Rádio Germinal

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Informe e Crítica

28 de mar. de 2009

Livro discute a prática da assistência crítica de filmes

O livro Como Assistir um Filme? busca desenvolver uma análise das formas de assistência ao filme e, ao mesmo tempo, mostrar a necessidade de uma assistência crítica. As formas de assistência são a mecânica, a contemplativa, a formalista, a projetiva e a assimiladora, além da forma ideal, que é a crítica ou a assistência como práxis. A necessidade da superação das formas de assistência que não ultrapassam a contemplação, a observação mecânica, a projeção e o formalismo é o ponto de partida para mostrar uma outra necessidade: a assistência crítica. Neste sentido, alguns procedimentos para a assistência são sugeridos e discutidos. Assim, a assistência crítica é apresentada em seus pressupostos e procedimentos, e tal apresentação pode servir de fio condutor para uma nova forma de assistência. Os procedimentos apresentados para facilitar esta forma ideal de assistência são complementados por exemplos de assistência crítica, nos quais os filmes “O Gabinete do Doutor Caligari”, “No Tempo das Diligências”, “São Francisco de Assis”, “Rebelião no Século 21” e “High School Musical III” são apresentados em seu universo ficcional e sua relação com o universo social. Enfim, o livro mostra que assistir um filme não é apenas ficar olhando para uma tela e sim uma decodificação de uma mensagem, que é uma manifestação do social e sobre o social. Leia mais...



VIANA, Nildo. Como Assistir um Filme? Rio de Janeiro, Corifeu, 2009.

O Barão de Munchausen contra a Razão Instrumental

O filme dirigido por Terry Gilliam (o mesmo responsável pelos filmes de Monthy Pynthon), As Aventuras do Barão de Münchausen" (Inglaterra, 1988), oferece uma excelente abordagem do racionalismo e suas relações com o poder. O filme não apenas questiona a razão instrumental, mas tematiza a sua recusa da imaginação, dos sentimentos, do extraordinário e da utopia.Ao contrário da crítica irracionalista e pós-estruturalista, o que ocorre é um questionamento não da razão em geral, mas da razão instrumental, com sua ligação com o poder e o seu conservadorismo ("realismo"), que impede a luta e a mudança, e considerando o que escapa de seu estreito domínio como ameaçador, aceitando apenas o mediano, tal como na cena do soldado que realiza feitos extraordinários e é, por isso, condenado à morte. Isto ocorre apesar do soldado estar do mesmo lado do burocrata estatal, ou seja, do poder e da "pátria", que o burocrata supostamente "representa", sendo na verdade apenas uma moeda de troca, tal como se vê em seu jogo com o Califa. A burguesia também é criticada, pois o vulcão é um inferno-fábrica comandado por Vulcano, o deus-patrão, que é chamado de "burguês mal educado" por Vênus, a deusa da beleza.
Dados do filme: As Aventuras do Barão de Münchausen, Terry Gilliam (Inglaterra/Alemanha, 1988).