mais precisa. No entanto,a expressão ucronia aqui é empregue de forma diferente da usual. Aqui ela expressa uma crítica da sociedade existente, tal como a utopia, mas que ao invés de apresentar um projeto alternativo de sociedade, mostra a sociedade atual no futuro, seja como sua conseqüência (previsão de radicalização ou decadência), seja como metáfora, isto é, a construção fictícia de uma sociedade do futuro é apenas a atual sociedade mostrada de forma crua e alegórica.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
A palavra distopia, por sua vez, serviria apenas para expressar a concepção conservadora, declaradamente não utópica ou antiutópica, do futuro, não comportando uma crítica da sociedade existente e colocando o futuro como a não-utopia, seja pensando na imutabilidade da sociedade atual ou sua radicalização sem isso aparecer como algo negativo, mas positivo, ou, ainda, que ela faz a atual sociedade ser desejável. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
No cinema, exemplo de ucronia existem vários, geralmente inspirado em obras literárias, tal como 1984, Michael Radford (Inglaterra, 1984), mas também <i>THX 1138, Mad Max; Matrix</i>, entre outras. A manifestação de utopia no cinema é algo raríssimo, mesmo porque não traria uma trama tão envolvente, mas há algumas que não apresentam exatamente utopias e sim as limitações e dificuldades de algumas tentativas e projetos utópicos, tal como <i>A Praia</i>, Danny Boyle (EUA, 1999) ou <i>Utopia</i>, Leo Joannon (EUA, 1954), uma comédia com o Gordo e o Magro. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
O significado do filme <i>Rebelião no Século 21</i> é, por um lado, a crítica da sociedade norte-americana e do neoliberalismo; por outro, é manifestação de valores e concepções divergentes das dominantes, principalmente se lembrarmos que os anos 1990 foram marcadas por ampla hegemonia neoliberal, que até passou a ser chamado “pensamento único”, o que só iria diminuir após 1996 e principalmente 1999 e a emergência do chamado “movimento antiglobalização”. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Desta forma, o filme de Charles Band é uma ucronia que revela a crítica da sociedade capitalista contemporânea e a necessidade da luta e superação do domínio do capital sobre a sociedade civil. Tendo em vista que o filme foi produzido nos Estados Unidos, onde reina o pensamento conservador e o pensamento crítico é pouco cultivado, numa época de conservadorismo triunfante e radicalizado, então o filme ganha também uma importância histórica que deve ser ressaltada. Assim superamos também a idéia de que este filme, tal como qualquer outra, seja “ficção pura”. Ele é produto social e histórico, filho de seu tempo, e, ao mesmo tempo, agente sobre ele.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<b>G) Avaliação</b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Assim, a reflexão que se pode fazer sobre este filme é a de que ele cumpre um papel fundamental de demonstrar o poder do capital e seu domínio sobre a sociedade civil. No caso, o filme demonstra a absorção do Estado pelo capital num estágio de capitalismo avançado. Ele realiza uma reprodução da realidade da sociedade capitalista atual e, ao mesmo tempo, permite pensar o futuro como um processo de aprofundamento dos efeitos prejudiciais da destruição ambiental e das relações sociais fundadas na acumulação de capital. Também apresenta valores divergentes dos valores dominantes e uma concepção crítica da realidade social contemporânea.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
O aspecto formal do filme revela que não se trata de uma superprodução com grandes efeitos especiais. No entanto, também não é uma produção pouco verossímil, como grande parte dos filmes C. A verossimilhança não está ausente, mesmo porque o filme se passa, em sua maior parte, na Estação de TV e os únicos elementos que seriam necessários para garantir seus aspectos futurísticos seria o Robô gigante DV-8 e sua aparição, que não comprometem a verossimilhança. A organização da trama e alguns elementos formais são bem estruturados, o que significa que neste aspecto o filme não chega a ser espetacular mas também não compromete e tem vários elementos elogiáveis.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Em síntese, o filme, em sua totalidade, é superior a diversas superproduções hollywoodianas. Um filme C que é melhor do que inúmeros filmes A. Desta forma, aliado com o seu caráter crítico e ousado para o contexto social, se torna um dos principais filmes dos anos 1990, por mais que isto possa espantar os preconceituosos em relação ao diretor Charles Band.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
* Trecho do livro:</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
VIANA, Nildo. <i>Como Assistir um Filme?</i> Rio de Janeiro: Corifeu, 2009.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
1 - <span style="text-align: left; text-indent: -8.5pt;">Estes filmes são geralmente chamados
“trash” ou “filme B”, embora a primeira denominação nada acrescenta a não ser o
preconceito e a última seja equivocada, já que tais filmes pertenciam à outra
época e eram realizados pelas grandes produtoras para passar antes de um filme
principal, que seria o filme A, tal como colocamos anteriormente. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 10pt; text-align: left; text-indent: -8.5pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 10pt; text-align: left; text-indent: -8.5pt;">2 - </span><span style="text-align: left; text-indent: -8.5pt;">Tipo de animação que usa modelos reais, tal como massa de
modelar (massinha) que são movimentados e fotografados quadro a quadro. Em
alguns casos os personagens ganham verossimilhança e em outros não, dependendo
de diversos elementos. O filme </span><i style="text-align: left; text-indent: -8.5pt;">A Fuga das
Galinhas</i><span style="text-align: left; text-indent: -8.5pt;">, Peter Lord e Nick Park (EUA, 2000) é um exemplo de filme que usa
stop-motion. A verossimilhança é maior quando todo o filme é produzido desta
forma, mas quando é apenas parte, como </span><i style="text-align: left; text-indent: -8.5pt;">A
Fuga dos Monstros</i><span style="text-align: left; text-indent: -8.5pt;">, aí o efeito é bem menor, e isto se amplia quando o
boneco é mau feito e/ou o personagem é pouco verossímil.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="text-align: left; text-indent: -8.5pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="text-align: left; text-indent: -8.5pt;">3 - </span><span style="text-align: left; text-indent: -8.5pt;">Esta conceituação é bem mais adequada do que “trash”
(“lixo” em português, que revela o preconceito na própria denominação) e do que
Filme B, denominação inexata e descontextualizada historicamente. Já discutimos
isto de forma exaustiva, basta conferir o primeiro capítulo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="text-align: left; text-indent: -8.5pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span style="text-align: left; text-indent: -8.5pt;">4 - </span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-align: left;">Robôs de aparência humana, também chamados de “sinthoydes”.</span><br />
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-align: left;"><br /></span>
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-align: left;"><br /></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/0bxTTPBzoV8/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/0bxTTPBzoV8?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt; text-align: left;"><br /></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="line-height: normal; margin-left: 8.5pt; text-indent: -8.5pt;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="line-height: normal; margin-left: 8.5pt; text-indent: -8.5pt;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 8.5pt; text-indent: -8.5pt;">
<span style="font-size: 10.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<br /></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-59702728088926661072018-11-07T02:32:00.000-08:002018-11-07T02:32:40.419-08:00A Nós a Liberdade, Um Filme Axionômico<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: center;">
<div style="text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizJn6rjldS1rO2Kg4PFSY-GxNvAowh8Hl4eU_SeiLNR5CEexCvkfIBzk-V-VxAQlbOfvjGzs0WfgytRjtamj52x-clwZdKZ4uKVBNZg9o2dZg-qgodMfBg2yp0l_6GxODCq6azfJP0jJak/s1600/a-nous-la-liberte.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="828" data-original-width="1251" height="211" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizJn6rjldS1rO2Kg4PFSY-GxNvAowh8Hl4eU_SeiLNR5CEexCvkfIBzk-V-VxAQlbOfvjGzs0WfgytRjtamj52x-clwZdKZ4uKVBNZg9o2dZg-qgodMfBg2yp0l_6GxODCq6azfJP0jJak/s320/a-nous-la-liberte.jpg" width="320" /></a></div>
<b><span style="font-size: large;">A Nós a Liberdade, Um Filme Axionômico</span></b></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: right;">
Nildo Viana</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="p30" style="line-height: 150%; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 2.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
Um filme axionômico é <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A
Nós a Liberdade</i>, de René Clair (França, 1931). Claro que a percepção disto
é mais fácil assistindo ao filme. O filme mostra uma perspectiva crítica em
relação aos valores dominantes, o que pressupõe outros valores. Ao criticar o dinheiro,
trabalho alienado, o amor romântico, tal como no filme, há uma refutação de
determinados valores e uma apresentação de outros, tal como a amizade, a
liberdade (o trabalho não como alienação e sim como objetivação), o amor sexual
como parte e não como objetivo da vida. <o:p></o:p></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: 150%; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 2.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
Mas além desta crítica e dos valores antagônicos implícitos
nela, o filme apresenta explicitamente outros valores, antagônicos aos valores
dominantes. O filme ressalta a amizade como valor (acima dos interesses
financeiros), tal como se pode observar no reencontro entre os dois amigos
fugitivos da prisão. A cena apresenta o ex-prisioneiro que se tornou um
capitalista oferecendo dinheiro ao outro ex-presidiário. Este último recusa o
dinheiro e um acidente que provoca um ferimento gera uma situação que faz com
que o capitalista realize um ato de solidariedade. Isto permite o rompimento
com a desconfiança e a retomada da amizade. A canção principal do filme (dos
prisioneiros que se libertam) manifesta diversos valores e desvalores, tal como
se pode notar:<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Na vida, a liberdade é tudo o
que conta<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Mas o homem inventou a prisão,<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Códigos e leis, fazer e não
fazer.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Trabalho, escritórios e casas
também.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Você não concorda...<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">O que a vida pode ser?<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Meu velho amigo, a vida é
incrível<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Quando se está livre para ser
você mesmo.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Então vamos, vamos nos
libertar<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Ar fresco é bom para a saúde.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Em qualquer lugar, se tiver
uma chance,<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Em qualquer lugar, a vida é
uma melodia.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Em qualquer lugar, é vinho e
romance<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Então aqui estamos, nós dois e
a liberdade!<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Você nunca deveria ter pensado
em casamento<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Quando se nasceu para viver
viajando<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Enquanto espera que a idade da
sabedoria o possa trazer<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Pense no amor como um mero
episódio<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">É o nosso destino<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Velho companheiro<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Meu velho amigo, a terra é
redonda.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Haverá mulheres onde for<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Quando finalmente chegarmos ao
fim<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Será a hora de ir mais devagar<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Em qualquer lugar, se você
tiver a chance<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Em qualquer lugar, a vida é
uma melodia<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Em qualquer lugar, é vinho e
romance<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: normal; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Então aqui estamos, nós e a
liberdade!<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: 150%; margin-left: 0cm; text-align: center; text-indent: 2cm;">
<div style="text-align: justify;">
<o:p><br /></o:p></div>
</div>
<div class="p30" style="line-height: 150%; margin-left: 0cm; text-align: center; text-indent: 2cm;">
<div style="text-align: center;">
<span style="text-indent: 2cm;">Trecho do filme com a "canção da liberdade":</span></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/oMeQx1LFBrc/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/oMeQx1LFBrc?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="p30" style="line-height: 150%; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 2.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="p30" style="line-height: 150%; margin-left: 0cm; tab-stops: 29.0pt; text-indent: 2.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
Esta canção apresenta determinados desvalores, que trazem, em
si, determinados valores implícitos. Os valores explícitos são os da liberdade
(“a liberdade é tudo o que conta”), a vida (“a vida é incrível”), a
autenticidade (a vida é incrível “quando se está livre para ser você mesmo”), a
melodia (se a vida é um valor e depois se diz que “a vida é melodia”, então
esta última também é um valor), o romance, etc. No entanto, também apresenta
desvalores, que implicitamente carregam valores. Os desvalores são determinadas
invenções dos seres humanos: a prisão, códigos, leis, casamento. Por detrás de
todos estes desvalores há um valor implícito, o da liberdade. Assim, o filme <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Nós a Liberdade</i> é axionômico.</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
(TRECHO DO LIVRO: VIANA, Nildo. Os Valores na Sociedade Moderna. Brasília: Thesaurus, 2007).</div>
<br />
Assista o filme completo:<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/gwCfIhrBXI4/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/gwCfIhrBXI4?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<br />
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-85087259107228070162018-11-06T04:47:00.000-08:002018-11-12T12:48:43.316-08:00Billy Liar: Sonho e Covardia<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRiRFD8WLPFg-GqgrDmmU-1RP9qSJ8ZSlGfzlfSJ-mdJ4EhEx1mmMSd7Pz541uQoOyfi3SjbJllpB_AU3G2XsIm5DlCGcBOd7BoSdweNBzLcNnKCQ6XE_M45WL4ESX9FeryCBFdv3Vn-o/s1600/Capa+Billy+Liar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="789" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRiRFD8WLPFg-GqgrDmmU-1RP9qSJ8ZSlGfzlfSJ-mdJ4EhEx1mmMSd7Pz541uQoOyfi3SjbJllpB_AU3G2XsIm5DlCGcBOd7BoSdweNBzLcNnKCQ6XE_M45WL4ESX9FeryCBFdv3Vn-o/s640/Capa+Billy+Liar.jpg" width="466" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
BILLY
LIAR: SONHO E COVARDIA<o:p></o:p></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
Nildo Viana<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O filme <i>O Mundo
Fabuloso de Billy Liar</i> (John Schlesinger, EUA, 1963) é um filme aparentemente despretensioso, mas, no fundo, trata de uma questão fundamental
para os seres humanos. Billy Liar é um sonhador. Ele sonha para fugir da
cotidianidade capitalista. O filme, no fundo, realiza uma contraposição entre tal
cotidianidade e a insatisfação e sonhos que ela gera nos indivíduos. No início
do filme, as donas de casa buscam fugir da cotidianidade massacrante na qual não
podem desenvolver suas potencialidades através do rádio e da música, que
promovem, com o locutor citando seus nomes, um reconhecimento social que faz
ficar mais fácil suportar esse mundo vazio e repetitivo promovido pela divisão
social do trabalho. Além dessas “satisfações substitutas”, para usar termo
psicanalítico, há outra forma de fugir do cotidiano: o sonho acordado. Billy
Liar ilustra essa forma de evasão e o universo ficcional do filme gira em torno
disso.<o:p></o:p><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/Kspa9UB0jYY/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/Kspa9UB0jYY?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Trailer de "O Mundo Fabuloso de Billy Liar"</div>
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Após a cotidianidade das donas de casa, o filme mostra o início
do dia de Billy Liar. A dificuldade de acordá-lo para que ele vá para o
trabalho, pois ele está sonhando (acordado) que é um líder que luta pela
democracia e contra a ditadura. Ele é um membro da classe subalterna, um
empregado de escritório, que tenta dar sentido à sua cotidianidade através dos
sonhos de grandeza, nos quais ao invés de subordinado é líder. Assim, os sonhos
de Billy Liar mostram uma consciência contraditória: recusa a subordinação à
qual está submetido, mas aponta para sua superação tornando-se o líder e não mais
o “liderado”. As relações familiares também são motivo de insatisfação, pela situação
financeira (daí sonhar que sua família se tornou rica) e as cobranças, o que
significa negar a família (por causa das cobranças) e querer o melhor para ela
(a riqueza), em sua concepção.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O mundo fabuloso de Billy Liar consiste em suas fábulas e
revelam sua insatisfação, que, algumas vezes, manifesta o sentimento de ódio,
tal como nas cenas em que imagina metralhar outras pessoas (família, namorada,
etc.). Assim, um cotidiano marcado pela reprodução do capitalismo, nas
cobranças familiares de se tornar um adulto responsável, na cobrança de
casamento das namoradas, na cobrança de responsabilidade no emprego, mostra um
adulto inadaptado, infeliz, que ainda gostaria de ser um jovem<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/Artigos%20de%20Blog/Cinema%20e%20Sociedade/Billy%20Liar%20-%20Sonho%20e%20covardia.docx#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a> não inserido no mundo adulto
do trabalho, dos compromissos familiares, das relações amorosas. Billy Liar acaba
enfrentando diversos problemas derivados de sua insatisfação e do modo como
trabalha com ela: sonhos e mentiras. Os sonhos aliviam seu sofrimento (derivado
de sua não realização como ser humano e seu cotidiano insatisfatório) e as
mentiras são a forma como ele busca fugir dos seus problemas, da
responsabilidade e das atividades insatisfatórias. Ele foge da sua
responsabilidade no trabalho ao não entregar os calendários que o patrão
ordenou, foge do compromisso com as duas namoradas problemáticas, etc. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Billy Liar foge através da evasão<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/Artigos%20de%20Blog/Cinema%20e%20Sociedade/Billy%20Liar%20-%20Sonho%20e%20covardia.docx#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a>. A fuga da realidade é
acompanhada por uma pequena esperança de mudança. Assim, os “sonhos acordados”
de Billy Liar não geram uma “utopia”, como diria Ernst Bloch, mas geram a ideia
de superação de uma determinada realidade social. Ele pensa em se tornar um
roteirista e buscava concretizar isso através de um contato com o Danny Boon,
um comediante de TV. Assim, ele é um
sonhador e tenta concretizar um sonho realizável, ser roteirista. Isso é
compartilhado por Liz, que é diferente das duas namoradas que possui. Liz
também é sonhadora, mas sem os defeitos de Billy Liar, e corre atrás dos seus
projetos e por isso viaja e mora fora da pequena cidade do interior em
que nasceu. Eles fazem planos e Liz convence Billy Liar a viajar para Londres à
meia noite. Ele tem imprevistos, como a morte da avó, mas consegue chegar e
encontrar com Liz, mas inventa uma desculpa para descer do trem e acaba não
voltando e perdendo a viagem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Billy Liar acaba revelando que é um grande sonhador, mas tem
medo, não luta por concretizar seus sonhos mesmo quando tem a oportunidade.
Perde Liz e o sonho. Ele foge da realidade, mas ao mesmo tempo foge da
liberdade. A covardia é mais forte do que o sonho. Ele prefere voltar para a
segurança do seu lar, apesar de toda insatisfação e se refugiar num mundo de
fábulas e fantasias, tal como mostra o seu retorno para casa após perder o trem,
ao invés de realizar os seus projetos, os seus sonhos. Billy Liar é uma expressão
de milhões de indivíduos que estão insatisfeitos, sonham e projetam, não
conseguem e quando possuem oportunidade, se acovardam e retornam para a sua
cotidianidade. A fuga da liberdade que se observa até nos indivíduos que se
dizem revolucionários, aqueles que teriam sonhos utópicos mais amplos, mas logo
cedem ao pragmatismo, à escolha do “menos ruim” e até mesmo à defesa daquilo
que condenam. Billy Liar é uma legião, pois eles são muitos. Mas assim como
existem milhões de Billy Liar, existem milhares de Liz e por isso a esperança e
a luta pela realização dos sonhos e projetos continua.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Para assistir, <a href="https://photos.google.com/photo/AF1QipOAxaCPjnweHdcyErA45kBVI7TbJhz-6sJz3nRP" target="_blank">clique aqui</a>.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<!--[if !supportFootnotes]-->
<br />
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/Artigos%20de%20Blog/Cinema%20e%20Sociedade/Billy%20Liar%20-%20Sonho%20e%20covardia.docx#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a> Sobre juventude e o mito
do adulto-padrão, veja: VIANA, Nildo. <i>A Dinâmica
da Violência Juvenil</i>. Ar editora, 2014; VIANA, Nildo. <i>Juventude e Sociedade</i>. Ensaios sobre a Condição Juvenil. São Paulo:
Giostri, 2015.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn2">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/01%20Nildo%20Viana/03b%20Outros%20Escritos%20-%20pref%C3%A1cios%20entrevistas%20etc/Artigos%20de%20Blog/Cinema%20e%20Sociedade/Billy%20Liar%20-%20Sonho%20e%20covardia.docx#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a> Alguns chamariam de “alienação”,
mas este termo, no sentido marxista, remete a algo distinto, ao controle e
apropriação do trabalho e do seu resultado (VIANA, Nildo. A Alienação como
Relação Social. <i>Revista Sapiência</i>:
sociedade, saberes e práticas educacionais, v. 01, 2012.). O sentido do
conceito de evasão remete ao processo de escapismo, de fuga da realidade, que é
um fenômeno psíquico e não uma relação social como no caso da alienação.<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<br />
<br />
<iframe height="480" src="https://drive.google.com/file/d/1H5XHDW1vMezJDNcguFFhWkJ7g7lkQ6vH/preview" width="640"></iframe>
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
Veja o vídeo com a música de The Decemberists: "Billy Liar":</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/OvGJOqdpbeU/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/OvGJOqdpbeU?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<br /></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-54960209896371654882018-04-17T06:54:00.000-07:002018-04-17T06:54:04.336-07:00O Mecanismo e a corrupção brasileira<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-1XGxPG_vB66UNXbx2wXPynftZ1u-5msEp0h61TEnXe9tB1rfRN7SeO2b_q9PWUvasGHtenCqm2dZ-GKVxLqzVjzV94O6cVIf6mResz4Yn-L5utHkNiL0fxZgZMZDF_yOct6tZDSbYtMp/s1600/o+mecanismo.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="401" data-original-width="768" height="167" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-1XGxPG_vB66UNXbx2wXPynftZ1u-5msEp0h61TEnXe9tB1rfRN7SeO2b_q9PWUvasGHtenCqm2dZ-GKVxLqzVjzV94O6cVIf6mResz4Yn-L5utHkNiL0fxZgZMZDF_yOct6tZDSbYtMp/s320/o+mecanismo.jpeg" width="320" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O Mecanismo, série exibida exclusivamente pela Netflix, tematiza a questão da corrupção na sociedade brasileira, tendo como base os acontecimentos recentes da operação chamada "lava jato". Com Selton Melo como protagonista, a série está disponível na Netflix em sua primeira temporada, com oito episódios. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O tema fundamental é a corrupção e o universo ficcional gira em torno da sociedade brasileira e do caso da Lava Jato. Assim, doleiros, empresários (onde Bretch é o nome ficcional de Odebretch), policiais, juízes, políticos profissionais aparecem na trama, que é bastante enriquecida ficcionalmente, para ganhar mais atratividade. É nesse contexto que emerge o personagem Ruffo, interpretado por Selton Melo, e outros, que dão mais vida para a narrativa. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A série foi bastante criticada por petistas, sendo que alguns fizeram campanha de boicote da Netflix. A razão da crítica são as aparições da presidente e ex-presidente (Dilma e Lula, obviamente com outros nomes) e o envolvimento explicitado de ambos no processo de corrupção, inclusive o ex-presidente Higino aparecendo com um dos articuladores de bastidor das empreiteras. O estardalhaço petista é apenas a repetição de sempre: fazer o discurso da inocência de Lula e demais petistas, o que não condiz com a verdade. Sem dúvida, na série aparecem imagens e afirmações não comprovadas e por mais prováveis que tenham ocorrido, isso escapa de uma narrativa realista, a não ser que os produtores tenham acesso a informações que os demais não possuem. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">No entanto, a manifestação dos petistas deixou transparecer que era uma série "contra o PT", o que não é verdade. Logo no início, quando um doleiro é preso por Ruffo, ele diz que o advogado dele é o Ministro da Justiça e que estão envolvidos senadores, governadores, etc. (ou seja, diversos partidos, políticos, governantes) e vários partidos (são citados os maiores: PMDB, PSDB, PT). A intenção do doleiro é mostrar que Ruffo entrava numa guerra que já estava perdida para ele. No final da série, se apresenta a concepção do "mecanismo" (título da série) e novamente aponta a corrupção como algo generalizado, que está na vida cotidiana de todos e que se reproduz, excluindo os que estão fora. O nome da série acaba sendo entendido. Também aparece o discurso de que "todos os presidentes" estiveram envolvidos, que "não existe ideologia" (no sentido de concepção/doutrina política), que "não existe direita e esquerda". Em síntese, não se trata de um ataque ao PT, como quiseram fazer crer os petistas, embora haja um espaço especial para tal partido (mesmo porque era o partido do governo e somente nas mentes fantasiosas se poderia pensar que os petistas, incluindo os que foram presidentes, "não sabiam de nada") e sim uma apresentação da corrupção generalizada na sociedade brasileira. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O problema é que, pelo menos na primeira temporada, não aparece a raiz da corrupção, ou seja, o que a possibilita e produz. Se isto não for apresentado no decorrer da série, então significará uma naturalização da corrupção. Abaixo um link para um artigo explicativo da corrupção na sociedade brasileira e dois trechos da série na qual Ruffo aponta para o que é o "mecanismo".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><a href="http://informecritica.blogspot.com/2015/07/a-corrupcao-na-sociedade-brasileira.html" target="_blank">A Corrupção na Sociedade Brasileira </a>- Nildo Viana</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A corrupção generalizada:</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dx64MmLD54vYnTCnO3Z2JoRVAKORj814mnhTEzL-M89LVQ6wdt-UCTkJ10laNDVjRme1g38eChjowbDX-3ZRg' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O "Mecanismo", inexiste ideologia, direita e esquerda:</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dybalHoJaOFNe9GWr3RV1yJyG797u9H0kswCx9CRtGb7FOcpIucPT_DIjzANvqt_f-rNpo1WCaM-0BsTDE7uw' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-29588711341132657492018-02-01T02:47:00.001-08:002018-02-01T02:47:54.948-08:00Capitalismo e Cinema<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPzVjC4hGmK7oLl5xr-5TuR1qcfdr7QFccq0qzU6mSeXESl0X3fKtI3CQnbq7tj-7EJq30H66lKVS-41bNDcy_igmcv97i-KOpyt_ZH0I1-KhFuuOm_saUUu1lvxZVO-S9Z4a0ttJFFrqE/s1600/capitalismo+algemas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="392" data-original-width="576" height="271" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPzVjC4hGmK7oLl5xr-5TuR1qcfdr7QFccq0qzU6mSeXESl0X3fKtI3CQnbq7tj-7EJq30H66lKVS-41bNDcy_igmcv97i-KOpyt_ZH0I1-KhFuuOm_saUUu1lvxZVO-S9Z4a0ttJFFrqE/s400/capitalismo+algemas.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><br /></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b>CAPITALISMO E CINEMA<o:p></o:p></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right;">
<b><i>Nildo
Viana<a href="file:///G:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/02%20Artigos%20at%C3%A9%202015/2013/Artigos%20finalizados/Capitalismo%20e%20Cinema%20-%20Vers%C3%A3o%20Final.doc#_edn1" name="_ednref1" title=""><span class="MsoEndnoteReference">*</span></a></i></b><i><o:p></o:p></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;">Resumo:
o presente artigo discute a relação entre capitalismo e cinema, sob suas
diversas formas. O primeiro aspecto analisado é a produção capitalista do
cinema, visando analisar a constituição social dos filmes e seu envolvimento
com a sociedade capitalista e, em especial, com o capital cinematográfico. O
segundo aspecto analisado é a reprodução fílmica do capitalismo, ou seja, como
que os filmes reproduzem as relações sociais da sociedade capitalista em sua
produção ficcional. O terceiro aspecto é a forma naturalizante dessa
reprodução, expondo o processo de obras ficcionais que naturalizam a sociedade
capitalista. Por último, há uma análise de filmes que apresentam uma versão
ficcional crítica do capitalismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;">Palavras-Chave:
Capitalismo, Capital Cinematográfico, Cinema, Reprodução Fílmica, Crítica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">Abstract: This article
discusses the relationship between capitalism and cinema, in its various forms.
The first aspect analyzed is the capitalist production of film, aiming to
analyze the social constitution of the films and her involvement with
capitalist society and, in particular, the film capital. The second aspect
analyzed is the filmic reproduction of capitalism, ie, as the films reproduce
the social relations of capitalist society in its fictional production. The
third aspect is the naturalizing such reproduction, exposing the process of
fictional works that naturalize capitalist society. Finally, there is an
analysis of films that feature a fictional version of the critique of
capitalism.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="EN-US" style="font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: EN-US;">Keywords: Capitalism, Film
Capital, Movie, Filmic Reproduction, critical.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
O presente artigo busca analisar a relação entre cinema e capitalismo. A
relação entre cinema e capitalismo pode ser observada por vários aspectos. O
primeiro aspecto seria a percepção de que o cinema é um produto do capitalismo
e isto está ligado ao processo de discussão sobre os meios oligopolistas de
comunicação, tal como é destacado por alguns autores<a href="file:///G:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/02%20Artigos%20at%C3%A9%202015/2013/Artigos%20finalizados/Capitalismo%20e%20Cinema%20-%20Vers%C3%A3o%20Final.doc#_edn2" name="_ednref2" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a>.
Tendo em vista que um filme é um produto social e histórico, e ainda coletivo,
pois ao contrário de outras formas de arte raramente é produzido
individualmente, sendo geralmente produzido por uma equipe, então é fundamental
entender o seu processo de produção no interior da sociedade capitalista. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Outro aspecto é como o capitalismo é reproduzido no cinema, ou seja, como
os filmes reproduzem as relações sociais do capitalismo, em aspectos mais
particulares ou mais amplos. A reprodução fílmica do capitalismo é algo
natural, pois aqueles que produzem os filmes vivem nesta sociedade e tematizam
questões e fenômenos dessa sociedade, e, mesmo quando pensam outras sociedades,
historicamente anteriores ao capitalismo, o fazem a partir da percepção
produzida nesta sociedade sobre as demais. Assim, o capitalismo produz o cinema
e o cinema reproduz o capitalismo e, dependendo do que se focaliza, irá se
privilegiar o processo social de constituição do cinema e das produções
cinematográficas ou a produção fílmica em si. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Um terceiro aspecto, derivado desse primeiro, é que tal reprodução pode
ser naturalizante, tomando a sociedade capitalista como natural, ou crítica, na
qual o capitalismo é apresentado sob forma questionadora e mostrando suas
contradições e efeitos negativos sobre os seres humanos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Nesse sentido, as relações entre as produções cinematográficas e a
sociedade capitalista são complexas e realizaremos uma análise de alguns
aspectos fundamentais dessa relação. Ou seja, analisaremos a produção
capitalista do cinema, a reprodução fílmica do capitalismo sob a forma naturalizante
e sob a forma crítica<a href="file:///G:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/02%20Artigos%20at%C3%A9%202015/2013/Artigos%20finalizados/Capitalismo%20e%20Cinema%20-%20Vers%C3%A3o%20Final.doc#_edn3" name="_ednref3" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a>.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b>O Capital Cinematográfico, ou o a Produção
Capitalista do Cinema.<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
A forma de abordar a questão do cinema enquanto um processo de produção
cultural sempre remete aos termos “indústria cultural” e “indústria
cinematográfica”. Estes termos, no entanto, são problemáticos, pois a idéia de
indústria é relativamente “neutra”, focando mais a forma do que os elementos
essenciais do processo de produção, que é capitalista. A origem dessa
terminologia se encontra na sociologia norte-americana, através da ideologia da
“sociedade industrial”<a href="file:///G:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/02%20Artigos%20at%C3%A9%202015/2013/Artigos%20finalizados/Capitalismo%20e%20Cinema%20-%20Vers%C3%A3o%20Final.doc#_edn4" name="_ednref4" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></a>.
O mais adequado é trabalhar com os conceitos de capital comunicacional (VIANA,
2008) e capital cinematográfico (VIANA, 2009a; VIANA, 2012). O capital
cinematográfico é muito pouco compreendido, assim como a chamada “indústria
cultural” em geral. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Existem duas concepções da indústria cultural que influenciam a concepção
referente ao capital cinematográfico, chamado como “indústria cinematográfica”:
a concepção apologética e a concepção apocalíptica. A concepção apologética é
caracterizada por buscar exaltá-la e colocar que ela é expressão do público ou
da realidade; a concepção apocalíptica se caracteriza por considerar a
“indústria cultural” como um sistema de dominação ligado aos interesses capitalistas.
Ambas as concepções são equivocadas, embora a última esteja mais próxima da
realidade do que a primeira. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Sem dúvida, o capital comunicacional reproduz os valores e concepções
dominantes e visa o lucro acima de qualquer outra coisa. No entanto, existem
contradições no interior do capital comunicacional. Além dele não poder
controlar tudo o tempo todo, ele precisa garantir o lucro. A concepção por
detrás da produção cinematográfica, ou seja, a mensagem repassada pelo filme, tem
uma importância menor que a necessidade do lucro para o capital cinematográfico.
Por isso, o capital comunicacional produz e divulga filmes, obras de arte,
livros, etc., que são contrários aos interesses, valores, concepções,
representações do capitalismo. Por isso, existe a possibilidade de produção
crítica no interior do capital comunicacional e do capital cinematográfico,
mais especificamente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Essa dinâmica atua no caso do capital cinematográfico sob forma
específica, mas mantem as características gerais de todo o processo de produção
capitalista no âmbito cultural. Se existe público para filmes críticos, então
ela irá produzir tais filmes. Mas os filmes intencionalmente críticos são
poucos, pois não existe público tão grande assim para tais produções. Além
disso, os cineastas e agentes da produção cinematográfica podem fazer grandes
obras utilizando metáforas, sátiras, etc., tornando o seu caráter crítico de
difícil percepção para os dirigentes do capital cinematográfico, que observarão
apenas o retorno financeiro da produção (ou, no caso de alguns, apenas seus
aspectos técnicos ou a recepção do público). Por último, cabe destacar que
muitos produzem filmes que podem ser interpretados como crítica do capitalismo
sem que os seus produtores tivessem a menor intenção disto. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Assim, o capital cinematográfico não reproduz a dinâmica de qualquer
produção capitalista e seu objetivo fundamental é o lucro. Isso gera uma
contradição no seu interior, pois o capital cinematográfico, sendo um setor do
capital e que compartilha, através dos seus capitalistas, os valores,
interesses, representações, de uma determinada classe, a capitalista, e por
isso a mensagem que gostaria de repassar seria a que é comum para a mentalidade
burguesa. Contudo, ela visa o lucro e existe público que quer outras mensagens
ou que quer variações ou pelo menos formas mais reflexivas de produção fílmica,
tal como os setores intelectualizados da sociedade, gerando diversos públicos
que são levados em consideração quando se produz um filme, mas suas
contradições possibilitam esta produção crítica. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Isto é tão verdadeiro que até mesmo o capital cinematográfico é objeto de
críticas por parte de filmes, inclusive hollywoodianos. Podemos citar, neste
contexto, alguns filmes que realizam tal crítica do capital cinematográfico: <i>Belíssima</i>, Luchino Visconti (Itália,
1951); <i>Desprezo</i>, de Jean-Luc Godard
(França, 1963)<a href="file:///G:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/02%20Artigos%20at%C3%A9%202015/2013/Artigos%20finalizados/Capitalismo%20e%20Cinema%20-%20Vers%C3%A3o%20Final.doc#_edn5" name="_ednref5" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></a>, <i>O Dia do Gafanhoto</i>, de John Schlesinger
(EUA, 1975), <i>O Mundo Proibido</i>, Ralph
Bakshi (EUA, 1992); <i>Cecil Bem Demente</i>;
John Waters (EUA, 2000), e, principalmente, uma das grandes obras do cinema de
todos os tempos: <i>O Crepúsculo dos Deuses</i>,
Billy Wilder (EUA, 1950), a mais bem feita crítica a Hollywood.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b>A Reprodução Fílmica do Capitalismo, ou o
Capitalismo na Tela<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Existem várias formas de reprodução fílmica do capitalismo, isto é, a
reprodução do capitalismo através do cinema. Podemos destacar, em primeiro
lugar, o filme como reconstituição histórica inintencional, ou seja, o filme,
mesmo que seus produtores não tenham a intenção, acaba reconstituindo a
história de sua época, ou seja, de determinado momento da sociedade
capitalista. Porém, esta reconstituição histórica inintencional é feita sob
variadas perspectivas, dependendo da época, agentes de produção e outros
elementos envolvidos em determinada produção cinematográfica. Outra forma é o
filme que intencionalmente pretende revelar elementos da sociedade capitalista.
Este tipo de filme é mais raro e é, geralmente, mais crítico e forte. Os seus
agentes de produção tentam expressar as relações sociais na sociedade capitalista
e ao fazê-lo, revelam seus problemas, contradições, limitações, consequências.
Outra forma de mostrar o capitalismo através do cinema é por intermédio da
própria história do cinema, isto é, através da sucessão de filmes que assumem
determinadas características, valores, posições, que são típicos da época e são
determinados pela lógica do desenvolvimento capitalista. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
No entanto, uma coisa é a intencionalidade dos agentes de produção do
cinema, outra coisa é a interpretação e significação que o público, os críticos
e pesquisadores fazem<a href="file:///G:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/02%20Artigos%20at%C3%A9%202015/2013/Artigos%20finalizados/Capitalismo%20e%20Cinema%20-%20Vers%C3%A3o%20Final.doc#_edn6" name="_ednref6" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></a>.
Um filme produzido por quem não tem a menor intencionalidade crítica ou de
abordar o capitalismo pode ser considerado, pelo intérprete, como uma metáfora
do capitalismo. A proliferação de filmes de ficção científica que retratam um
futuro sombrio, pode ser interpretada como apenas uma manifestação ficcional da
realidade atual, isto é, do capitalismo. Isto decorre do fato de que o material
(a trama), os elementos constitutivos, a tecnologia e seu processo de produção,
e os agentes da produção (o diretor, os roteiristas e toda a equipe de
produção) respiram o capitalismo e são produtos do capitalismo, e, assim, o que
fazem em matéria de ficção é transportar a realidade da sociedade capitalista
para uma outra realidade que é sua reprodução sob outra forma. Até nos filmes
históricos, que buscam retratar outras épocas, a marca da sociedade capitalista
está presente, embora as roupas estejam fora de moda, as questões de fundo são
as da sociedade capitalista ou as da época interpretadas e apresentadas da
perspectiva de alguém que vive no capitalismo e não consegue escapar das suas determinações.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Em síntese, existe uma diversidade de formas de reproduzir o capitalismo
no cinema, seja focalizando o processo de trabalho, a vida dos trabalhadores, o
desemprego, o mercado, a cidade, as relações amorosas, entre milhares de outros
exemplos, seja focalizando as instituições, valores, efeitos psíquicos, da
sociedade capitalista. É possível uma reprodução da totalidade ou dos aspectos
fundamentais do capitalismo, como também de aspectos secundários ou
aparentemente desligados de seus elementos mais determinantes.<o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b>O Capitalismo no Cinema sob a Forma
Naturalizante<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Dentre as várias formas que o capitalismo pode ser abordado cinema a mais
comum é a descritiva, isto é, o tipo de produção que apenas reproduz a
sociedade existente. Se tal descrição revela os seus problemas sociais, então
assume um caráter que pode ser considerado com intenção crítica; caso
contrário, se focaliza questões isoladas em si mesmas ou mesmo sem grande
relevância social, ou apenas retrata a sociedade burguesa como algo natural,
então assume a feição apologética com caráter naturalizante. O caráter
descritivo significa que as posições daqueles que fazem a descrição não são explícitas,
são ocultadas, de tal forma que aparenta uma neutralidade, o que, na verdade,
não existe. Reproduzir a miséria dos trabalhadores em um filme é mera descrição
e isto pode ser considerado sob diversas maneiras (mas aqui o problema é da
interpretação e não da mensagem enviada), mas os produtores do filme tinham uma
intencionalidade, que poderia ser mostrar a situação precária de vida,
naturalizar a miséria, denunciar a superexploração, tratar de um fenômeno que
atrairia a atenção do público, etc. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Em cada uma dessas opções, há uma perspectiva de classe e uma concepção
do fenômeno, inclusive posição política, não necessariamente partidária (ligada
a partido político, embora isso também ocorra com bastante frequência). Aqueles
que querem denunciar a superexploração dos trabalhadores são os que estão
preocupados com o “excesso” e querem que alguém, o governo, por exemplo, tome
alguma providência. Já os que, de forma malthusiana, querem naturalizar, objetiva
apenas dizer que a vida é assim mesmo e por isso é preciso ver esta realidade e
deixá-la de lado, pois é preciso se preocupar com outras coisas ou apenas
minimizar com filantropia e coisas semelhantes. Os que querem mostrar a
situação precária de vida dos trabalhadores, apenas se contentam em dizer que
as coisas estão erradas e que talvez seja preciso mais “humanismo”, mais
“filantropia”, mais “políticas sociais”. Diferente é um filme que vai além da
descrição, que mostra o questionamento, ou seja, um caráter crítico, e aponta
para a necessidade e a possibilidade de transformação social. Desta forma, há a
descrição pretensamente crítica e a apologética.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Podemos citar como exemplo do primeiro caso os filmes do chamado
“neorrealismo italiano”, tal como os filmes de Luchino Visconti (<i>Terra Treme</i>, 1948; <i>Rocco e seus Irmãos</i>, 1960), Roberto Rossellini (<i>Roma, Cidade Aberta</i>, 1945), Vittorio de
Sica (<i>Ladrões de Bicicleta</i>, 1948),
Giuseppe de Santis (<i>Arroz Amargo</i>,
1948), entre outros. O neorrealismo foi aceito entusiasticamente por diversos
setores da intelectualidade e da esquerda, mas posteriormente alguns começaram
a perceber as limitações destes filmes, que não ultrapassam a realidade
existente, não apontando para uma crítica mais efetiva e para a concepção da
possibilidade de transformação social. A perspectiva de classe por detrás desta
produção cinematográfica não era proletária e sim ligada às classes auxiliares
da burguesia, unindo interesses de setores da produção cinematográfica com
setores político-partidários, tal como o PCI – Partido Comunista Italiano.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
O segundo tipo de filme é o mais comum e é constante nas grandes
produções hollywoodianas, tal como os filmes de ação que pregam a hegemonia
mundial norte-americana, bem com outros filmes que naturalizam as relações
sociais existentes em nossa sociedade, tal como <i>Love Story</i>, Arthur Hiller (EUA, 1970) ou <i>Wind – A Força dos Ventos</i>, Carroll Ballard (EUA, 1992). O primeiro
faz apologia do amor romântico e o torna o centro da vida humana; o segundo
coloca a competição (uma das características fundamentais das relações sociais
capitalistas e da mentalidade produzida por elas) como centro da história e a
vitória como o objetivo fundamental a ser conquistado. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Porém, existem outras formas de reprodução fílmica do capitalismo. Há
também os filmes que retratam momentos históricos específicos, tal como os
filmes mudos de Serguei Eisenstein (<i>O
Encouraçado Potemkim</i>, URSS, 1925; <i>A
Greve</i>, URSS, 1924; <i>Outubro</i>, URSS,
1928) e vários outros que surgiram colocando situações sociais sob a forma de
ficção ou utilizando acontecimentos históricos como base para a produção
cinematográfica<a href="file:///G:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/02%20Artigos%20at%C3%A9%202015/2013/Artigos%20finalizados/Capitalismo%20e%20Cinema%20-%20Vers%C3%A3o%20Final.doc#_edn7" name="_ednref7" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></a>. <o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b>A Crítica do Capitalismo no Cinema<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
A forma mais importante, no entanto, é aquela reprodução fílmica do
capitalismo que ultrapassa o nível da descrição e deixa explícito o
posicionamento da equipe de produção ou daqueles que conseguem impor sua
posição em determinada produção fílmica. É aquela que não é naturalizante e sim
crítica. Sem dúvida, existem várias formas de crítica social no cinema, desde a
totalizante até a fragmentária, que pode ser moralista ou pessimista (VIANA,
2013). Diversos filmes realizam uma crítica social moralista, tais como
diversos filmes norte-americanos que questionam o trabalho em favor da família,
como <i>O Mentiroso</i>, Tom Shadyac (EUA,
1997), uma de suas melhores expressões. O nosso foco aqui, no entanto, será
apenas a crítica social totalizante, radical, inclusive sem abordar suas
diferenças internas<a href="file:///G:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/02%20Artigos%20at%C3%A9%202015/2013/Artigos%20finalizados/Capitalismo%20e%20Cinema%20-%20Vers%C3%A3o%20Final.doc#_edn8" name="_ednref8" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></a>.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Este é o caso dos filmes produzidos na Alemanha, ainda durante o cinema
mudo, principalmente os filmes expressionistas. Destacaríamos, deste período,
entre outros, <i>Metrópolis</i>, Fritz Lang,
(Alemanha, 1927); <i>Tartufo</i>, F. Murnau
(Alemanha, 1926); <i>O Gabinete do Doutor
Galigari</i>, Robert Wiene, (Alemanha, 1920), apesar deste último ter seu final
e início deformado pelo diretor (VIANA, 2012). Também é o caso do realismo
poético francês dos anos 30, tal como os filmes de René Clair (principalmente <i>A Nós a Liberdade</i>, França, 1931) e os de
Jean Renoir (principalmente <i>A Regra do
Jogo</i>, França, 1936). É claro que o momento histórico e o caráter incipiente
do capital cinematográfico da época facilitavam a produção destas obras. Os
filmes do cineasta surrealista Luis Buñuel também merecem ser citados neste
contexto, tal como <i>Anjo Exterminador</i>
(México, 1962), entre outros. Os filmes do <i>Western
Spaghetti</i>, de Sérgio Leone, Sérgio Corbucci e Damiani Damiano são outros
exemplos. Alguns focalizam a expansão capitalista nos Estados Unidos, mas a
maioria toma a Revolução Mexicana e a luta dos trabalhadores contra a tirania
dos governos mexicanos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Há também os filmes de terror de George Romero, tal como <i>A Máscara do Terror</i> (França/Canadá/EUA,
2000) e seus filmes de zumbis e, inclusive, filmes dirigidos por outros
cineastas que são hollywoodianos e desprezados por isso, mas focalizam aspectos
da sociedade capitalista de forma crítica, tal como <i>A Coisa</i>, Larry Cohen (EUA, 1985) e <i>Corrosão – Ameaça em seu Corpo</i>, Phillip Brophy (Austrália, 1993),
entre outros. Inclusive antigos filmes B, como <i>A Pequena Loja dos Horrores</i>, Roger Corman (EUA, 1960), bem como os
filmes de ficção científica dos anos 50 sempre colocando os perigos da
radioatividade e da ambição capitalista que gera o seu uso indiscriminado. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Assim, os filmes de ficção científica, muitas vezes desprezados, bem como
os de terror, revelam aspectos essenciais da sociedade capitalista. Vários
filmes poderiam ser citados neste sentido como <i>Matrix</i>, Andy e Larry Wachowski (EUA, 1999); <i>Mad Max</i>, George Miller (Austrália, 1979); <i>Rebelião no Século 21</i>, Charles Band (EUA, 1990). Entre os filmes de
terror, além dos de George Romero, há os dirigidos por John Carpenter, tal como
<i>Eles Vivem</i> (EUA, 1988); <i>Christine – O Carro Assassino</i> (EUA,
1983); <i>Pesadelo Mortal</i> (EUA, 2005),
que avançam na crítica do capitalismo e alguns filmes fantásticos, como <i>Momo e o Senhor do Tempo</i>, Johannes
Schaaf (Alemanha, 1986), <i>O Fabuloso Mundo
de Billy Liar</i>, John Schlesinger (Inglaterra, 1963); <i>Donnie Darko</i>, Richard Kelly (EUA, 2001), poderiam ser citados como
exemplos de produções cinematográficas críticas<a href="file:///G:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/02%20Artigos%20at%C3%A9%202015/2013/Artigos%20finalizados/Capitalismo%20e%20Cinema%20-%20Vers%C3%A3o%20Final.doc#_edn9" name="_ednref9" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></a>.
Isto quer dizer, em poucas palavras, que não são apenas os filmes “realistas”
ou os dramas, que reproduzem a sociedade capitalista ou seus aspectos, ou mesmo
que realizam a sua crítica, pois a ficção científica, o terror, o fantástico, o
faroeste<a href="file:///G:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/02%20Artigos%20at%C3%A9%202015/2013/Artigos%20finalizados/Capitalismo%20e%20Cinema%20-%20Vers%C3%A3o%20Final.doc#_edn10" name="_ednref10" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></a>,
também o fazem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Sem dúvida, muitos outros poderiam ser citados, tal como os filmes
políticos de Costa-Gravas e de Elia Kazan. Até alguns filmes infantis poderiam
ser citados, como <i>Formiguinha Z</i>, Eric
Darnell e Tim Johnson (EUA, 1998), <i>História
Sem Fim</i>, Wolfgang Petersen (Alemanha, 1988). Também os filmes que abordam
instituições e relações sociais específicas do capitalismo, como <i>A Sociedade dos Poetas Mortos</i>, Peter
Weir, (EUA, 1989) e <i>Um Estranho no Ninho</i>,
Milos Forman (EUA, 1975) no qual se aborda a educação autoritária e o hospício,
respectivamente, contribuem com uma concepção do caráter da sociedade moderna. Uma
série de filmes recentes aborda questões atuais do capitalismo: <i>Clube da Luta</i>, David Fincher (EUA, 1999),
<i>O Show de Truman – O Show da Vida</i>,
Peter Weir (EUA, 1998); <i>V de Vingança</i>,
James McTeigue (EUA/Inglaterra/Alemanha, 2005), entre outros.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Obviamente que alguns filmes se destacam por reconstituir o capitalismo
de forma mais crítica e ampla, tal como é o caso de <i>Momo e o Senhor do Tempo</i>; <i>A
Nós a Liberdade</i>; <i>Quando Explode a
Vingança</i>, Sérgio Leone (Itália, 1972), entre outros. O filme <i>Momo e o Senhor do Tempo</i> mostra não só
como o capitalismo extrai o tempo dos indivíduos até a exaustão, como também
como subverte os valores, abole a comunicação entre os seres humanos e corrompe
os indivíduos. Já o filme <i>A Nós a
Liberdade</i> mostra o caráter destrutivo do trabalho alienado, da prisão e da
escola, além também de opor valores antagônicos e outros aspectos da sociedade
capitalista.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Em síntese, existe uma diversidade de filmes sobre o capitalismo. Seja
focalizando o processo de trabalho, a vida dos trabalhadores, o desemprego, o
trabalho alienado, seja focalizando as instituições, valores, efeitos
psíquicos, da sociedade capitalista. Há diversos filmes sobre acontecimentos
históricos, sobre juventude, sobre meios oligopolistas de comunicação, sobre
guerra, sobre destruição psíquica dos indivíduos, sobre meio ambiente, entre
inúmeras outras questões sociais importantes em nossa época. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
No entanto, apesar disso, a formação cultural e a não-reflexão faz com
que muitos filmes não sejam percebidos como realmente são, ou não percebendo o
que ele mostra. Esse já é o problema da recepção dos filmes. Muitos filmes
críticos são vistos como se não fossem nada mais do que mera ficção e isso é
mais forte no caso de filmes sem intencionalidade crítica que mostram aspectos
da sociedade capitalista que nem sequer são percebidos, o que remete para o
problema da forma de assistência dos filmes, pois isto, em parte, é derivado da
forma de assistência contemplativa, mecânica ou formalista que grande parte dos
assistentes realiza das obras cinematográficas (VIANA, 2009b). Tal percepção é
reforçada pelo preconceito e o elitismo cultural de muitos analistas e críticos
do cinema. <o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b>Considerações Finais<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Essas reflexões sobre a relação entre cinema e capitalismo nos permitem a
chegar a algumas conclusões. A mais importante delas é perceber que essa
relação está em todos os filmes, sob diversas formas, que revelam distintas
possibilidades de assistência e análise. A sociedade capitalista interfere em
todos os seus produtos culturais, seja no seu processo de produção (desde a
formação cultural dos indivíduos que realizam tal produção até o processo de
transformação da cultura em mercadoria, o que pressupõe financiamento,
distribuição, venda, etc.) seja no seu conteúdo, que reproduz, desde a forma
naturalizante já que é o ar que se respira até a forma crítica.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
O amplo universo de material fílmico existente traz uma multiplicidade de
possibilidades de análise da sociedade capitalista, desde que se supere as
formas prejudiciais de assistência, para o caso dos que não são pesquisadores
do cinema, através de uma assistência crítica (VIANA, 2009b) ou que se supere
as análises limitadas que são produzidas por muitos pesquisadores embasados em
concepções ideológicas ou no mero descritivismo pobre, que é dominante (VIANA,
2009a; VIANA, 2012). Ou seja, é preciso, no caso da assistência cotidiana, de
uma assistência crítica e, no caso de pesquisadores, possuir recursos
teórico-metodológicos adequados para realizar a análise fílmica. O capitalismo
está no filme, enxerguem ou não aqueles que o assistem.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 1.0cm; text-align: justify; text-indent: -1.0cm;">
<br /></div>
<br />
<div>
<!--[if !supportEndnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="edn1">
<div class="MsoEndnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///G:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/02%20Artigos%20at%C3%A9%202015/2013/Artigos%20finalizados/Capitalismo%20e%20Cinema%20-%20Vers%C3%A3o%20Final.doc#_ednref1" name="_edn1" title=""><span class="MsoEndnoteReference">*</span></a> Professor da
UFG – Universidade Federal de Goiás e Doutor em Sociologia pela UnB –
Universidade de Brasília. Email: nildoviana@ymail.com<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="edn2">
<div class="MsoEndnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///G:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/02%20Artigos%20at%C3%A9%202015/2013/Artigos%20finalizados/Capitalismo%20e%20Cinema%20-%20Vers%C3%A3o%20Final.doc#_ednref2" name="_edn2" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Destacaríamos a obra inaugural da reflexão sobre indústria cultural, de Adorno
e Horkheimer (1986) e alguns comentários contemporâneos: Santos (2008); Souza
(2008); Viana (2008). Uma das melhores análises, no nível teórico, sobre o
capital cinematográfico, é a de Prokop (1986).<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="edn3">
<div class="MsoEndnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///G:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/02%20Artigos%20at%C3%A9%202015/2013/Artigos%20finalizados/Capitalismo%20e%20Cinema%20-%20Vers%C3%A3o%20Final.doc#_ednref3" name="_edn3" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a> A
bibliografia que aborda tais questões são problemáticas devido aos
procedimentos teórico-metodológicos adotados. As abordagens que partem da
análise da ideologia nos filmes é problemática, não só por usar o termo
ideologia de forma equivocada e em contradição com sua base teórica, no caso o
marxismo, como é o caso de Lebel (), como também por seus recursos
metodológicos e teóricos serem precários. Os filmes não podem ser ideológicos,
no sentido marxista do termo, e sim ideologêmico, pois não manifestam as
ideologias existentes em toda sua complexidade ou em sua totalidade e sim
fragmentos delas, ideologemas, tal como no filme Teoria Mortal (), que reproduz
o ideologema da luta pela sobrevivência (VIANA, 2013).<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="edn4">
<div class="MsoEndnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///G:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/02%20Artigos%20at%C3%A9%202015/2013/Artigos%20finalizados/Capitalismo%20e%20Cinema%20-%20Vers%C3%A3o%20Final.doc#_ednref4" name="_edn4" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></a> A
ideologia da sociedade industrial foi constituída por diversos sociólogos
norte-americanos e acabou tendo alguns reprodutores na Europa Ocidental. Um dos
autores que se destaca na produção dessa ideologia é Dahrendorf (1977). Os
representantes da Escola de Frankfurt acabaram, apesar de suas divergências com
tais sociólogos, reproduzindo parcialmente sua linguagem, tal como Herbert
Marcuse.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="edn5">
<div class="MsoEndnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///G:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/02%20Artigos%20at%C3%A9%202015/2013/Artigos%20finalizados/Capitalismo%20e%20Cinema%20-%20Vers%C3%A3o%20Final.doc#_ednref5" name="_edn5" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></a> Os
filmes <i>Belíssima</i> e <i>Desprezo</i> são europeus e estão fora do
circuito hollywoodiano, mas sua produção foi realizado através do capital
cinematográfico italiano e francês, respectivamente, e embora seja um capital
diferenciado, por não ter o mesmo poderio que o norte-americano, como também
ter outro público principal, mas não mantém os mesmos interesses que o grande
capital cinematográfico mundial<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="edn6">
<div class="MsoEndnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///G:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/02%20Artigos%20at%C3%A9%202015/2013/Artigos%20finalizados/Capitalismo%20e%20Cinema%20-%20Vers%C3%A3o%20Final.doc#_ednref6" name="_edn6" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Sobre isso, consulte-se Viana (2012).<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="edn7">
<div class="MsoEndnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///G:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/02%20Artigos%20at%C3%A9%202015/2013/Artigos%20finalizados/Capitalismo%20e%20Cinema%20-%20Vers%C3%A3o%20Final.doc#_ednref7" name="_edn7" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Existem também os documentários que ou focalizam aspectos do capitalismo ou
apresentam uma concepção mais abrangente. O documentário <i>Surplus</i>, Erik Gandini (Suécia, 2003), por exemplo, coloca em
questão o consumismo, apesar de partir de posições questionáveis (o
primitivismo), assim como <i>The Corporation</i>,
Mark Achbar (Canadá, 2003), que mostra a importância e força das grandes
corporações. Porém, não consideramos que
o documentário seja um filme, pois este é uma obra de arte, logo, uma
“expressão figurativa da realidade” (VIANA, 2007) e por isso, tal como
colocamos em outro lugar, não se caracteriza como filme (VIANA, 2012).<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="edn8">
<div class="MsoEndnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///G:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/02%20Artigos%20at%C3%A9%202015/2013/Artigos%20finalizados/Capitalismo%20e%20Cinema%20-%20Vers%C3%A3o%20Final.doc#_ednref8" name="_edn8" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></a> No
interior de uma crítica totalizante do capitalismo, podemos dividir entre a crítica
radical e sua inspiração pode ser o marxismo, o anarquismo, etc., e a crítica
utópico-abstrata, inspirada num humanismo abstrato que para da ideia da bondade
natural do ser humano (VIANA, 2013).<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="edn9">
<div class="MsoEndnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///G:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/02%20Artigos%20at%C3%A9%202015/2013/Artigos%20finalizados/Capitalismo%20e%20Cinema%20-%20Vers%C3%A3o%20Final.doc#_ednref9" name="_edn9" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Este é o caso de vários filmes que são extremamente criticados, tal como <i>Mulher-Gato</i>, Jean Christophe Comar (EUA,
2004), por vários motivos, tal como sua pobreza formal (que, realmente, neste
aspecto deixou muito a desejar), etc., mas revelam aspectos importantes da
sociedade capitalista, tal como o capital farmacêutico e sua busca do lucro a
qualquer custo (VIANA, 2009b; MARQUES, 2009).<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="edn10">
<div class="MsoEndnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///G:/01%20Nildo%20Viana/02%20Artigos/02%20Artigos%20at%C3%A9%202015/2013/Artigos%20finalizados/Capitalismo%20e%20Cinema%20-%20Vers%C3%A3o%20Final.doc#_ednref10" name="_edn10" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoEndnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Aqui citamos apenas os filmes de faroeste do cinema italiano, mas há filmes
como os de John Ford, tal como <i>No Tempo
das Diligências</i> (EUA, 1939); <i>Vinhas
da Ira</i> (EUA, 1940), <i>Como Era Verde
Meu Vale</i> (1941), que fazem parte da tendência de reprodução e crítica
intencional do capitalismo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<br /></div>
<div class="MsoEndnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b>Referências<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 1.0cm; text-align: justify; text-indent: -1.0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 1.0cm; text-align: justify; text-indent: -1.0cm;">
<span style="color: windowtext; font-variant-caps: small-caps; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal;">ADORNO</span><span style="color: windowtext;">, Theodor e <span style="font-variant-caps: small-caps; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal;">HORKHEIMER</span>,
Max. <i>Dialética do Esclarecimento</i>. 2ª edição, Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 1986.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 1.0cm; text-align: justify; text-indent: -1.0cm;">
<span style="background: white; color: windowtext;">DAHRENDORF,
Ralph. Sociologia e sociedade industrial. In FORACCHI, Marialice e MARTINS,
José de Souza (orgs.). <i>Sociologia e
sociedade</i>. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1977.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="color: windowtext;">LEBEL, Jean-Paul. <i>Cinema
e Ideologia</i>. Lisboa: Estampa, 1975.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 1.0cm; tab-stops: center 230.3pt; text-align: justify; text-indent: -1.0cm;">
<span style="color: windowtext;">MARCUSE,
Herbert. <i>Ideologia da Sociedade
Industrial</i>. 4ª edição, Rio de Janeiro: Zahar, 1973.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 1.0cm; text-align: justify; text-indent: -1.0cm;">
<span style="color: windowtext; font-variant-caps: small-caps; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal;">MARQUES</span><span style="color: windowtext;">, Edmilson. <i>Para
Interpretar as Produções Cinematográficas</i>. In: <span style="font-variant-caps: small-caps; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal;">VIANA</span>, Nildo. <i>Cinema e
Mensagem.</i> Análise e Assimilação. Porto Alegre: Asterisco, 2012.<i> </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 1.0cm; text-align: justify; text-indent: -1.0cm;">
<span style="color: windowtext; font-variant-caps: small-caps; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal;">PROKOP</span><span style="color: windowtext;">, D. <i>O Papel da
Sociologia do Filme no Monopólio Internacional</i>. In: <span style="font-variant-caps: small-caps; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal;">FILHO</span>, Ciro M. (org.). <i>Prokop</i>.
São Paulo: Ática, 1986.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 1.0cm; text-align: justify; text-indent: -1.0cm;">
<span style="color: windowtext; font-variant-caps: small-caps; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal;">SANTOS</span><span style="color: windowtext;">, Jean Isídio. <i>Cinema
e Indústria Cultural</i>. In: <span style="font-variant-caps: small-caps; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal;">Viana</span>,
Nildo (org.). Indústria Cultural e Cultura Mercantil. Rio de Janeiro: Corifeu,
2008.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 1.0cm; text-align: justify; text-indent: -1.0cm;">
<span style="color: windowtext; font-variant-caps: small-caps; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal;">SOUZA</span><span style="color: windowtext;">, Erisvaldo. <i>A
Renovação da Teoria da Indústria Cultural em Prokop</i>. In: <span style="font-variant-caps: small-caps; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal;">Viana</span>, Nildo (org.). <i>Indústria Cultural e Cultura Mercantil</i>.
Rio de Janeiro: Corifeu, 2008.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 1.0cm; text-align: justify; text-indent: -1.0cm;">
<span style="color: windowtext; font-variant-caps: small-caps; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal;">VIANA</span><span style="color: windowtext;">, Nildo. <i>A
Concepção Materialista da História do Cinema</i>. Porto Alegre: Asterisco,
2009a.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 1.0cm; text-align: justify; text-indent: -1.0cm;">
<span style="color: windowtext; font-variant-caps: small-caps; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal;">VIANA</span><span style="color: windowtext;">, Nildo. <i>A
Esfera Artística. </i>Marx, Weber, Bourdieu e a Sociologia da Arte. Porto
Alegre: Zouk, 2007.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 1.0cm; text-align: justify; text-indent: -1.0cm;">
<span style="color: windowtext; font-variant-caps: small-caps; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal;">VIANA</span><span style="color: windowtext;">, Nildo. <i>Cinema
e Mensagem.</i> Análise e Assimilação. Porto Alegre: Asterisco, 2012.<i> </i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 1.0cm; text-align: justify; text-indent: -1.0cm;">
<span style="color: windowtext; font-variant-caps: small-caps; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal;">VIANA</span><span style="color: windowtext;">, Nildo. <i>Como
Assistir um Filme?</i> Rio de Janeiro: Corifeu, 2009b.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 1.0cm; text-align: justify; text-indent: -1.0cm;">
<span style="color: windowtext;">VIANA, Nildo.
Imaginário e Ideologia. As Ilusões no Pensamento Complexo e nas Representações
Cotidianas. Revista Espaço Livre. Vol. 08, num. 15, jan-jul. 2013.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 1.0cm; text-align: justify; text-indent: -1.0cm;">
<span style="color: windowtext; font-variant-caps: small-caps; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal;">VIANA</span><span style="color: windowtext;">, Nildo. <i>Para
Além da Crítica dos Meios de Comunicação</i>. In:<span style="font-variant-caps: small-caps; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal;"> VIANA</span>, Nildo (org.). <i>Indústria
Cultural e Cultura Mercantil</i>. Rio de Janeiro: Corifeu, 2008.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 1.0cm; text-align: justify; text-indent: -1.0cm;">
<span style="color: windowtext;">VIANA, Nildo. <i>Quadrinhos e Crítica Social</i>. O Universo
Ficcional de Ferdinando. Rio de Janeiro: Azougue, 2013.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoEndnoteText" style="text-align: justify;">
---------<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
Publicado originalmente em:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
VIANA, Nildo. Capitalismo e Cinema. <i>ALCEU - Revista de Comunicação, Cultura e Política.</i> PUC-RJ, v. 14 -
n.27 - p. 66 a 76 - jul./dez. 2013.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoEndnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
Disponível em: <a href="http://revistaalceu.com.puc-rio.br/media/5alceu27.pdf">http://revistaalceu.com.puc-rio.br/media/5alceu27.pdf</a>
<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-78274284014228183122018-01-19T10:18:00.000-08:002018-01-19T10:18:01.940-08:00Yelow Submarine - The Beatles, o Filme<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Abaixo o filme "Yelow Submarine", The Beatles:<br />
<br />
<br /></div>
<iframe src="https://drive.google.com/file/d/0B4TgcavdkNkjbHg2RksyMHc0cUk/preview" width="640" height="480"></iframe>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-39979664897502086722017-12-29T07:25:00.003-08:002017-12-29T07:25:52.758-08:00Em quarta temporada, 'Black Mirror' questiona relações humanas essenciais<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<h1 itemprop="headline">
Em quarta temporada, 'Black Mirror' questiona relações humanas essenciais</h1>
<div>
<table class="articleGraphic rs_skip"><tbody>
<tr><td class="articleGraphicSpace rs_skip" rowspan="3"><br /><div style="text-align: right;">
Luciana Coelho</div>
</td></tr>
</tbody></table>
</div>
<br /><table class="articleGraphic rs_skip"><tbody>
<tr><td class="articleGraphicSpace rs_skip" rowspan="3"><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /></td>
<td class="articleGraphicCredit rs_skip"><br /></td>
<td class="articleGraphicSpace rs_skip" rowspan="3"></td>
</tr>
<tr>
<td class="articleGraphicImage rs_skip"><img alt="A atriz Letitia Wright em episódio da quarta temporada de "Black Mirror"" border="0" height="351" src="https://f.i.uol.com.br/fotografia/2017/12/28/15145032445a457c4c76084_1514503244_3x2_md.jpg" width="620" /></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
Qual o seu maior medo? Perder o filho? Ser perseguido e acossado? Se
descobrir vigiado e ser punido por aquilo que julgava estar fazendo em
privado? Ser manipulado pelos desígnios de outra pessoa? Ou nunca
encontrar sua alma gêmea, fadado a um sem-fim de relações inócuas?
<br />
"Black Mirror", a <a href="http://www1.folha.uol.com.br/colunas/mauriciostycer/2016/11/1829772-ao-imaginar-o-futuroblack-mirror-tambem-desenha-os-caminhos-da-tv.shtml">série criada pelo britânico Charlie Brooker</a> que questiona os reveses da nossa simbiótica relação com a tecnologia, volta à Netflix nesta sexta (29) com uma <a href="http://www1.folha.com.br/ilustrada/2017/12/1946738-confinamento-prevalece-em-temas-da-quarta-temporada-de-black-mirror.shtml">quarta temporada</a> igualmente provocativa, embora <a href="http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2016/10/1826401-black-mirror-tem-episodios-que-vao-de-ruim-a-otimo-veja-avaliacoes.shtml">menos ambiciosa e inspirada que as anteriores</a>.
<br />
Se antes no centro da série estavam nosso comportamento como grupo e a
relação com hardwares e softwares em si, a atenção, ao menos nos
episódios mais bem sucedidos da nova leva, recai sobre as relações
humanas essenciais (família, sexo, trabalho) e como as temos filtrado
por meios nem sempre benignos.
<br />
<div class="gallery">
<a href="https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/nova/1588074783502129-4-temporada-de-black-mirror#foto-1588074783541673"><img alt="4ª temporada de Black Mirror" border="0" src="https://f.i.uol.com.br/fotografia/2017/12/28/15145059675a4586efbf3b3_1514505967_3x2_md.jpg" /></a>
</div>
O trunfo é "Arkangel", episódio dirigido por Jodie Foster, que já
trabalhara atrás da câmera para a plataforma de streaming em dois
episódios de "Orange is the New Black" e um da proscrita "House of
Cards".
<br />
Na estreia da temporada, ela aborda o laço mãe e filha e o medo atávico
que os pais têm de perder a prole, no sentido literal e figurado.
<br />
Após ver a filha pequena sumir em um parquinho, uma mãe (Rosemarie
DeWitt) resolve oferecer a menina como cobaia para uma empresa de
monitoramento parental. O produto em teste é um implante com um filtro
similar ao que impede crianças de assistirem a programas inadequados
para sua idade, mas que a poupa do mundo real.
<br />
Em "Hang the DJ", que evoca Smiths e faz lembrar o capítulo mais pop da
temporada anterior, "San Junipero", um casal se submete a um aplicativo
de namoro que dita do momento do primeiro encontro ao que comerão e o
tempo de vida que terá o relacionamento, até que se ache o parceiro
definitivo. Pode ser superlativo, mas não é nada tão diferente do que
temos em curso.
<br />
No mais estrelado dos seguimentos, "USS Callister", um programador
genial prende versões virtuais de seus afetos e desafetos em um jogo que
emula o visual "Star Trek", no qual ele tem todos os poderes e glórias.
<br />
Jesse Plemons, Jimmi Simpson e Cristin Milioti, que nos últimos anos se
destacaram como coadjuvantes em "Breaking Bad", "WestWorld" e "How I Met
Your Mother", respectivamente, estão no elenco.
<br />
Os episódios não são <a href="http://www1.folha.uol.com.br/colunas/lucianacoelho/2015/12/1718021-black-mirror-e-otimo-conto-de-terror-para-adultos.shtml">aterradores como nas demais</a> temporadas, talvez por tratarem mais de presenças do que de ausência; mais de relações comuns do que de pontos fora da curva.
<br />
<br />
Mesmo assim, continuam eficazes ao nos fazer questionar se temos usados a
tecnologia para benefício nosso e de outras pessoas. É um bom jeito de
encerrar este ano.<br />
--------------<br />
Publicação original:<br />
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/lucianacoelho/2017/12/1946743-em-quarta-temporada-black-mirror-questiona-relacoes-humanas-essenciais.shtml?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=newsfolha </div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-19113623265104900062017-10-02T03:03:00.002-07:002017-10-02T03:03:27.918-07:00O Filme "O Jovem Karl Marx" para assistir<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/KzLzo6bGrhs/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/KzLzo6bGrhs?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<br />
<span style="background-color: white; color: #111111; font-family: "roboto" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">Filme, "O Jovem Karl Marx".
Direção: Raoul Peck.
Ano: 2017.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #111111; font-family: "roboto" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">Legenda em português: Nildo Viana
Veja comentário sobre o filme: </span><br />
<span style="background-color: white; color: #111111; font-family: "roboto" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">Karl Marx no Cinema - <a href="http://informecritica.blogspot.com.br/2017/08/karl-marx-no-cinema.html">http://informecritica.blogspot.com.br/2017/08/karl-marx-no-cinema.html</a>
</span>http://informecritica.blogspot.com.br...<span style="background-color: white; color: #111111; font-family: "roboto" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">
O Filme "O Jovem Karl Marx" apresenta parte da juventude de Karl Marx, de 1842 até 1848, sua vida pessoal, dilemas, bem como as polêmicas e lutas políticas em anos conturbados politicamente e sua passagem e expulsão de diversos países (foi expulso da Alemanha, França e Bélgica). Dirigido por Raoul Peck, diretor haitiano e que ficou conhecido com seu documentário "Eu não sou seu negro", que tematiza a questão racial, é um filme extremamente importante por destacar uma das figuras mais famosas da história do pensamento ocidental e das lutas políticas da modernidade. O destaque do filme é a luta de Marx para fazer avançar o movimento operário, numa época dominada pelo "socialismo sentimental", o que o faz, ao lado de Engels, entrar num embate político e intelectual, cujo resultado foi o enfraquecimento do utopismo e constituição de uma expressão teórica do movimento revolucionário do proletariado, o marxismo. O filme ajuda a compreender melhor Karl Marx, o seu contexto histórico e evolução política e intelectual.
O filme foi exibido, no Brasil, pioneiramente pelo Ruptura - Espaço Cultural (</span><a class="yt-simple-endpoint style-scope yt-formatted-string" href="https://www.youtube.com/redirect?event=video_description&v=KzLzo6bGrhs&redir_token=Uhb_uGY3wM5v57aLL0G6WtizkJt8MTUwNjg4MjY0MkAxNTA2Nzk2MjQy&q=http%3A%2F%2Frupturaespacocultural.blogspot.com.br%2F" style="background-color: white; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-decoration-line: none; white-space: pre-wrap;">http://rupturaespacocultural.blogspot...</a><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: "roboto" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">) e agora é disponibilizado gratuitamente no Youtube.
Veja também:
A teoria social de Karl Marx (</span><a class="yt-simple-endpoint style-scope yt-formatted-string" href="https://www.youtube.com/watch?v=nWq5O0fHN8Q&t=215s" style="background-color: white; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-decoration-line: none; white-space: pre-wrap;">https://www.youtube.com/watch?v=nWq5O...</a><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: "roboto" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">).
O que é marxismo? (</span><a class="yt-simple-endpoint style-scope yt-formatted-string" href="https://www.youtube.com/watch?v=cs6yaMKrEM4&list=PLAVWORAqllrh1tF0933xfFNE4gKIhW1CM" style="background-color: white; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-decoration-line: none; white-space: pre-wrap;">https://www.youtube.com/watch?v=cs6ya...</a><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: "roboto" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">)
A Ideologia segundo Marx (</span><a class="yt-simple-endpoint style-scope yt-formatted-string" href="https://www.youtube.com/watch?v=5mBwkKNyo4M&index=7&list=PLAVWORAqllrh1tF0933xfFNE4gKIhW1CM" style="background-color: white; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-decoration-line: none; white-space: pre-wrap;">https://www.youtube.com/watch?v=5mBwk...</a><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: "roboto" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">)
Karl Marx: Comunismo e Autogestão Social (</span><a class="yt-simple-endpoint style-scope yt-formatted-string" href="https://www.youtube.com/watch?v=j1xqbxenU2Y&list=PLAVWORAqllrh1tF0933xfFNE4gKIhW1CM&index=9" style="background-color: white; cursor: pointer; display: inline-block; font-family: Roboto, Arial, sans-serif; font-size: 14px; text-decoration-line: none; white-space: pre-wrap;">https://www.youtube.com/watch?v=j1xqb...</a><span style="background-color: white; color: #111111; font-family: "roboto" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px; white-space: pre-wrap;">)</span></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-41001169243551688882017-08-08T06:25:00.000-07:002017-08-08T06:25:48.259-07:00Karl Marx no Cinema - Um breve comentário sobre o filme de Raoul Peck, "O Jovem Karl Marx"<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbMPInd5UO6w848gaQ8McbgGE414pliZSkSsmtepYs1P75XNKpf3DS6ffOeSu2wthlpfW5_GWOTcKVpqYZ1dcGaVci-3BprYwMSsz981aPZ7uGEOxj86xyS5Y7X4qJCDcMxG0RwlOc7PvL/s1600/jovem+marx+filme.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="300" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbMPInd5UO6w848gaQ8McbgGE414pliZSkSsmtepYs1P75XNKpf3DS6ffOeSu2wthlpfW5_GWOTcKVpqYZ1dcGaVci-3BprYwMSsz981aPZ7uGEOxj86xyS5Y7X4qJCDcMxG0RwlOc7PvL/s400/jovem+marx+filme.jpg" width="266" /></a></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b>KARL MARX NO CINEMA<o:p></o:p></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
Nildo Viana<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O filme “<i>O Jovem Karl
Marx</i>” (Raoul Peck, França/Alemanha, 2017) aborda um determinado período da
vida de um dos mais conhecidos e polêmicos pensadores da história da
humanidade, bem como um não menos controverso militante revolucionário. Marx
teve uma vida atribulada, não apenas pela luta política e polêmicas
intelectuais, mas também pelas relações pessoais e situações de privação
material pelas quais experimentou. A sua obra teve repercussão em círculos
políticos e intelectuais restritos e ligados ao movimento operário de sua época
e isso se ampliou com a publicação de <i>O
Capital</i> e outros processos sociais e culturais, mas ele nunca foi, em vida,
um pensador aclamado e reconhecido pelo chamado “grande público” ou pelos
hegemônicos no interior da classe intelectual. No final de sua vida, mesmo com
a ampliação de sua presença intelectual, ele ainda tinha o reconhecimento que viria
a ter posteriormente.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Quando ele escreveu <i>O
Capital</i>, colocou as duas formas pelas quais tentaram minimizar a
importância de sua obra: o silêncio e a pseudocrítica. Essas formas se repetem
historicamente em relação a outros casos. O silêncio significa fazer de conta
que determinada obra ou concepção não existe ou não tem importância e a
pseudocrítica é a tentativa de desqualificar a obra ou o autor (e a substituição
da ideia pelo ataque pessoal é uma das formas mais baixas e desprezíveis de
tentar “ganhar um debate” ou marginalizar um intelectual ou pensador). Apesar
disso, a importância real da obra de Marx e o apoio e obra de alguns indivíduos
tornaram possível a popularização de sua teoria. No entanto, junto com isso
veio a vulgarização e deformação (mais fácil depois que o pensador morre, pois
ele não pode, nesse caso, corrigir os seus “intérpretes” e “seguidores”), sendo
que a vulgarização é uma tendência da popularização e ela traz em si elementos
de deformação. No entanto, há uma deformação mais profunda que emerge com os
chamados “intérpretes canônicos” e simplificadores (mais acessíveis do que o
pensador em questão), ligados a interesses, como foi o caso das deformações
social-democrata, leninista (e derivados: stalinista, trotskista, maoísta,
etc.).<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Assim, houve um reconhecimento posterior de Marx, chegando,
inclusive, a tornar-se “moda” e “hegemonia” em determinados momentos e lugares
(como no capitalismo estatal ou na década de 1970 na América Latina, nos meios
políticos e intelectualizados), mas através das versões deformadas do seu
pensamento. Marx tornou-se um pensador clássico da sociologia, economia,
filosofia, etc. e influente nas mais diversas ciências humanas e até em algumas
ciências naturais. Isso se deve, em parte, à sua erudição e força de suas
ideias, em parte a apropriação do seu pensamento por diversos setores da
sociedade com distintos interesses. Tratava-se, na maioria absoluta dos casos,
de um Marx domesticado, mais um cientista ou então um político revolucionário
tão banal quanto os demais que povoam o barco imaginário das celebridades de
esquerda.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nesse contexto, um filme sobre Karl Marx surpreende. E isso
mais ainda na atual conjuntura mundial, onde o capitalismo encontra
dificuldades em manter o seu atual regime de acumulação (integral) e sua forma
política, o neoliberalismo, e que por isso acaba tendo que tomar medidas
extremas para combater a desestabilização, assumindo a forma discricionária e
executando políticas de austeridade. Numa época em que a hegemonia convencionou
não só a descartar Marx em favor de modismos acadêmicos fúteis e superficiais,
sob o ridículo rótulo de “pós-modernismo” (pós-estruturalismo) e derivados e
semelhantes (multiculturalismo, neoliberalismo, gênero, identidades, etc.), como
também, como parte desse processo, desenvolveu fortes tendências que defendem o
irracionalismo, a recusa da teoria, o pragmatismo, o praticismo, etc.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
No entanto, essa situação é contraditória. Por um lado, a
hegemonia burguesa, fundada atualmente no paradigma subjetivista, domina
absoluta, com poucas vozes dissonantes, mas, por outro, o regime de acumulação
integral entra num período de desestabilização que ameaça a se tornar uma nova
crise do capitalismo. A crise no capitalismo pode e tende, efetivamente, a se
tornar uma crise do capitalismo<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a>.
Nesse contexto, alguns sintomas mostram o que tende a vir pela frente. No
presente encontramos sinais da tendência que constituirá o futuro.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O filme de Raoul Peck é um destes sinais. O filme, em si,
retrata a vida e os embates políticos e intelectuais (inseparáveis e só na
mente dos ingênuos e ignorantes o mundo das ideias está separado do mundo real
e da luta política) que vai desde 1842 até 1848. O filme surpreende não só pelo
tema, mas também pela abordagem e, ainda, por sua atratividade. A abordagem
poderia ser mais uma deformação do pensamento e posição política de Karl Marx,
caso se inspirasse em algumas das formas do pseudomarxismo. No entanto, isso
não ocorre, a não ser alguns deslizes e anacronismos<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a>,
alguns perdoáveis por ser uma obra ficcional. A atratividade<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn3" name="_ftnref3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></a> do
filme se deve à competência do diretor que soube dar vida e animação ao filme,
sem repetir o que é comum em filmes intelectualizados produzidos por certos
diretores europeus.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O filme de Raoul Peck, cineasta haitiano<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn4" name="_ftnref4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></a>, é
uma obra ficcional, sobre um indivíduo complexo que foi uma figura histórica e
política marcada pela polêmica, e baseado em acontecimentos reais. Esses
acontecimentos reais são trazidos para o mundo ficcional e são complementados por
elementos ficcionais adicionais, especialmente nos detalhes dos diálogos e
certos acontecimentos específicos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Trata-se de um filme muito interessante e é importante para
servir de introdução ao pensamento de Marx e elementos de sua biografia (o
período abarcado de 1842 até 1848) e ainda tem o elemento adicional de ser útil
pedagogicamente, podendo ser utilizado em sala de aula sob diversas formas e
com diversos objetivos.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O filme tem inúmeros aspectos que poderiam ser discutidos,
mas não será possível discutir todos, embora nossa breve reflexão aponte para
vários deles, especialmente os que consideramos mais importantes. No entanto, no
presente texto, vamos focalizar a contribuição do filme para uma discussão e
compreensão do indivíduo Karl Marx e do seu pensamento.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b>Quem Foi o “Jovem Marx”?<o:p></o:p></b><br />
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O filme retrata a vida de Marx de 1842 a 1848 e foi
intitulado “O Jovem Karl Marx”. Isso, obviamente, remonta a ideia de que
existiu um “jovem Marx” e um “Marx da maturidade”<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn5" name="_ftnref5" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></a>.
No fundo, o chamado “corte epistemológico” no pensamento de Marx, atribuído por
Louis Althusser, é apenas uma invenção oportunista para selecionar certos
textos de Marx e apresentar mais uma deformação de suas concepções. Foi Althusser,
nos anos 1960, o responsável por essa divisão. Foi nessa época que brotaram
duas leituras que aceitavam esse suposto “corte epistemológico”, como
concepções distintas e até opostas. Para uns, a ideia de separação do
pensamento de Marx era útil para defender o humanista e teórico da alienação em
detrimento do radical e teórico do capitalismo, servindo inclusive para
criticar e separar esse pensador do capitalismo estatal da URSS, chamado de
“socialismo real”. Até religiosos e outros intérpretes reforçaram tal
interpretação e também optaram pela escolha do “jovem Marx”. <o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por outro lado, com outros interesses, os stalinistas e seus
simpatizantes e semelhantes, a começar pelo próprio Louis Althusser, optaram
pelo “Marx da maturidade”, o “economista”, “cientista”, que tratava da “economia”.
Esse tipo de interpretação era útil para responder as críticas baseadas no
humanismo e na alienação contra o capitalismo estatal e servia para defender
tal regime. Inclusive, alguns chegaram ao absurdo de dizer que “luta de
classes” era coisa de “esquerdistas” (termo usado por esses autores segundo a
concepção do mais famoso e canônico deformador do pensamento de Marx, Lênin,
exposta em seu livro <i>O Esquerdismo, A
Doença Infantil do Comunismo</i>) e o que existia e expressava a concepção
marxista (logo, de acordo com o que pensaria Marx), é uma luta de sistemas: o
sistema socialista (URSS, Leste Europeu, etc., ou seja, os países de
capitalismo estatal, falsamente chamado de socialismo) e o sistema capitalista<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn6" name="_ftnref6" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></a>.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O que estas duas interpretações fazem é, de acordo com seus
interesses (e, segundo o materialismo histórico, os interesses são a base das
escolhas intelectuais dos indivíduos, grupos, classes), recortarem o pensamento
de Marx para fazê-lo dizer o que ele não disse, mas que seus deformadores queriam
que ele tivesse dito. Os humanistas querem recuperar um Marx que não trata do
capitalismo e, especialmente, da luta de classes. Reduzem Marx ao humanismo generalista,
abstrato (inclusive voltando mais ainda no seu pensamento, tal como a retomada
do texto sobre a <i>Questão Judaica</i>) e
evitam a necessidade da revolução proletária e de uma classe revolucionária.
Regridem ao “socialismo sentimental” que o próprio Marx combateu (já no seu período
de juventude, como se vê no filme). Os economicistas (althusserianos,
stalinistas e outros) querem evitar a discussão sobre alienação e luta de
classes e se refugiar na economia, interpretada não como o próprio “Marx da
maturidade” fez, mas sob forma fetichista<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn7" name="_ftnref7" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></a>.
Tanto é que muitos vão trocar “sociedade capitalista” (ou burguesa) por
“sistema capitalista”. A palavra-fetiche “sistema”, na moda nos anos 1950 e
1960 com a hegemonia do paradigma reprodutivista (funcionalismo,
estruturalismo, teoria dos sistemas, etc.) apenas mostra que é preciso
interpretar os intérpretes e que toda interpretação é produzida social e
historicamente, estando perpassadas por interesses e vinculadas ao momento
histórico em que são produzidas.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O filme, no entanto, não mostra essa concepção, pelo menos
não explicitamente. Marx aparece no filme como um indivíduo com sua
personalidade (a sua singularidade psíquica) e revela sua coragem e
criticidade. A coragem de Marx como indivíduo é perceptível em toda sua
história de vida e suas ações e decisões. No filme, isso aparece ao mostrar a
sua expulsão da Alemanha, França e Bélgica. Sem dúvida, a sua opção intelectual
(começou fazendo direito, por influência do pai, e depois passou para
filosofia), o seu abandono da continuidade de pertencimento de classe,
antecederam esse processo. A expulsão dos diversos países, por se recusar a se
calar diante das questões de sua época, mostra a sua coragem.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Aqui temos a relação entre um indivíduo revolucionário e a
coragem. Não é possível ser revolucionário sendo covarde, sendo medroso
(CARLTON, 2014). No entanto, um outro elemento é que não é possível ser um
indivíduo revolucionário sendo alguém que prioriza os seus interesses pessoais.
Todos os indivíduos possuem interesses pessoais e todos buscam satisfazê-los.
No entanto, poucos estão dispostos a sacrificar alguns destes interesses pessoais
por uma causa coletiva ou pela transformação social. A sociedade capitalista
encontra nos interesses pessoais uma fonte de corrupção e cooptação de
indivíduos. É isso que explica o fato de inúmeros intelectuais sacrificarem o
seu compromisso com a verdade para garantir a satisfação de seus interesses
pessoais (dinheiro, reconhecimento, etc.). Esse não era o caso de Marx, que fez
justamente o contrário, sacrificou seus interesses pessoais pela luta pela
transformação social e pelo seu compromisso com a verdade.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Isso explica um outro aspecto do indivíduo Karl Marx, que é
sua criticidade. Marx era um crítico radical da sociedade, das ideologias
existentes e das ideias dominantes. A fonte de sua criticidade se encontra no
seu humanismo radical. O filme não mostra o Marx anterior, quando ele era um
humanista generalista e que pode ser lido em suas primeiras obras. O Marx
apresentado no filme é aquele que já havia superado o humanismo generalista (abstrato).
O seu humanismo radical aparece no filme quando Engels afirma que a revolução
proletária liberta toda a humanidade. Marx afirma isso em várias obras<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn8" name="_ftnref8" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></a> e
significa que sua concepção aponta para a emancipação humana, mas esta se
realiza via revolução proletária. Por isso, não há nenhum vínculo com a sociedade
presente, já que sua crítica expressa a sociedade do futuro e os interesses da
classe social do presente que “traz em si o futuro” (MARX e ENGELS, 1988), o
proletariado. É isso que permite a “crítica desapiedada do existente”. E é isso
que se vê em Marx e é demonstrado no filme: que critica a lei de roubo de
madeira<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn9" name="_ftnref9" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></a>,
os neohegelianos, os “socialistas sentimentais”, Proudhon, etc.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Esse aspecto essencialmente crítico do pensamento de Marx,
pode parecer, para muitos, “arrogância” ou “autoritarismo”. Na verdade, Marx
acreditava em suas ideias e as defendia e todos os seres humanos que possuem ideias
definidas sobre algo fazem da mesma forma, até o relativista que acredita
piamente e ingenuamente no relativismo como verdade. Somente os hipócritas
afirmam que não consideram suas próprias ideias verdadeiras. E Marx tinha muito
mais motivos para julgar que suas ideias eram verdadeiras do que milhares de
outros. Podemos destacar dois motivos básicos que justificam a sua defesa
enfática de suas ideias. O primeiro motivo seria o compromisso com a
transformação social e com a verdade que ele sempre demonstrou, tal como o
sacrifício dos interesses pessoais, elemento que já abordamos. Ora, qualquer
indivíduo que vê os demais aceitando a mentira ou representações ilusórias da
realidade por causa dos seus interesses pessoais já percebe os limites do
pensamento de tais indivíduos e não só deles, como pode perceber os limites da
própria cultura de uma época como um todo. Na <i>Ideologia Alemã</i>, Marx desmascara as ideologias colocando o que elas
efetivamente são, os seus vínculos com a sociedade, a época, os interesses, as
classes sociais (MARX e ENGELS, 1983)<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn10" name="_ftnref10" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></a>.
Se as demais pessoas tendem a aceitar as ideias dominantes e estas expressam
interesses da classe dominante, bem como outros que aceitam e reproduzem
mentiras, então é obvio que a crítica deve ser realizada e de forma radical.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O segundo motivo é sua produção intelectual, fundamentada em
ampla pesquisa e erudição. Marx não somente conhecia profundamente a filosofia
alemã (bem como outras produções filosóficas, a começar da filosofia antiga,
tema de sua tese de doutorado<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn11" name="_ftnref11" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></a>),
a economia política inglesa (embora também de outros países), os socialistas
franceses (dos utopistas até Proudhon), os primeiros antropólogos e
historiadores, bem como até mesmo as ciências naturais e seus “manuscritos
sobre matemática” mostram a amplitude de sua erudição, bem como sua recusa da
especialização intelectual. Ora, se um indivíduo geralmente tem a concepção de
que suas ideias são verdadeiras sem grandes reflexões e pesquisas, então é
obvio que alguém como Marx tivesse muito mais razão para acreditar na
veracidade de suas ideias. E poucos foram aqueles que tentaram refutá-lo<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn12" name="_ftnref12" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></a>
e, na maioria das vezes, nem sequer compreenderam suas concepções. Nesse
sentido, Marx nada tinha de arrogância ou autoritarismo. O que se vê no filme é
um indivíduo enérgico em suas posições e que é algo exigido na luta pela
libertação humana. <o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O filme apresenta também o indivíduo Marx como um ser humano
em sua totalidade e não apenas como “intelectual” ou “militante”, como nas
concepções fetichistas. Assim, como qualquer outra pessoa, ele brinca, conversa
com amigos, bebe, passa mal, convive com a família, etc.<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn13" name="_ftnref13" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[13]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Sem dúvida, alguns destes aspectos poderiam ter sido evitados no filme, mas sua
inserção ocorreu provavelmente para mostrar o indivíduo em sua totalidade e
maior dinamicidade ao filme.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b>O Pensamento de Karl Marx<o:p></o:p></b><br />
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O filme começa com citando trechos do texto de Marx sobre a
Lei do roubo de madeira<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn14" name="_ftnref14" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[14]</span></span><!--[endif]--></span></a>,
texto que segundo ele mesmo, o fez se preocupar com as “questões materiais”
(MARX, 1983a). É o início de suas reflexões que desembocam na constituição do
materialismo histórico. O texto inaugural do materialismo histórico é <i>Introdução à crítica da filosofia do direito
de Hegel</i>. Esse texto é constituído a partir das discussões e leituras que
Marx realiza e que no filme aponta para o seu contato com Engels e com a
leitura de Proudhon. Engels (1988) contribuiu com seu texto sobre <i>A Situação da Classe Trabalhadora na
Inglaterra</i>, obra elogiada por Marx, e seu breve artigo sobre “<i>Esboço de uma Crítica da Economia Política</i>”
(1978)<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn15" name="_ftnref15" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[15]</span></span><!--[endif]--></span></a>.
Nesse momento, Marx está constituindo as bases do materialismo histórico, mas
antes disso já tinha toda uma compreensão da dialética hegeliana e o
materialismo feuerbachiano, bem como de diversos filósofos e com alguns
socialistas franceses. Nesse contexto, ele amplia sua leitura dos socialistas
franceses e inicia suas pesquisas sobre economia política. <o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O filme não mostra o Marx anterior, que era um humanista generalista,
tal como aqueles que ele combaterá posteriormente. A preocupação fundamental em
Marx é a emancipação humana e isto permanece durante toda a sua vida, mas antes
ele não identificava como esse processo ocorreria e, assim como os humanistas generalistas
(os filantropos, socialistas “sentimentais”, etc.), considerava que isso seria
tarefa da humanidade, de forma indiferenciada. No entanto, a realidade parecia
desmentir isso, pois os conflitos de classes, tal como se vê nas leis sobre
roubo de madeira, promove um aprofundamento que tem nas obras de Engels e
Proudhon um primeiro momento de desenvolvimento da percepção luta de classes e
do significado do proletariado. O humanismo generalista/abstrato se torna
concreto, fundado nas relações sociais concretas, a partir da dinâmica
histórica que mostra classes sociais com interesses antagônicos.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Assim, o filme mostra apenas o momento em que ele torna-se
um humanista radical e fundador do materialismo histórico e começa a
desenvolver sua nova concepção. O roubo de madeira e sua punição, tal como nos
trechos mostrados no filme, já mostra sua nova preocupação. Depois ele vai
escrever a <i>Crítica da Filosofia do
Direito de Hegel<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn16" name="_ftnref16" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><b><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[16]</span></b></span><!--[endif]--></span></a></i>
e a introdução desta<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn17" name="_ftnref17" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[17]</span></span><!--[endif]--></span></a>,
um texto posterior de dez páginas, que manifesta a primeira versão do seu humanismo
radical.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Sem dúvida, o filme deixa de lado uma obra fundamental desse
período: <i>Os Manuscritos de Paris</i>
(Marx, 1983b)<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn18" name="_ftnref18" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[18]</span></span><!--[endif]--></span></a>,
também conhecido como <i>Manuscritos
Econômico-Filosóficos</i> ou <i>Manuscritos
de 1844</i>, sendo que nenhum desses títulos foi criado por Marx. Esta obra é
fundamental não apenas para compreender a evolução intelectual de Marx, mas
também para entender o conceito de alienação e seu humanismo, bem como para
entender a constituição do materialismo histórico, pois é onde aborda a
economia política pela primeira vez e aponta para a necessidade de tratar das
relações sociais concretas e o antagonismo dos interesses de classe<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn19" name="_ftnref19" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[19]</span></span><!--[endif]--></span></a>.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É nesse contexto que podemos entender a exposição do
pensamento de Marx no universo ficcional do filme. Um elemento que se destaca é
sua criticidade e radicalidade e por isso o seu enfrentamento com as diversas
tendências socialistas de sua época, que vai culminar com a adoção de um nome
que diferenciava o que ele defendia dos demais: comunismo. <o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A ideia que será fundamental em todo o pensamento de Marx é
a de que “o motor da história” é a luta de classes e de que, na sociedade
capitalista, se formou as condições de possibilidade do comunismo, através do
proletariado, agente da emancipação humana. É justamente essa ideia de luta de
classes e do proletariado como classe revolucionária que é a base da crítica de
Marx ao socialismo utópico, sentimental, Proudhon, entre outros. Os embates são
mostrados no filme, culminando com a sua participação na Liga dos Justos e na
Liga dos Comunistas, até a elaboração do <i>Manifesto
Comunista</i>.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Nesse contexto, o filme prioriza o rompimento com Proudhon e
a atuação de Marx e Engels na Liga dos Comunistas. Desde os embates com
Proudhon, incluindo suas fragilidades intelectuais<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn20" name="_ftnref20" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[20]</span></span><!--[endif]--></span></a>,
até a difícil entrada de Marx e Engels na Liga dos Justos e suas divergências
no seu interior, chegando até a mudança do nome desta para Liga dos Comunistas,
o filme focaliza os conflitos e debates no interior do movimento socialista
nascente. Proudhon era o grande nome do pensamento socialista da época e por
isso sua importância para o futuro do movimento, especialmente se ultrapassasse
seus limites. A intenção de Marx era a de promover uma maior integração dele
com o movimento socialista e levá-lo a superar seus equívocos. Isso, no
entanto, não se concretizou, pois Proudhon se recusou tanto a avançar
intelectualmente (ficando preso em suas concepções, por mais que fossem
criticadas e sem ter condições de responder) quanto politicamente, ao não querer
aderir ao trabalho coletivo proposto por Marx<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn21" name="_ftnref21" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[21]</span></span><!--[endif]--></span></a>.
A influência de Proudhon no movimento socialista era evidente e os seus
equívocos eram mais nocivos ainda por causa disso. Assim surge <i>A Miséria da Filosofia</i>, obra em que Marx
demonstra os equívocos metodológicos e “econômicos” de Proudhon e marca o
início do fim da hegemonia deste no movimento socialista.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Um dos elementos que se destaca no filme é a luta política
de Marx. Desde sua produção jornalística e intelectual até sua inserção na Liga
dos Justos e suas disputas internas, até a redação do Manifesto Comunista. Um
dos primeiros embates de Marx é contra o chamado “socialismo sentimental”. A
ideia de que todos os seres humanos são irmãos, uma fraternidade universal, é
combatida por Marx enfaticamente. O socialismo utópico trazia esse elemento que
era produto, como mais tarde Marx vai colocar no Manifesto Comunista e Engels
no seu texto sobre essa tendência, do incipiente desenvolvimento do movimento
operário. O movimento operário precisaria se fortalecer para superar o utopismo<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn22" name="_ftnref22" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[22]</span></span><!--[endif]--></span></a>.
O seu embate com essas concepções incipientes de um movimento operário
incipiente pode ser vista no filme em sua polêmica com Proudhon, com Wetling,
entre outros. As ideias de “felicidade do povo”, “fraternidade”, “justiça”, vistas
de forma abstratificada, deveriam ser substituídas por um saber real,
fundamentado e embasado na realidade. O processo de transformação passa a ser
concebido, assim, como luta de classes. Essa não é uma outra ideia que se põe à
ideia anterior e sim uma concepção fundada na experiência histórica, pois, “a
história das sociedades tem sido, até hoje, a história da luta de classes”
(MARX e ENGELS, 1988).<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Esse embate de Marx (e Engels) contra o sentimentalismo
ingênuo não somente teve uma importância histórica, como mantém sua atualidade.
Porém, a tragédia do passado é a farsa do presente. A razão da existência do
socialismo sentimental era o desenvolvimento incipiente da luta proletária, mas
hoje, depois de inúmeras lutas e tentativas de revolução, bem como toda uma
produção teórica desenvolvida, a começar pelas obras de Marx, é apenas produto
da força da hegemonia burguesa sobre a maioria da população e das tendências
oposicionistas. O retorno do sentimentalismo, a recusa da teoria, o
irracionalismo, são apenas expressões do novo paradigma hegemônico, o
subjetivismo, que acaba tendo impacto nas tendências oposicionistas. Não deixa
de ser curioso como isso é reproduzido por determinados partidos de esquerda. A
crítica de Marx ao socialismo sentimental mantém sua atualidade, não nas formas
corrompidas existentes nas lutas políticas, mas na influência dessas sobre o
conjunto do movimento. Os partidos de esquerda são hoje a porta de entrada das
ideologias burguesas nas lutas políticas na contemporaneidade. Os modismos
contemporâneos, no entanto, são apenas mais um sinal da barbárie cultural
capitalista que marca um retrocesso civilizacional que acompanha o
desenvolvimento da sociedade moderna, que avança no sentido da decomposição. <o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A relação com Proudhon é apresentada em toda sua
complexidade. Ao contrário das simplificações, o filme consegue mostrar que
Marx mantinha uma posição crítica em relação a Proudhon, embora reconhecesse
alguns méritos em sua obra mais importante, <i>O
que é a Propriedade?</i> Proudhon era um escritor prolífico e mais renomado
socialista francês da época, e por isso tinha uma importância estratégica no
movimento socialista. Nesse sentido, Marx tenta se aproximar de Proudhon e
tenta fazê-lo avançar. No entanto, Proudhon tinha determinados limites intelectuais,
especialmente no âmbito da compreensão do capitalismo (“economia”) e no que se
refere ao método, dois elementos inseparáveis. Marx realiza algumas críticas,
mas é com a publicação da obra <i>A
Filosofia da Miséria</i>, que ocorre o processo de ruptura, que se concretiza
com a publicação de <i>A Miséria da
Filosofia</i>. A cena em que, quando Marx faz um discurso criticando Proudhon e
uma operária diz que “Proudhon é um grande homem” e ele concorda complementando
“mas não é um grande economista”, sintetiza o significado da crítica de Marx.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O filme traz também um elemento que muitos desconhecem na
biografia de Marx, que é sua atuação na Liga dos Justos, posteriormente
denominada Liga dos Comunistas<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn23" name="_ftnref23" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[23]</span></span><!--[endif]--></span></a>.
A difícil entrada na Liga dos Justos e os embates internos posteriores, com a
sua transformação em Liga dos Comunistas, produto da luta interna e avanço da
consciência no seu interior graças às intervenções de Marx e Engels. O lema da
fraternidade é substituído pelo lema da luta de classes. Uma nova etapa emerge para
esta organização e para o movimento operário.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Isso culmina com a redação do Manifesto Comunista. O filme
mostra a encomenda da Liga dos Comunistas de um manifesto e elementos do seu
processo de produção. As dificuldades de Marx, o cansaço que ele alega, entre
outros elementos, fornecem o pano de fundo do texto que se tornou um manifesto
do movimento operário. Neste contexto, o nome “comunismo” emerge para
diferenciar a posição de Marx das demais tendências socialistas da época. O
embate que gerou a mudança do nome de Liga dos Justos para Liga dos Comunistas
foi um primeiro momento<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftn24" name="_ftnref24" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">[24]</span></span><!--[endif]--></span></a>.
O Manifesto Comunista é um texto-síntese e programático que expressava o mais
alto grau de consciência revolucionária da perspectiva do proletariado. A
história passa a ser vista com sendo da luta de classes, o proletariado é
apresentado como a classe revolucionária, bem como o desenvolvimento da
sociedade moderna, suas tendências e contradições, assim como a crítica das
tendências socialistas e um projeto de revolução social. Nesse momento, “o
espectro do comunismo ronda a Europa”. <o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Assim, o filme tem outro mérito que é mostrar o processo de
formação do pensamento de Karl Marx e isso é algo que contribui com a superação
das leituras descontextualizadas e que não percebem a evolução intelectual de
um pensador. A teoria do mais-valor, por exemplo, será constituída depois desse
período e, por conseguinte, o elemento fundamental que caracteriza o
proletariado ainda está ausente no Manifesto Comunista. Mas o filme mostra o
seu contato inicial do Engels e, depois disso, com a economia política inglesa,
entre outros elementos que ajudam a compreender a evolução intelectual de Marx.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b>Considerações Finais<o:p></o:p></b><br />
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Assim, o filme <i>O Jovem
Karl Marx</i>, é uma excelente obra cinematográfica que, sem dúvida, ajudará na
divulgação e compreensão do pensamento do teórico revolucionário que se tornou
a maior referência intelectual para todos que querem transformar o mundo. O
pensador mais deformado da história do pensamento da humanidade e muito mal
compreendido, ganha um retrato relativamente fiel de sua evolução política e
intelectual. O filme também traz uma lição para todo militante: ser
revolucionário pressupõe coragem, radicalidade e criticidade. Nesse sentido, é
um filme que deve ser assistido, debatido e se tornar mais um material a ser
utilizado na luta cultural por uma sociedade radicalmente diferente. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/epZ8UtRdLlM/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/epZ8UtRdLlM?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 0cm;">
<b>Referências<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
CARLTON,
Erich. O Medo, a Coragem e a Política. <i>Revista
Marxismo e Autogestão.</i> Vol. 01, num. 02, 2014. Disponível em: <a href="http://redelp.net/revistas/index.php/rma/article/view/14carlton2/120">http://redelp.net/revistas/index.php/rma/article/view/14carlton2/120</a>
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="font-variant-caps: small-caps; font-variant-numeric: normal;">ENGELS</span>, Friedrich. <i>A Situação da
Classe Trabalhadora na Inglaterra</i>. 2<sup>a</sup> edição, São Paulo, Global,
1988.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="font-variant-caps: small-caps; font-variant-numeric: normal;">ENGELS</span>, Friedrich. Esboço para uma Crítica da Economia
Política. <i>Revista Temas de Ciências Humanas</i>, ano 1, num. 2, 1978.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
MARX, Karl e
ENGELS, Friedrich. <i>O Manifesto Comunista</i>.
Petrópolis: Vozes, 1988.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
MARX, Karl. <i>A Liberdade de Imprensa</i>. Porto
Alegre: LPM, 1978.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
MARX, Karl. <i>A Miséria da Filosofia</i>. 2ª edição, São Paulo: Global, 1989.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
MARX,
Karl. <i>Contribuição à Crítica da Economia
Política</i>. 2<sup>a</sup> edição, São Paulo: Martins Fontes, 1983a.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="background: white; mso-bidi-font-weight: bold; mso-fareast-font-family: "Lucida Sans Unicode"; mso-fareast-language: AR-SA; mso-font-kerning: 1.0pt;">MARX,
Karl. <i>Crítica da Filosofia do Direito de
Hegel</i>. Lisboa: Estampa, 1979.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span lang="ES-TRAD">MARX,
Karl. <i>Critica de la Filosofia del Derecho de Hegel</i>. Notas Aclaratorias
de Rodolfo Mondolfo. Buenos Aires: Ediciones Nuevas, 1968.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
MARX, Karl. Manuscritos
Econômico-Filosóficos. In: FROMM, Erich. <i>O
Conceito Marxista do Homem</i>. Rio de Janeiro: Zahar, 1983a.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
MOTTA,
Fernando Prestes. <i>Burocracia e Autogestão: A Proposta de Proudhon</i>. São
Paulo, Brasiliense, 1981.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="font-size: 12.0pt;">SANTOS,
Theotônio dos. <i>Forças Produtivas e
Relações de Produção</i>. Petrópolis: Vozes, 1988.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="font-size: 12.0pt;">VIANA,
Nildo. <i>A Consciência da História</i>. Rio
de Janeiro: Achiamé, 2007.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
VIANA, Nildo. <i>Karl Marx: A Crítica Desapiedada do Existente</i>. Curitiba: Prismas,
2017.<o:p></o:p></div>
<br />
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<!--[if !supportFootnotes]-->
<br />
<hr size="1" style="text-align: left;" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Sobre isso veja: <a href="http://redelp.net/revistas/index.php/rpo/article/viewFile/2viana3/83">http://redelp.net/revistas/index.php/rpo/article/viewFile/2viana3/83</a>;
A<o:p></o:p></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
a
respeito da dinâmica dos regimes de acumulação veja: <a href="http://www.cadernoterritorial.com/news/os-ciclos-dos-regimes-de-acumulacao-nildo-viana/">http://www.cadernoterritorial.com/news/os-ciclos-dos-regimes-de-acumulacao-nildo-viana/</a>
<o:p></o:p><br />
<br /></div>
</div>
<div id="ftn2">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Isso pode ser notado, por exemplo, quando Marx diz para Bakunin que não é
anarquista, afirmação que não poderia ter sido dita, pois o anarquismo vai ser
reconhecido como tendência política (e Bakunin como seu representante) no
futuro, nos embates na AIT (Associação Internacional dos Trabalhadores). Da
mesma forma, quando afirma que o <i>Manifesto
Comunista</i> é de um “partido ainda não existente”, é outro anacronismo, pois
o termo “partido” tem o significado de posição política e os partidos políticos
propriamente ditos vão surgir algumas décadas depois. Outro deslize é quando
algumas frases do <i>Manifesto Comunista</i>
são citadas, pulando trechos e permitindo, para quem não conhece a obra de
Marx, uma interpretação equivocada do que ele disse. O uso do termo “sistema” é
outro caso, pois Marx usava “sociedade” e não “sistema”. Esses anacronismos e
deslizes, no entanto, não chegam a comprometer o filme, que mantém, de forma
surpreendente, uma fidelidade ao pensamento de Marx.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
</div>
<div id="ftn3">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref3" name="_ftn3" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Há, inclusive, algumas cenas do filme que visam, justamente, a torná-lo mais
dinâmico, como, por exemplo, o pesadelo de Marx, a fuga da polícia francesa de
Marx e Engels, etc. Obviamente que, para pessoas que desconhecem Marx, sua
biografia e sua história, ou que não tem afinidade política com ele ou
informações sobre o contexto histórico, a compreensão de certas passagens e a
atratividade tende a ser menor.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
</div>
<div id="ftn4">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref4" name="_ftn4" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></a> Peck
produziu outros filmes como, por exemplo, “<i>Eu
Não Sou Seu Negro</i>”, que tematiza a questão racial.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
</div>
<div id="ftn5">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref5" name="_ftn5" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Para uma crítica mais aprofundada a essa suposta divisão do pensamento de Marx,
cf.: <a href="http://2012.nildoviana.com/wp/wp-content/uploads/2012/09/O-Fim-do-Marxismo-VERS%C3%83O-04-09-2007.pdf">http://2012.nildoviana.com/wp/wp-content/uploads/2012/09/O-Fim-do-Marxismo-VERS%C3%83O-04-09-2007.pdf</a>
<o:p></o:p><br />
<br /></div>
</div>
<div id="ftn6">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref6" name="_ftn6" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Veja: Santos (1988).<o:p></o:p><br />
<br /></div>
</div>
<div id="ftn7">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref7" name="_ftn7" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></a> A
concepção de Marx tem como centro o modo de produção (que, nas sociedades
classistas, são relações de classes, luta de classes) e ele mesmo já criticava
o que denominou “reificação das relações de produção” e forças produtivas.
Sobre isso, veja: Viana (2007).<o:p></o:p><br />
<br /></div>
</div>
<div id="ftn8">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref8" name="_ftn8" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></a> <i>Manuscritos de Paris, Manifesto Comunista,
Ideologia Alemã.<o:p></o:p></i><br />
<i><br /></i></div>
</div>
<div id="ftn9">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref9" name="_ftn9" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Muitos, seguindo a distinção jurídica entre furto e roubo, traduzem o texto de
Marx como “furto”. No entanto, o termo alemão <i>Diebstahl</i> pode ser traduzido sob as duas formas, embora o uso mais
geral para traduzir furto seja <i>Raub</i>.
Independente disso, o termo roubo é mais utilizado e a concepção juridicista
pouco acrescenta à compreensão dos fenômenos sociais. Preferimos traduzir por
roubo, por seu uso mais antigo nas traduções, de uso corrente na linguagem
cotidiana e por considerar que tal termo expressa toda e qualquer apropriação
de bens pertencentes a outros, sendo que o termo furto seria aplicado ao roubo
sem uso de violência e assalto para o roubo no qual há o uso da violência (pois
a distinção jurídica entre furto e roubo é exatamente essa, sendo que o
primeiro seria sem uso da violência e o segundo com uso da mesma).<o:p></o:p><br />
<br /></div>
</div>
<div id="ftn10">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref10" name="_ftn10" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Segundo dizem alguns, baseando-se na correspondência entre Marx e Engels, este
último teria escrito apenas seis páginas do livro. A colaboração com Engels em “<i>A Sagrada Família</i>” (1979) não é
coautoria, pois cada capítulo tem uma autoria determinada de um dos dois.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
</div>
<div id="ftn11">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref11" name="_ftn11" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></a> <i>A Filosofia da Natureza em Demócrito e
Epicuro</i> (MARX, 1978).<o:p></o:p><br />
<br /></div>
</div>
<div id="ftn12">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref12" name="_ftn12" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Não se trata aqui das pseudocríticas e sim de crítica que é fundamentada. As
diversas formas de pseudocrítica, como ataques pessoais, mentiras,
simplificações grosseiras e deformações, decontextualização, etc. foram
produzidas em grande quantidade. <o:p></o:p><br />
<br /></div>
</div>
<div id="ftn13">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref13" name="_ftn13" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[13]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Somente os ingênuos pensam que os grandes pensadores ou revolucionários não
possuem problemas diversos, emoções, fraquezas, variação de humor, puerilidade,
etc. Marx é como qualquer outro grande pensador, ou seja, um ser humano, com
todas as implicações disto e o filme mostra parte disso e assim ajuda os
incautos a perceberem algo relativamente óbvio. <o:p></o:p><br />
<br /></div>
</div>
<div id="ftn14">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref14" name="_ftn14" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[14]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Artigo publicado em <i>A Gazeta Renana</i>, em
cinco partes, que será, segundo o filme, o estopim para sua expulsão da
Alemanha e fechamento da revista. Nesse mesmo período, Marx vai escrever um
conjunto de textos sobre liberdade de imprensa (1980).<o:p></o:p><br />
<br /></div>
</div>
<div id="ftn15">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref15" name="_ftn15" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[15]</span></span><!--[endif]--></span></a> O
grande mérito deste texto é ter colocado que as chamadas “categorias
econômicas” (conceitos produzidos pela ciência econômica para expressar o
processo de produção e distribuição das riquezas) são históricas. Isso será
retomado e desenvolvido por Marx, especialmente em <i>A Miséria da Filosofia</i> (1989). <o:p></o:p><br />
<br /></div>
</div>
<div id="ftn16">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref16" name="_ftn16" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[16]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Trata-se de longo artigo publicado em A Nova Gazeta Renana e que muito tempo
depois será publicado como livro por algumas editoras (MARX, 1978).<o:p></o:p><br />
<br /></div>
</div>
<div id="ftn17">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref17" name="_ftn17" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[17]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Um pequeno artigo publicado sob diversas formas, inclusive como livro (MARX,
1968), sendo que sua publicação inicial foi também em A Nova Gazeta Renana.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
</div>
<div id="ftn18">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref18" name="_ftn18" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[18]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Alguns poderiam dizer que seria melhor citar a tradução da editora Boitempo. No
entanto, trata-se de um mito a afirmação de que as traduções dessa editora
sejam melhores do que as demais. Inclusive, algumas são evidentemente piores do
que outras que já são problemáticas. Esse é o caso da tradução dos <i>Manuscritos Econômico-filosóficos</i>, que é
uma deformação da obra e, mais explicitamente, do conceito de alienação (que é
transformada, idealisticamente, em “estranhamento”). Aliás, no filme Proudhon
afirma que Grün estava traduzindo os Anuários Franco-Alemães (ou Anais
Franco-Alemães), e Marx retoma o ditado (“tradução, traição”) para dizer que
ele deve estar “traindo” a publicação e o mesmo se faz abundantemente com Marx,
tal como a Editora Boitempo.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
</div>
<div id="ftn19">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref19" name="_ftn19" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[19]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Há um trecho no qual ele está lendo os economistas ingleses, após indicação de
Engels, que pode ser interpretado como leitura que desembocaria em tal obra,
mas como não há referência no filme, então isso é mera suposição.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
</div>
<div id="ftn20">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref20" name="_ftn20" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[20]</span></span><!--[endif]--></span></a> O
questionamento da afirmação de Proudhon segundo a qual “a propriedade é um
roubo” constitui não só um momento do filme em que se esclarece as divergências
entre ambos e suas motivações, como também permite criar uma atratividade no
filme, ao mostrar a redundância da concepção proudhoniana, o que reaparece na
questão do subtítulo do livro <i>A Sagrada
Família</i>, “crítica da crítica crítica”, e no fato de Marx defender Proudhon
contra os neohegelianos, que ganha um efeito de comicidade com o questionamento
de Bakunin.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
</div>
<div id="ftn21">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref21" name="_ftn21" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[21]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Sobre a relação entre Marx e Proudhon, veja-se: Motta (1981). O texto de Motta
aponta para o elemento de que a crítica de Marx em relação a Proudhon é apenas
no âmbito “econômico” (e no filme há cenas sobre isso, quanto trata do conceito
de propriedade ou afirma que Proudhon “não é um grande economista”) e não
político (o federalismo que apontaria para a “autogestão”). Sem dúvida, a
crítica de Marx a Proudhon é fundamentalmente no que diz respeito à sua
concepção de “economia” e, ao mesmo tempo, no que se refere ao método, pois
Proudhon confunde ideias e realidade, o que é distante tanto do materialismo
histórico quanto do método dialético. No plano político, Marx não realizou
nenhuma crítica a Proudhon, mas havia algumas divergências de pormenores (ação
política, federalismo, etc.), mas não tratou delas, já que o objetivo era, pelo
menos inicialmente, integrar as distintas concepções numa ação conjunta. Marx
também considerou as contribuições de Proudhon, especialmente por chamar
atenção para o significado do proletariado (apesar de suas imprecisões e
confusão a respeito), não apenas na <i>Sagrada
Família</i>, mas também posteriormente.<o:p></o:p><br />
<br /></div>
</div>
<div id="ftn22">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref22" name="_ftn22" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[22]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Não se deve confundir a crítica do utopismo com a recusa de apresentar um
projeto de sociedade. O que Marx criticava no utopismo eram os planos
detalhados dos socialistas utópicos (como Fourier e sua proposta detalhada de
700 falanstérios, por exemplo) e a falta de análise do processo de constituição
da nova sociedade (o socialismo aparecia como produto de planos intelectuais,
da bondade e filantropia, etc.). Isso não tem nada a ver com a recusa de pensar
a sociedade comunista e ele próprio fez várias considerações sobre a sociedade
futura, partindo tanto do vislumbre racional que permite projeções para o
futuro quanto da análise das experiências históricas, como ele fez no caso da
primeira experiência de revolução proletária, a Comuna de Paris (VIANA, 2017).<o:p></o:p><br />
<br /></div>
</div>
<div id="ftn23">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref23" name="_ftn23" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[23]</span></span><!--[endif]--></span></a>
Engels escreveu um breve texto sobre a história da Liga dos Comunistas,
publicado no Brasil como anexo ao Manifesto Comunista em uma de suas edições
(MARX e ENGELS, 1988).<o:p></o:p><br />
<br /></div>
</div>
<div id="ftn24">
<div class="MsoFootnoteText" style="margin-left: 5.65pt; text-align: justify; text-indent: -5.65pt;">
<a href="file:///F:/Arquivos/9%20Arquivos%20de%20v%C3%ADdeo/DVD%20MARX/Material/O%20Jovem%20Karl%20Marx.docx#_ftnref24" name="_ftn24" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 150%;">[24]</span></span><!--[endif]--></span></a>
No futuro, a palavra “comunismo” será substituída nos partidos pseudomarxistas
por “social-democracia”, termo que o próprio Marx criticará (e que ele usava
justamente para denominar os setores “pequeno-burgueses” nas lutas de classes).
Posteriormente, a crise e ruptura no interior da social-democracia vai gerar o
retorno da palavra “comunismo”, numa versão deformada (bolchevista) e numa
versão coerente com a perspectiva do proletariado e com o pensamento de Marx (o
chamado “Comunismo de Conselhos”).<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-3311238519742004122017-07-31T02:59:00.000-07:002017-07-31T03:22:33.835-07:00Para Compreender as Produções Cinematográficas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0_XJbC-Y9nLKhE91lBZpIIyXpSLNy1Kwd2QWViCywrpComJrxMHKJDKm6FKB7f6uPku1LRvF7eMFxNzPcsEPOxJKjkyw3FwuXyvq-eRuwMLpFZc1JGolSFG_PjRX1l0GVIuvbHevycqda/s1600/concepcaomathistcinema.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1029" data-original-width="732" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0_XJbC-Y9nLKhE91lBZpIIyXpSLNy1Kwd2QWViCywrpComJrxMHKJDKm6FKB7f6uPku1LRvF7eMFxNzPcsEPOxJKjkyw3FwuXyvq-eRuwMLpFZc1JGolSFG_PjRX1l0GVIuvbHevycqda/s400/concepcaomathistcinema.jpg" width="283" /></a></div>
<b><br /></b>
<b>PARA COMPREENDER AS PRODUÇÕES CINEMATOGRÁFICAS<o:p></o:p></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<b><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right; text-indent: 35.4pt;">
<span style="text-align: right;">Jean Isidio dos Santos</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right; text-indent: 35.4pt;">
<span style="text-align: right;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
As produções bibliográficas e as análises no campo da historiografia
cinematográfica de maneira geral apresentam inúmeras contradições,
superficialidades e incoerências. As inúmeras obras específicas sobre o cinema
apresentam problemas conceituais e teórico-metodológicos e por isso não abarcam
a realidade concreta, pois muitas vezes as análises são descontextualizadas,
sendo alheias ao momento histórico e realidade social. Estas análises simplistas
partem de uma visão de mundo limitada, pois procuram analisar a realidade
social de forma fragmentada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
No interior do campo de estudo das Ciências Humanas, existe uma limitação
conservadora que dá pouca importância à contribuição histórico-social das
imagens. Este fato explica-se pelo pouco avanço das análises críticas e pelo
limitado e inadequado tratamento metodológico no campo cinematográfico. Em
outras palavras, as diversas obras bibliográficas que se dedicaram a estudar o
cinema não procuraram romper com o superficialismo, com a linguagem técnica, com
a análise anacrônica e a-histórica. Neste sentido, o cinema foi, em muitos
momentos, compreendido como uma criação artística individual tal como
defenderam diversos cineastas da historiografia cinematográfica, ou da chamada
política dos autores, dentre eles, Truffaut, Chabrond, Godard.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Mas como analisar o cinema? Como romper com o tratamento superficial e
limitado? De que forma a concepção materialista da história possibilita a
superação da historiografia ideológica cinematográfica desvinculada da realidade
social? Qual é o papel da crítica social com relação à historiografia
cinematográfica tradicional?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Estas e outras questões instigantes de extrema relevância são fatores que
inquietarão o leitor no decorrer deste livro. Este não é um livro qualquer, é
uma obra diferenciada, pois a perspectiva analítica do autor procura romper e
ir além das limitações existentes na historiografia tradicional. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A abordagem marxista do cinema é a o ponto de partida do autor. Nildo
Viana utiliza o materialismo histórico para analisar a realidade social de
forma totalizante e não de forma fragmentária comumente utilizada na
historiografia tradicional. Uma questão de extrema relevância nesta obra é a
perspectiva crítica do autor com relação à influência da concepção marxista-leninista
em inúmeras teses sobre a obra de arte. Os pseudomarxistas partiram da teoria
do reflexo de Lênin para conceberem as suas ideologias cinematográficas, tal
como é o caso, por exemplo, de diversos cineastas russos: Eisenstein, Vertov,
dentre outros. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Para o autor, “as ideologias cinematográficas nascem com a própria origem
do cinema”. Uma vez que o cinema se desenvolve tecnologicamente, emerge do seu
interior diversas teses tecnicistas, metódicas e formalistas, que são produzidas
pelos agentes envolvidos no processo da produção cinematográfica. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Mas quem são estes agentes que elaboram o discurso ideológico
“competente” da análise cinematográfica? Para Nildo Viana “são os agentes
envolvidos no processo de produção e reprodução de determinada forma artística,
que criam o valor da obra de arte...”. Além do discurso competente
materializado na linguagem tecnicista e elitista, os ideólogos do cinema se
auto-intitulam como pseudo-intelectuais pertencentes a um universo intelectual
restrito e seleto para poucos membros que dominam a linguagem técnica e teórica
da cinematografia. Neste sentido, os ideólogos partem de uma linguagem
elitista, egoística, reforçando e criando uma separação preconceituosa entre
aqueles que são os detentores do conhecimento cinematográfico e os “ignorantes”
não entendidos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A questão do fetichismo no cinema é abordada de forma inovadora nesta
obra. A perspectiva crítica do autor visa desmistificar e apontar as limitações
teórico-metodológicas da ideologia fetichista criada em torno da produção
cinematográfica pelos ideólogos conservadores da historiografia cinematográfica
tradicional. O fetichismo tem diversas conseqüências, dentre elas a idolatria
criada em torno da produção cinematográfica, que coloca o cinema num patamar
elevado e grandioso, bem como a reprodução dos valores dominantes que são
produzidos pelos agentes de produção. Ambos aspectos são analisados de forma
coerente nesta obra.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Uma produção fílmica é uma produção social e coletiva, portanto, esta
produção não está dissociada das relações sociais. O filme reproduz valores e
ideologemas que atingirão de forma direta ou indireta o público que o assiste.
Já que a produção fílmica é uma produção coletiva, ela é marcada pela luta de
classes, pelos antagonismos divergentes no momento da produção do filme, pois
os agentes que o produzem possuem perspectivas ideológicas diferenciadas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Viana é enfático na sua crítica com relação ao fetichismo do cinema,
pois, para ele, “o filme é uma produção social”, “nada tem de sublime e os
produtores nada têm de genial, são seres humanos comuns...”. As diferenças
entre as produções fílmicas consistem no capital cultural cumulativo de um
diretor para outro, pois, alguns cineastas além de possuírem o capital cultural
acumulado devido a sua condição de vida, possuem o capital cinematográfico que
possibilita uma produção fílmica mais estruturada do que outras.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
As questões do fetichismo no
cinema e do capital cinematográfico estão diretamente relacionadas à
perspectiva marxista enfatizada pelo autor no decorrer da obra. A preocupação
de Viana não é fazer um revisionismo teórico-crítico simplista da
historiografia cinematográfica. Esta obra vai além, pois ela aponta os limites
dos pseudomarxistas indo ao cerne do problema que muitas vezes está relacionado
à mera descritividade, a linguagem técnica e superficial das produções
cinematográficas. O materialismo histórico é um recurso metodológico
fundamental para a compreensão aprofundada da história social do cinema, sendo
assim, ele possibilita um rompimento com o fetichismo, com a ideologia
cinematográfica criada pelos seus agentes de produção. A ideologia
cinematográfica é perpassada por um conjunto de valores, construídos
socialmente pelos ideólogos desde o momento em que o cinema foi criado. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O materialismo histórico procura compreender o cinema a partir das
relações sociais em que ele foi produzido, pois o cinema é constituído
socialmente. Neste sentido, a perspectiva marxista vai além das concepções
fragmentárias que procuram isolar o cinema da realidade social e histórica.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
A aplicabilidade da análise marxista é realizada pelo autor ao retratar o
significado original do expressionismo alemão. Neste livro Viana demonstra as
deformações, as incoerências e o tratamento equivocado dos ideólogos que
abordaram o expressionismo, dentre eles, Kracauer (1988), Eisner (2002), entre
outros. A abordagem de Viana sobre este período específico do expressionismo
alemão é inovadora, pois ele situa este período contextualizando-o num momento
histórico-social marcado pela ascensão das lutas operárias na Alemanha. Esta
obra possui uma escrita clara direcionada não apenas para um público específico
elitista e intelectualizado, pois é justamente este fetichismo ideológico que o
autor procura superar. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
O presente livro é um marco no que diz respeito à abordagem marxista da
história do cinema, pois ele possui diversas concepções inovadoras que ainda
não haviam sido desenvolvidas dentro da historiografia cinematográfica. A
riqueza da escrita e do tratamento teórico-metodológico desenvolvido pelo autor
é um convite para todos aqueles que desejam aprofundarem o seu conhecimento no
campo da historiografia cinematográfica a partir de uma perspectiva crítica
marxista revolucionária. A concepção marxista compreende a produção fílmica
como uma criação coletiva desenvolvida no conjunto das relações sociais e neste
sentido esta obra propicia uma compreensão aprofundada e pioneira no que se
refere ao tratamento metodológico adequado para a análise da produção
cinematográfica. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<o:p></o:p></div>
<br />
<div align="right" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: right;">
Jean
Isídio dos Santos é Professor da Universidade Estadual de Goiás.<o:p></o:p></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-29485766806853522512017-07-28T08:37:00.002-07:002017-07-28T08:42:59.109-07:00Minicurso: O Faroeste, o filme como manifestação do social<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiACGa4zF4llkJU4j7yZiqxMrHvIXVbGEGyCP5HGdRQSZ_vnN0aik7X99oalKdJR7dHiAuhIdeosws605awZXPjTgBZEdFf-k1uJGR4ErNJTbu7OD5zj0hcBKJwBo05bN0muMW19nEcvFM/s1600/Slide1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiACGa4zF4llkJU4j7yZiqxMrHvIXVbGEGyCP5HGdRQSZ_vnN0aik7X99oalKdJR7dHiAuhIdeosws605awZXPjTgBZEdFf-k1uJGR4ErNJTbu7OD5zj0hcBKJwBo05bN0muMW19nEcvFM/s640/Slide1.JPG" width="640" /></a></div>
<br />
<span style="color: yellow;"><br /></span>
<span style="color: yellow;"><span style="color: yellow; font-family: "verdana" , sans-serif;"><br /></span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">O RUPTURA - ESPAÇO CULTURAL e o GPDS (Grupo de Pesquisa Dialética e Sociedade), da UFG, promovem o minicurso "O Faroeste - O Filme como Manifestação do Social", nos dias 10, 17, 24 de agosto.</span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Minicurso: <b>O Faroeste - O Filme como Manifestação do Social.</b></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><b><br /></b></span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Ministrante: Dr. Nildo Viana/UFG.</span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Promoção: Ruptura - Espaço Cultural e GPDS/UFG.</span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Carga Horária: 16 horas.</span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Data: [Quinta-feira] </span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">10, 17, 24 </span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">de Agosto.</span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Horário: 19:00 - 22:30.</span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Local: Ruptura - Espaço Cultural.</span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Valor da Inscrição: R$ 20,00<span style="background-color: white;">*</span></span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></span><span style="background-color: white;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Período de Inscrição: Até dia 06 de agosto.</span></span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="background-color: white;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></span><span style="background-color: white;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Número de vagas: 30.</span></span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">Inscrição: fazer pré-inscrição para ver se tem vaga e, depois da confirmação de vaga, enviar comprovante de pagamento, nome completo, instituição de estudo ou trabalho, para o email </span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="background-color: white; color: #222222;">locusincricoes@gmail</span><wbr style="background-color: white; color: #222222;"></wbr><span style="background-color: white; color: #222222;">.com</span></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="background-color: white; font-size: 14.85px;"><br /></span></span><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="background-color: white; font-size: 14.85px;">*A taxa de inscrição deve ser realizada via depósito ou transferência para a seguinte conta:</span><br style="background-color: white; font-size: 14.85px;" /><br style="background-color: white; font-size: 14.85px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14.85px;">Caixa Econômica Federal</span><br style="background-color: white; font-size: 14.85px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14.85px;">Agência: 1575</span><br style="background-color: white; font-size: 14.85px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14.85px;">CC: 49398-0</span><br style="background-color: white; font-size: 14.85px;" /><span style="background-color: white; font-size: 14.85px;">André de Melo Santos</span></span><br />
<span style="color: yellow;"></span><br />
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="background-color: white; font-size: 14.85px;"><br /></span></span>
<span style="color: white;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="background-color: white; font-size: 14.85px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="background-color: white; font-size: 14.85px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="background-color: white; font-size: 14.85px;"><b>APRESENTAÇÃO</b></span></span></span><br />
<span style="color: white;"><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="background-color: white; font-size: 14.85px;"><br /></span></span>
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: white; line-height: 150%;">O Faroeste sempre foi considerado um gênero menor e inferior dentro da
produção cinematográfica. Ele, inclusive em seu período considerado clássico,
na segunda metade do século XX, foi recusado por todas as classes sociais e sua
comercialização e divulgação foi devido ao fato da indústria cinematográfica
vender, na época, pacotes que ao lado dos filmes de sucesso incluíam os
chamados “western” (PROKOP, 1986). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: white;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: white; line-height: 150%;">Porém, o faroeste sobreviveu e se tornou um sucesso a partir dos anos
50-60 e foi reforçado principalmente com a vertente mais fantástica expressa no
chamado “<i>western-spaghetti</i>”, o
faroeste italiano. Os filmes dirigidos por Sérgio Leone se tornaram verdadeiros
clássicos do cinema, bem como os filmes dirigidos por Damiano Damiani, Sérgio
Corbucci, entre outros. Porém, junto com o sucesso vem a produção mercantil e
em série, e as cópias mal feitas invadiram o mercado e a violência gratuita
substituiu o contexto social e político das produções anteriores, fazendo o
faroeste italiano cair em descrédito. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: white;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: white; line-height: 150%;">Já no final dos anos 1950, André Bazin, considerado um dos principais
teóricos do cinema, começou a recuperar o faroeste como objeto de estudo.
Através de seu livro <i>O Que é o Cinema?,</i>
no qual dedicou um capítulo exclusivo ao faroeste, ressaltando suas qualidades,
tornou este gênero cinematográfico digno de estudos e pesquisas, tal como a
obra posterior de Rieupeyrout, que retoma o título do capítulo do livro de
Bazin e é prefaciado por este. A partir daí, alguns clássicos, como filmes de
John Ford e outros cineastas, passaram a receber estudos e artigos da crítica
cinematográfica. Algumas outras obras foram produzidas sobre o gênero faroeste.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: white;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: white; line-height: 150%;">Porém, nestes estudos o foco é ou a história do western ou a descrição,
enquanto que as obras analíticas se limitam ao enredo e em poucos casos
ultrapassa o formalismo. Daí a necessidade de uma sociologia do filme de
faroeste, visando demonstrar que tais obras cinematográficas são produtos
sociais e históricos e, ao mesmo tempo, que elas manifestam o social. O foco do
minicurso “<i>O Faroeste, O Filme como Manifestação do Social</i>” é este segundo
aspecto e que está intimamente entrelaçado com o primeiro aspecto. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: white;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: white; line-height: 150%;">A sua relevância reside na busca de compreensão teórica de uma produção cultural
tão distante da realidade contemporânea, ambientado em outra época, e como ela revela
e manifesta as relações sociais da sociedade moderna, o que ajuda a compreender
determinadas obras cinematográficas e a sociedade que a produz. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: white;"><br /></span></div>
<span style="color: white;"><br /></span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: white;"><span style="line-height: 150%;">Além disso, o curso tende a incentivar a discussão teórica sobre o cinema
e seus gêneros, e o faroeste mais especificamente, possibilitando fazer avançar
a pesquisa e o ensino sobre cinema na perspectiva crítica, além de poder
integrar pesquisadores e estudantes. Também contribui para uma percepção mais
ampla do cinema e do faroeste, abrindo espaço para interlocução e
desdobramentos futuros.</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: white; line-height: 150%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="color: white; line-height: 150%;">Ementa:<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: white; line-height: 150%;">Os Gêneros Cinematográficos. O Faroeste e sua especificidade. O gênero
e suas variações. A literatura sobre o faroeste. O filme como reprodução
intencional e inintencional da realidade social. A produção social do filme. Valores,
cultura, ideologemas manifestados no filme. Filme e Valores. Mudanças sociais e
mudanças no faroeste. Faroeste e crítica social.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: white;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="color: white;">1º encontro:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="color: white;">Quinta-Feira: Dia 10 de agosto<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="color: white;">Unidade I: Introdução à Sociologia do Faroeste<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="line-height: normal; margin-left: 18.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level2 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="color: white;">1.1.<span style="font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span><!--[endif]-->Os Gêneros
cinematográficos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-left: 18.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level2 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="color: white;">1.2.<span style="font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span><!--[endif]-->Gênero, história e
variações.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="line-height: normal; margin-left: 18.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level2 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="color: white;">1.3.<span style="font-stretch: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span><!--[endif]-->O gênero faroeste.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="color: white;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="color: white;">2º encontro:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="color: white;">Quinta-Feira: Dia 17 de agosto<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="color: white;">Unidade II: Faroeste e Sociedade<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="color: white;">2.1. Filme e Reprodução da Realidade Social.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="color: white;">2.2. O Filme na Realidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="color: white;">2.3. A Realidade no Filme.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="color: white;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="color: white;">3º encontro:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="color: white;">Quinta-Feira: Dia 24 de agosto<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="color: white;">Unidade III: Faroeste e História<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="color: white;">4.1. Breve História do Faroeste<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="color: white;">4.2. Mudanças Sociais e mudanças no Faroeste.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="color: white;">4.3. O <i>Western</i>
e a Crítica Social.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 150%;">
</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="background-color: white; font-size: 14.85px;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKR_keXrAZheDV8k9_Gj3AOJ4jEyXcwQ9eK3EAzUucidJDTnSimbiRq47zLgRfZV1eqNTNERQiZs_zdzghIf6mvZww1_Oy53txZi9v9lVj8hjRLo_oc6XaHI2kx6Pce_noEan4fJxLXEc/s1600/Slide2.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKR_keXrAZheDV8k9_Gj3AOJ4jEyXcwQ9eK3EAzUucidJDTnSimbiRq47zLgRfZV1eqNTNERQiZs_zdzghIf6mvZww1_Oy53txZi9v9lVj8hjRLo_oc6XaHI2kx6Pce_noEan4fJxLXEc/s640/Slide2.JPG" width="640" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdKCsvqYB-gXbvVN9MO9ok0kk3TTowdk8XulLx760nwpqtupbrHI7BRemY9p_Ok2V2yYhXF3UAQTtFcZxfL1Cc8Xgq0V5jX7JRIlIsrVXTX8F8qpHQi3NCYKnEzrKU7igJjvbzldiTYGM/s1600/Slide3.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdKCsvqYB-gXbvVN9MO9ok0kk3TTowdk8XulLx760nwpqtupbrHI7BRemY9p_Ok2V2yYhXF3UAQTtFcZxfL1Cc8Xgq0V5jX7JRIlIsrVXTX8F8qpHQi3NCYKnEzrKU7igJjvbzldiTYGM/s640/Slide3.JPG" width="640" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxOcXF-WJ53sfTF6QH-DdA3Do3hY7OWdNzxZeYp5_ciD3jjawmJo-34TX0tZBrX9pVY7FkRym8jlXxAzYZKAN3x17PmWH-XR8-i1zWHktDiQRowrDvEJ34XE20IiTNzBah6Es6XyHdZcA/s1600/Slide4.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxOcXF-WJ53sfTF6QH-DdA3Do3hY7OWdNzxZeYp5_ciD3jjawmJo-34TX0tZBrX9pVY7FkRym8jlXxAzYZKAN3x17PmWH-XR8-i1zWHktDiQRowrDvEJ34XE20IiTNzBah6Es6XyHdZcA/s640/Slide4.JPG" width="640" /></a></div>
<span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><span style="background-color: white; font-size: 14.85px;"><br /></span></span></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-59160136211072002782016-04-28T13:34:00.001-07:002016-04-28T13:34:51.096-07:00A Revolução dos Bichos em Desenho Animado<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtILkbvQW8VPGWHLKF9ofWgferpUExuMOyMMTQwM_oGuTzxvppapu28mmAOT0vyGZgl2GYVHoNycN3a7hfKR7GPpTE4_FzUvN5UI4TDmCv2dv53Or-qBoTQdKNribZ5Vzggald9AL9LvkJ/s1600/A+Revolu%25C3%25A7%25C3%25A3o+dos+Bichos+em+Desenho+animado.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtILkbvQW8VPGWHLKF9ofWgferpUExuMOyMMTQwM_oGuTzxvppapu28mmAOT0vyGZgl2GYVHoNycN3a7hfKR7GPpTE4_FzUvN5UI4TDmCv2dv53Or-qBoTQdKNribZ5Vzggald9AL9LvkJ/s320/A+Revolu%25C3%25A7%25C3%25A3o+dos+Bichos+em+Desenho+animado.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
"A Revolução dos Bichos" é um filme sob a forma de desenho animado, de 1954, que é baseado na obra literária homônima de George Orwell, publicada em 1945.<br />
<br />
Trata-se de uma metáfora da Revolução Russa e crítica ao processo de burocratização realizado pelo bolchevismo e que gerou o capitalismo de estado na Rússia.<br />
<br />
As classes sociais são representadas por animais e os porcos representam os burocratas, que vão se tornando cada vez mais parecidos com os seres humanos, que representam a classe capitalista.<br />
<br />
Trata-se da substituição de burgueses (classe capitalista) por burocratas (classe burocrática), que passam a compor uma burguesia de Estado que explora o proletariado através da extração de mais-valor, tal como faziam os capitalistas.<br />
<br />
Para compreender melhor o processo histórico da Revolução Russa, existe uma bibliografia útil: "Os Bolcheviques e o Controle Operário", de Maurice Brinton; "A Revolução Russa", Maurício Tragtenberg; os textos de Makhaisky, "A Oposição Operária", de Alexandra Kollontai; "A Revolta de Kronstadt", de Henri Arvon, entre outros. Sob forma sintética, é possível consultar esses artigos:<br />
<br />
VIANA, Nildo. Rússia 1917: uma sociedade em transformação. Revista Sociologia, Ciência e Vida. Link: <a href="http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/ESSO/Edicoes/14/artigo69704-3.asp">http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/ESSO/Edicoes/14/artigo69704-3.asp</a><br />
<br />
SANTOS, Leonel Luiz. Revolução Russa e Contrarrevolução Bolchevique. Revista Marxismo e Autogestão. Link: <a href="http://redelp.net/revistas/index.php/rma/article/view/9dsantos3/307">http://redelp.net/revistas/index.php/rma/article/view/9dsantos3/307</a><br />
<br />
Assista o filme:<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/CYVQ63E37fs/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/CYVQ63E37fs?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-53272484224087481392014-01-01T00:00:00.000-08:002014-01-01T00:00:14.599-08:00ESCOLA E AUTORITARISMO NO CINEMA<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD2z65vL4t-8F8nftBCOMdINjiFhz0GFSiTzT90OZnqwCFIaJ0QriPCAG70tt8I1bh2W52QIPAdhfEttp6bYTuZmktRaMbvMOVkR-SRZud21qbdwMH7c1UDsjR33K_S0BQlRUFB8qWI1TQ/s1600/unidos-por-um-sonho_cartaz_220x283.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD2z65vL4t-8F8nftBCOMdINjiFhz0GFSiTzT90OZnqwCFIaJ0QriPCAG70tt8I1bh2W52QIPAdhfEttp6bYTuZmktRaMbvMOVkR-SRZud21qbdwMH7c1UDsjR33K_S0BQlRUFB8qWI1TQ/s1600/unidos-por-um-sonho_cartaz_220x283.jpg" height="400" width="310" /></a></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
ESCOLA
E AUTORITARISMO<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O filme <i>Unidos por um
Sonho</i> narra a história de Frits, um menino dinamarquês de família camponesa
que estuda numa escola marcada pelo autoritarismo de seu diretor. Um
acontecimento marca o início do drama: uma brincadeira faz com que Frits entre
no banheiro feminino e o diretor quase arranca – literalmente – sua orelha. A
luta do menino, a princípio apoiado por um professor que tinha afinidades
valorativas com ele – e dos país, se depara com a burocracia e o sistema de
autoproteção daqueles que estão no cume da hierarquia burocrática. O sonho do
menino, que se inspirava em Martin Luther King, era a liberdade e justiça e o
diretor era o obstáculo, que foi removido no final do filme.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Diretor: Niels Arden Oplev<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Título: Unidos por um sonho<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
País: Dinamarca<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ano: 2006<o:p></o:p></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-52663702653069534592013-12-12T04:24:00.000-08:002013-12-12T04:24:00.056-08:00Uma Ponte para a Imaginação Infantil<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0UlveabWjVrOUTCGEtIlxUihvFvwPOJo8y2zuX4Gd4XtWMbWRwrjOf4nxq2sqwwwB7ebOJnL9-wMB2t6cshRvpAmBaM-TmtMuBkmEofbVrPDWkLKtO5_6LWBtAHXPsDvg9Pdyii3dgPQE/s1600/ponte.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0UlveabWjVrOUTCGEtIlxUihvFvwPOJo8y2zuX4Gd4XtWMbWRwrjOf4nxq2sqwwwB7ebOJnL9-wMB2t6cshRvpAmBaM-TmtMuBkmEofbVrPDWkLKtO5_6LWBtAHXPsDvg9Pdyii3dgPQE/s1600/ponte.jpg" height="300" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Uma
Ponte para a Imaginação Infantil<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">O filme “Ponte para
Terabítia” não é excepcional e nem tem a força de “História sem Fim” ou, muito
menos, “Momo e o Senhor do Tempo”, mas vai muito mais além de outra produções,
como Coraline e o Mundo Secreto. Em Ponte para Terabítia, a fantasia e a
imaginação não são condenadas e sim consideradas parte da realidade infantil,
fuga da realidade e força para enfrentá-la simultaneamente, mostrando alguns
dilemas que acometem crianças durante certa fase de sua vida. O mundo mágico
tem ameaças, assim como o mundo real, e em ambos eles são enfrentados, mas o
primeiro serve de “escola” para o segundo. Um filme mais simples e que tem como
mérito buscar encontrar no mundo infantil os elementos para sua resistência ao
mundo hostil com que se defrontam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: blue; font-family: "Arial","sans-serif";">Ficha
técnica:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: blue; font-family: "Arial","sans-serif";">Diretor:
Gabor Csupo</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: blue; font-family: "Arial","sans-serif";">Título:
Ponte para Terabítia<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: blue; font-family: "Arial","sans-serif";">País:
EUA<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="color: blue; font-family: "Arial","sans-serif";">Ano:
2007<o:p></o:p></span></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-32004717619210151132013-12-11T04:21:00.004-08:002013-12-11T04:21:52.769-08:00A IDEALIZAÇÃO MASCULINA DA MULHER<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg73c5m6zoJhhA5Qs4EM4HbSNxWwV3ybNTOFLWPIWyee1y8_C9uZLRQEhdHH2rrHG3gMbz4zfpaBhbAc62t404YQOkBtGzq75r2jeHdhyphenhyphenQAACqkaJeocIVm0b6AysSyl8GPs7uYGtspObLi/s1600/luana.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg73c5m6zoJhhA5Qs4EM4HbSNxWwV3ybNTOFLWPIWyee1y8_C9uZLRQEhdHH2rrHG3gMbz4zfpaBhbAc62t404YQOkBtGzq75r2jeHdhyphenhyphenQAACqkaJeocIVm0b6AysSyl8GPs7uYGtspObLi/s1600/luana.jpg" height="640" width="444" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
A IDEALIZAÇÃO
MASCULINA DA MULHER<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>A
Mulher Invisível</i> é um filme que, sem pretender, mostra os relacionamentos e
conflitos amorosos. Isso ocorre através da percepção de um homem sobre o que
seria a “mulher ideal” (bonita, gosta de futebol, não é possessiva, etc.),
justamente a sua criação imaginária e invisível para os outros. Ela teria
afinidades e valores semelhantes e, ao mesmo tempo, possuiria sensualidade e
beleza, aderindo aos valores masculinos. Esse é o desejo masculino de uma
mulher que viveria em função do homem, o que revela que a imagem de uma mulher
ideal só seria adequada sendo feita por um homem ideal, não o idealizado pelas
mulheres de hoje e sim de uma sociedade igualmente ideal, igualitária e sem
opressão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Diretor: Cláudio Torres<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Título: A Mulher Invisível<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
País: Brasil<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Produção: Conspiração Filmes / Globo Filmes / Warner Bros<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ano: 2009<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8711313444457196919.post-77604636633853196052013-12-06T03:41:00.000-08:002013-12-06T03:41:00.021-08:00Dieta para Engordar...<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg31gj_1CTKji89ICyERzJaolXV16PnU5lI0ZSm1iETkwJC2mA6EbYElodvVVr9bBZxygOUZP0U3Uk-a4nRkVoUReeLizoPeuNNJs1mAXtgrIuBV9x5_TnqH_fjD-JOjRACth3XYirqA_7x/s1600/super+size.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg31gj_1CTKji89ICyERzJaolXV16PnU5lI0ZSm1iETkwJC2mA6EbYElodvVVr9bBZxygOUZP0U3Uk-a4nRkVoUReeLizoPeuNNJs1mAXtgrIuBV9x5_TnqH_fjD-JOjRACth3XYirqA_7x/s1600/super+size.jpg" height="320" width="240" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<!--[if gte vml 1]><v:shapetype
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</v:shape><![endif]--><!--[if !vml]--><!--[endif]--><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Dieta para engordar<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<i><span style="color: red; font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<i><span style="color: red; font-family: "Arial","sans-serif";">Super Size Me - A Dieta do Palhaço</span></i><span style="font-family: "Arial","sans-serif";">, coloca em questão hábitos norte-americanos e sua
generalização mundial. A obesidade é um reflexo dos <i><span style="color: red;">fast foods</span></i>. A grande experiência que
Morgan Spurlock mostrou foi a de passar um mês se alimentando apenas no
McDonalds e os efeitos negativos sobre sua saúde após esse período. Com a
repercussão, a rede fez alterações no seu cardápio, mas os críticos não
observaram nenhuma mudança qualitativa. O documentário peca por não aprofundar
a razão do predomínio deste regime alimentar (se o fizesse seria uma excelente
contribuição para a sociologia) e por focar apenas uma grande empresa ao invés
da visão do conjunto. Apesar de ser polêmico e dos pontos questionáveis, é rico
em informações e serve de alerta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 14.2pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 14.2pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Título: Super Size Me – A
Dieta do Palhaço.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 14.2pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Direção: Morgan Spurlock<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 14.2pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Ano: 2003<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 14.2pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">País: EUA<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 14.2pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Distribuição: Imagem
Filmes<o:p></o:p></span></div>
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